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Aurora Chalybs Albus

--Lady.lilith
Arnold sorriu para o seu velho conhecido e irmão Yochanan, mas as últimas palavras e gestos o fizeram olhar para Nicole e Madalena, e seus temores voltaram à sua mente.

-Obrigada irmão.-Respirou fundo.-Eu sei meu irmão, nada farei...
--Arnold
Arnold sorriu para o seu velho conhecido e irmão Yochanan, mas as últimas palavras e gestos o fizeram olhar para Nicole e Madalena, e seus temores voltaram à sua mente.

-Obrigada irmão.-Respirou fundo.-Eu sei meu irmão, nada farei...
Yochanan


O Prior se limitou a assentir com a cabeça, fechando os olhos por uns momentos e respirando profundamente ao fazer isso.

Propinou dois leves tapas ao ombro de Arnold apenas dizendo. - Muito bem. - em voz baixa, quase num sussurro suspirado.

Deu então a volta sobre seus passos, enquanto via Arnold afastar-se do grupo de moças, como era esperado dele, e regressando ao seu lugar junto aos outros quatro que vestiam o branco naquele lugar disse:

- Sem Sombras não podemos ver a Luz, sem Luz, as Sombras não existem e se apenas uma houver, nada mais existe. - Aquela afirmação, que era a abertura de qualquer cerimônia da Ordem, havia sido proferida com grande solenidade, e repetida pelos Irmãos e Irmãs da Ordem. Os profundos significados daquele credo era uma das pedras basilares daquela Ordem.

- Agora venham. - ele disse, virando-se e seguido pelos quatro de branco, guiou as três subindo a colina e afastando-se de todos até o ponto mais alto daquela propriedade. Ali o vento soprava suave e fresco, e um pequeno muro em ruínas era o único que restava do que quer que alguma vez tivesse sido ali erguido, coroando aquela cima. Uma pequena escada coberta pela relva os levava a uma plataforma circular, ali outras quatro figuras vestidas de branco aguardavam a chegada deles.

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Lady_moon
"O que irá acontecer?" Questionou se enquanto seguia o Prior..."Lilith...ela saberia o que fazer..." Nicole tentava controlar a sua ansiedade, futuramente seria um deles, mas naquele momento era a herdeira...
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Maria_madalena
Madalena seguiu o Prior de perto.

O coração da meretriz retumbava no peito e esta ia absorta nas palavras que abriram a cerimónia: "Sem Sombras não podemos ver a Luz, sem Luz, as Sombras não existem e se apenas uma houver, nada mais existe.". Compreendia o seu significado, na verdade identificava-se com ele. Poderia ela ser uma das sombras que possibilitava a existência da luz?

Foi só quando chegou ao cimo daquela colina que a meretriz se apercebeu da beleza do local. Mas não tardou para que a sua atenção fosse captada pelas figuras de branco.

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Beatrix_algrave


Beatrix acompanhou o Prior, seguindo com Maria e Nicole. Não sabia o que exatamente seria essa cerimônia, mas as palavras que ele pronunciara lembraram uma coisa que seu irmão lhe dizia. As palavras eram diferentes, mas o sentido era muito parecido, seria coincidência? As palavras de seu irmão eram " Muita luz é como muita sombra: não deixa ver."

Ela pensava sobre essas coisas enquanto caminhava. Ao chegar notou as outras figuras de branco e pensou se o propósito era o mesmo delas, ou se já eram integrantes da ordem. Depois ela olhou para o Prior e aguardou que a cerimônia começasse. Havia uma curiosidade grande em saber o que a aguardava a partir dali.

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Yochanan


Ali, no alto daquela colina, sobre aquela plataforma de pedra, os nove se reuniram em torno das três que ficaram no centro daquele grupo de pessoas vestidas de branco e negro e levando aquela cruz de prata com coração de azure no centro da túnica, sobre um campo negro.

No alto as estrelas brilhavam, enquanto a lua avançava no seu descenso ao poente, iluminando ainda com sua luz diáfana aquela cena. A plataforma mesma não era um solo liso, mas estava gravada com longos sulcos que formavam estranhos símbolos e figuras traçadas em varias circunferências concêntricas, deixando apenas aquele lugar onde as três estavam de pé, e nove espaços onde agora aqueles nove que vestiam o branco se posicionavam sem qualquer marca.

