Adrian ergueu o arco para trespassar com uma flecha o peito do francês. Ele acabaria ali com os gracejos tolos daquele rapaz. Mas William fez um sinal, abaixando a mão e indicando que ele nada deveria fazer.
A verdade é que Lorde Casterwill estava aborrecido e farto de sua presença ali. O que o maldito prior dos azure dissera era verdade, ele já obtivera o que viera buscar. Ele estava ansioso para ficar a sós com Juliana e imprimir sua ira sobre a antiga matriarca dos Nunes, que em um distante passado fora sua grande paixão.
Não querendo mais expor seu estado de espírito cheio de confusão e mágoa, então ele ordenou aos homens que embarcassem. Ele o fez e dois de seus guardas ergueram Juliana, que foi conduzida para dentro da embarcação que em breve partiria.
Ordens foram dadas a Adrian para informar que Nicole teria apenas mais meia-hora para embarcar.
Um grupo de soldados dos Casterwill jogaram os corpos dos inimigos mortos ao mar.
Em breve Nicole estaria navegando de volta a terra onde nasceu. Não podia dizer que voltava para seu lar, pois ela nunca tivera um. O mais perto que chegara disso, fora em terras portuguesas.
Enquanto olhava Alcácer se distanciando no horizonte ela não sabia dizer o que sentia dentro de si. Seria satisfação, seria tristeza, seria dor? Talvez seus inimigos estivessem certos e ela não tivesse mesmo um coração, aquele vazio parecia ser simplesmente nada, um nada que incomodava.
Será que algum dia elas entenderiam o que ela precisou fazer e como aquilo era doloroso?
Tantas perguntas e tão poucas respostas.
E no solar dos Casterwill em Alcácer, na chamada Quinta do Corvo, sempre haveria de ter um Casterwill. Eles jamais se afastariam totalmente daquelas terras. Ficariam pairando como uma sombra má, esperando o momento certo de atacar.
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FIM