De súbito uma vez que todos estavam em posição, os nove desembainharam suas espadas, cujas laminas agora apontadas ao centro refulgiam em prata com o brilho da lua. O trabalho naquelas laminas eram por si sós de uma fascinante beleza, pareciam mais joias em forma de espadas que as aceradas e filosas armas que eram realmente. Na guarda de cada uma daquelas armas, a mesma cruz que aquelas pessoas levavam sobre seus peitos estava presente, assim como no pomo.

Com uma série de movimentos fluidos, precisos, harmônicos e sincronizados, o grupo fez dançar as lâminas, levando-as por vezes a apontar aos céus sobre suas cabeças, por outras a quase tocar a plataforma de pedra baixo seus pés, sem que as lâminas jamais se tocassem, ainda que se cruzassem em vários momentos. Ao observador atento seria fácil perceber que naqueles movimentos eram recriados vários dos símbolos esculpidos na pedra sobre a qual estavam, em uma cadência cuja beleza era hipnotizadora.

Terminando abruptamente, da mesma forma que havia começado, com as pontas daquelas espadas apontando diretamente a aquelas que no centro aguardavam.

- Três são os Anjos, Quatro os Pilares, Dois são Um, e todos são Nove. Nas Sombras e na Luz eles se movem, e entre os Azuis eles existem. - recitou o Prior, ainda com a ponta de sua própria espada apontada em direção às três. - Quem sois que se apresentam perante o Conselho?

A medida que cada uma respondeu aquela pergunta os nove que ali estavam baixaram as espadas até que a ponta tocasse o solo, e a arma estivesse paralela frente ao corpo do que a portava, segurando o punho com uma mão, e apoiando a outra no pomo.

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Maria_madalena
Os nove membros da Ordem, com os seus trajes brancos e negros, formaram um círculo em torno de si e daquelas que sabia agora serem da sua família. Os olhos cor de mel da meretriz atentaram por momentos na cruz de prata com o coração de Azure que estava colocada ao centro da túnica, e o seu rosto não pode esconder o espanto e a admiração. Cada uma daquelas peças era de construção delicada e a forma como brilhavam sob o luar era simplesmente magnífica. A sua mãe também fora portadora da Cruz da Ordem de Azure e Madalena não podia deixar de pensar em como o tempo entre elas fora desperdiçado, tantas as palavras que haviam ficado por dizer e tantos os sorrisos por entregar.

A lua já iniciara a sua descida, faltavam apenas algumas horas para que o astro maior brilhasse em todo o seu esplendor. Foi então que a meretriz reparou no chão da plataforma, marcado por circunferências concêntricas e símbolos que desconhecia. Mais uma vez a sua boca se abriu em espanto e um ligeiro arrepio percorreu-lhe o corpo e a alma. Naquele momento sentia-se importante e digna. Um sorriso tímido surgiu-lhe nos lábios e a meretriz olhou para a sua meia-irmã, rejubilante, com os cabelos negros banhados pelo luar e os olhos azuis a tremeluzir.

De repente as lâminas foram desembainhadas e posicionadas de forma a apontarem para o centro. Apesar da beleza do aço, a meretriz encolheu-se no seu lugar, afinal estava rodeada por espadas. Assim que as lâminas cortaram no ar, silvando de cada vez que a direcção mudava, Madalena fechou os olhos. O ar movimentava-se à sua volta e a meretriz perdeu a noção do tempo, julgou estar assim por longos minutos, mas não podiam ter passado mais do que alguns segundos. Não sentiu um único toque e o seu corpo manteve-se incólume, lentamente, ganhou confiança e abriu os olhos para se poder maravilhar com os últimos movimentos, tão precisos e belos. No piscar de olhos seguinte o espectáculo já tinha terminado e as espadas voltaram à posição inicial.

A voz do Prior reverberou na noite e, mais uma vez, palavras de conteúdo épico foram proferidas. A meretriz vibrou com cada uma delas e quando chegou a sua vez de falar disse:


- Sou as asas da escuridão, o sol da meia-noite, o frio do Inverno. Sou ruína e prosperidade, luar negro e paixão. Eu sou a sombra que possibilita a luz! - as palavras foram sentidas e proferidas numa voz emocionada. Pela primeira vez, Madalena sentia que pertencia ali.
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Beatrix_algrave


Beatrix notava cada detalhe que envolvia aquela cerimônia, desde as jóias que adornavam o prior e os detalhes das espadas em que refulgiam os símbolos da ordem, até as expressões solenes dos presentes. Não conseguia evitar de reparar também nos trajes. Notou o olhar rejubilante da Madalena para Nicole e pensou em como deveria ser bom para Madalena aquela revelação de ter uma irmã. Pensou em sua própria família e na distância que os separavam. Infelizmente, a distância era o menor dos obstáculos. Ela estava pensativa, e por um momento se distraiu novamente em suas reflexões.

As palavras do prior mais uma vez a trouxeram de volta à realidade. Ela ouviu as palavras que ele proferiu com muita atenção. Aquele ritual despertava uma curiosidade e um certo fascínio em Beatrix. Ela acompanhou Madalena inspirada fazendo sua apresentação e indicando seu papel naquele jogo de luzes e sombras. Assim que Madalena se calou, Beatrix falou com uma voz clara e com um brilho diferente nos olhos verdes e profundos.

- Eu sou a tecelã, aquela que com seu fio tece, une e cria tanto a escuridão quanto o fio mais brilhante de ouro e prata; e na hora certa, sabe cortar o fio. Minha arte está na agulha do meu fuso, mas também na ponta da minha espada, na minha pena e pincel encharcados de tinta, nas cordas do meu alaúde... Vivo tanto à luz da aurora quanto à sombra das noites sem lua. Em ambas se pode tecer e criar, só depende do que se quer produzir.

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Lady_moon
"You belong to us..."; "You need to revenge us!"; "You need to choose, death or live"


Desde do momento em que subiram a colina apenas o corpo de Nicole estava presente, a mente desta apenas conseguia absorver a conversa que teve dias antes onde recebera visitas inesperadas, as palavras dos seus inesperados visitantes permaneciam em sua mente, como se estes estivessem a sussurra-las ao seu ouvido vezes sem conta.

Deu-se por si a analisar o ambiente do inimigo do seu clã, quem conhece os Casterwill diria que estes eram o seu oposto, a outra face da mesma moeda mas para Nicole eram exatamente iguais, diferentes ações com o mesmo objetivo...o sangue dos seus inimigos...usando todos os meios mesmo que incluísse sua irmã bastarda que naquele momento observava Nicole, Madalena conseguira despertar nela um instinto protetor que outrora estivera adormecido, levando-a a questionar os seus objetivos no centro daquela guerra abafada aos olhos de todos...


-Pelo fio da minha adaga corre o mais quente dos líquidos, enquanto os meus braços seguram já o mais frio dos corpos. Eu sou a frieza e a crueldade, sou a lâmina que esventra sem piedade. - fez uma pequena pausa e continuou - Trago nos cabelos o ébano da noite e nos olhos o cristal da água, tenho em em mim a noite e a agonia das vozes que por mim se calaram. Eu sou aquela que silencia.

"Tu pertences a nós ...", "É preciso vingar-nos!", "Tu precisas de escolher, a morte ou viver"

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Yochanan


O Prior ocultava um suave sorriso a medida que cada uma ia dando sua resposta a aquela pergunta tão simples e também tão difícil de responder. Agora as pontas das espadas já tocavam o solo de pedra, e as mãos cobriam os seus pomos e punhos.

Ele percorreu a vista pelos rostos daqueles vestidos de branco que compunham o Conselho antes de continuar, e então soltando sua arma, que estranhamente não caiu ou se moveu, mas ficou quieta, equilibrada em sua ponta, o Viana ingressou ao circulo e primeiramente se dirigiu à Madalena dizendo-lhe:

Exaltados são os sentidos dos que caminham nas sombras baixo a luz da lua nova e difícil é o caminho trilhado por eles pois jamais devem se esquecer que ao lado da sombra sempre caminha a Luz, e que ambas podem permitir-nos ver ou cegar-nos para as verdades do Caminho. - E então sua voz, que não se elevou além do que parecia ser pouco mais que um sussurro, pareceu ecoar naquela colina quando ele disse. - Não se oculte nas sombras, mas torne-a sua aliada, não renegue à luz, mas encontre nela o seu conforto. Pois assim como nas Sombras existe Luz, há também Sombras ocultas na Luz, deves aprender a reconhecê-las.

E então ele caminhou proferindo um circulo em volta das três, e se deteve em frente de Beatrix. A ela, o Prior falou:

A Trama da Criação está feita com os fios do fazer dos homens que tecem o próprio destino. Mas o fio solitário é frágil e maleavel enquanto que o tapiz mais belo é feito de fios escuros e brilhantes, mas mesmo o fio mais brilhante pode ser o mais escuro em uma trama, e o mais escuro ser aquele que mais exalta a luz. - E então baixando um pouco a voz, novamente suas palavras pareceram ecoar baixo a abóbada celeste, quando ele disse - Assim como na trama de um tapiz o fio solitário nada faz, na trama do Homem nenhuma ação é solitária e sem efeito. Lembre-se disso sempre.

Finalmente o Prior se dirigiu à Nicole, a terceira das moças que ali estavam dentro do Círculo de Pedra, e a ela, ele disse:

Ainda no mais profundo silêncio existem vozes, ainda no mais gritante conjunto de vozes existe o silêncio. As vozes assim como as águas são capazes de refletir o que há de mais profundo em nosso ser quando estão calmas, assim como são capazes de provocar os mais impensáveis desastres quando estão revoltosas. E assim como as aguas e as vozes, capazes de grandes calmas e terrivéis estrondos, a lâmina que canta no ar é capaz de causar morte e defender a vida de igual forma. A través dela é possivel destruir, mas também é possivel construir. - E então novamente ele baixou a voz, e novamente sua voz pareceu ecoar naquela hora tão escura. - Até a lâmina mais rija deve ter um cerne macio ou então se quebrará com facilidade e será inútil, de igual modo deve ser a alma do Homem, deves buscar o entendimento nestas palavras.

Continuou a caminhar, fechando o circulo e retornando ao seu lugar onde sua espada ainda aguardava quieta, equilibrada em sua ponta. Ali o Prior se deteve e disse: - Os ventos sopram eternamente - e naquele momento uma rajada de vento percorreu o alto da colina como se o mundo mesmo quisesse fazer eco às palavras do Prior - assim como é eterna a dança entre a Luz e a Sombra. Muitos são os Caminhos, e diversas são as Trilhas baixo os pés de todos, e são as nossas ações as que traçam o nosso porvir, e foram as vossas ações as que as trouxeram a este lugar, neste momento, e não poderia ter sido de outra forma. - E então tomando sua espada em um só movimento fluido, ele embainhou-a, movimento este repetido pelas demais figuras de branco que ali estavam. Após algum tempo no qual o silêncio decantou sobre eles, o Viana disse: - Hoje vocês dão mais um passo no Caminho que por vocês foi traçado, pois apenas vocês podem traçar o vosso Caminho, mas nenhum caminho é livre de espinhos ou obstaculos, nenhuma trilha é livre de bifurcações ou falsos atalhos. Que a Luz dos Nove ilumine o vosso andar, e que o vosso caminho seja verdadeiro. - nesse momento uma luz iluminou-os por baixo, através de perforações no entralhe daquele piso de pedra que agora parecia muito menos solido que antes. Com um estrondo e um tremor o espaço que havia entre as moças e os que vestiam o branco e o negro afundou criando o que parecia ser uma escadaria. O som de um uivo percorreu a calma da noite, ou teria sido apenas o som do vento nas árvores próximas? A provação que elas teriam que superar apenas se iniciava.

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Beatrix_algrave


Ao ouvir as palavras do Prior, Beatrix levantou a vista e o encarou pensativa, como se reconhecesse nelas algo muito familiar, como se buscasse em seu passado, nos poucos momentos junto daqueles de sua família, algo que lhe acendesse a memória. Podia sim jurar que aquelas palavras eram conhecidas. Mas como? Elas voltavam lentamente a sua memória em forma de canção, em outra voz, na voz de William, seu querido irmão. Instintivamente, ela murmurou, cantarolou em um som quase inaudível aquela melodia que lhe avivava ainda mais a memória.

Então, ela cessou o murmúrio e atentou novamente para as palavras do prior, aquele homem de cabelos escuros e expressão austera. Ela sentiu o vento e não entendeu como aquilo podia fazer parte do ritual. Ela pousou instintivamente a mão sobre as saias contendo-as diante do vento frio que provocou um leve farfalhar em suas vestes e nas folhas das árvores em redor.

Aquele som seria de fato o murmúrio do vento ou o uivo de alguma criatura selvagem? Fosse o que fosse, Beatrix não temia. Ela que fora militar e viajante noturna, estava acostumada com os barulhos da noite nas florestas solitárias. O barulho não a assustava, o silêncio sim, era algo sempre mais preocupante.

Sua curiosidade levou-a a aproximar-se do buraco negro e espreitar a escadaria que se estendia diante de si.

- Devemos descer agora por esta escadaria?

Ela perguntou direta, com sua voz clara quebrando o silêncio novamente, e aproximou-se da borda, apenas esperando a resposta, que julgava óbvia. Afinal, para que mais aquilo apareceria, naquele momento?

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Maria_madalena
Madalena escutou com atenção as palavras do Prior, compreendia o seu significado, via além da sua banalidade, mas sentia dificuldades em transpor aquelas palavras para a sua vida. Toda a vida viveu envolta em sombras, e raras haviam sido as vezes em que uma luz a guiara ou amparara. Aprendera a caminhar às apalpadelas, a ouvir com esmero e a cheirar com cuidado, no escuro todos os gatos são pardos, e Madalena já tivera a sua dose de arranhões.

Com a mesma atenção ouviu as palavras dirigidas às suas parentes. O prior, um homem alto de cabelos negros, parecia ter em si toda a vetustez e sabedoria, as palavras que ele proferia não eram de todo vãs, continham em si toda a verdade do mundo e aplicavam-se na perfeição à pessoa a que eram dirigidas. Quando a colina foi varrida por uma forte corrente de vento, Madalena arrepiou-se, o coração sobressaltado e os olhos arregalados, ainda não aprendera a controlar os seus instintos mais primordiais.

O que se seguiu pareceu sair de um conto de fadas para crianças e Madalena não conseguiu conter o espanto nem o entusiasmo. Uma escadaria, envolta nas sombras, surgiu no chão, mesmo em frente ao local onde estava parada.

Perante a questão de Beatrix, a meretriz permaneceu silenciosa, admirando incessantemente as escadas em tudo iguais a outras tantas, mas enigmáticas.

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Lady_moon
Nicole manteve-se serena sem demonstrar qualquer emoção após ouvir as palavras de Yochanan, esperou que este oferecesse algum tipo de resposta à sua prima após o surgimento de um escadaria incomum para aquele lugar.
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Yochanan


- Devemos descer agora por esta escadaria? - Beatrix perguntou quebrando o silêncio noturno.

O Prior sorriu discretamente e assentiu com a cabeça, e ficou esperando a que as três desaparecessem pela abertura no piso de pedra.

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"cenário wrote:
Os degraus desciam por alguns metros no interior da terra. Fracamente iluminado por luminárias colocadas altas nos muros a escuridão era algo muito presente naquele passadiço.

As paredes de pedras calçadas logo deram lugar a rocha pura e então um baque surdo ressoou quando a entrada na superfície se fechou. Agora só havia silêncio e sombras. O ar ali, úmido e pesado, criava uma atmosfera opressiva.

Com a vista acostumada a pouca luz elas poderiam ver que estavam em um pequeno salão esculpido na rocha viva, de pouco mais de dez passos de um extremo ao outro, e com uma pequena bacia de pedra sobre um pedestal ao centro. Ao outro lado do salão três arcos de pedra se abriam a uma escuridão ainda maior. Sobre os três arcos uma única frase estava talhada na pedra: "Aurora Chalybs Albus"

Ao lado de cada arco um bastão estava apoiado, e dentro da bacia ao centro do salão, três nacos de pão e nada mais. Ao parecer agora elas estavam sozinhas. Mas nas Sombras quem pode ter realmente certeza de estar só?

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