[RP] Tascas Clandestinas

Com o meu regresso, deparei-me com uma situação muito peculiar... um "mundo" deserto. Dei comigo a pensar se Hades não terá andado para ai na minha ausência a fazer das dele

Andava nas ruas a tentar perceber o que se passava até que ouvi barulhos vindos do lado oposto da povoação. Chegou-se perto e foi travada por alguém.

- Onde você vai, senhora?

Dreia pega do chicote, enrola-o na mão e faz um olhar de desdém ao homem. Afasta-se e circunda a cidade pelo lado de fora sem ser vista. Viu umas pessoas a saírem de uma casa pequena e ouvia-as a falar.

- Então amanhã encontramo-nos aqui outra vez para por-mos a conversa em dia.

Ficou a pensar o que seria aquilo. Então agora usam abrigos recônditos para falarem? Para isso usa-se as tascas e o largo em frente à CP... Não isto!!
Posto isto, Dreia seguiu em direcção ao pomar ter com o seu canito Cerebrus.

Dreia volta atrás quando ouve alguém a falar mais alto.

- Desculpe senhora, não era intenção ouvir conversa de ninguém, apenas estava de passagem. Já agora tenho a amabilidade de me apresentar, Dreia da Gama, Senhora da Morte. Regressei agora de um longo descanso no rio Styx e qual o meu espanto quando chego que vejo tudo muito deserto. Poderá dizer-me o que se passa?

Star percebia o ar pensativo da nobre senhora , e por momentos o seu pensamento foi bem longe , onde via uma pequena luz , sacode a cabeça e pensa com os seus botões :

- Será que esta senhora é o sinal da minha morte ?
- Oh meu Jah !

Com um pouco de medo Star agarra-se a sua tia Dina , e as suas linhas do belo rosto ficavam entristecidas . Mas Star ganhou coragem e questionou a senhora presente .

- Senhora ? Como se chama e porque se veste dessa maneira ?

Cabisbaixo e com medo de olhar nos olhos da senhora vestida de preto espera a resposta , compreendia a demora , notava-se que a senhora já tinha uma idade o que lhe poderia custar a contar o verdadeiro motivo porque usava aquele uniforme totalmente preto.

- Sou Dreia da Gama, Senhora da Morte.

Percebe o ar atormentado e faz um sorriso malicioso

Star salta para os braços da tia depois de ver as expressões faciais da Senhorita Dreia . Pede licença para se intrometer na conversa .

- Eu estava na Guarda , tinha dias bons e maus , mas confesso que em Viseu está pior não encontrei quase ninguém pelas tascas espalhadas pela cidade , porém em Aveiro o mesmo já não se pode dizer, existe alguns velhinhos que continuam a frequentar a taverna e claro não deixam de molhar a palavra com o bom gosto que a cerveja proporciona .

Depois de ter falado tudo rapidamente com medo da Senhorita Dreia , Star dá um leve sorriso e esconde a cara no ombro da sua tia .

Beatrix que por ali passava quando ia dar milho ao corvo, notou uma figura negra, obscura, que nunca havia visto antes. Como estavam a falar de tascas, logo se ajuntou, pois pensou que talvez passassem ali uma caneca.

- Minha sede é grande, vou a todas que posso, seja aqui, seja a da praça, ou mesmo em algum casebre que me receba. Sendo boa a bebida e a conversa, é certeza que lá estarei. Não importam o que me ofereçam, se chá, cerveja ou whisky. O que importa é ter a garganta fresca para conversar.

-Senhora Dinaman, na minha terra as tascas vão de mal a pior, não tenho gente suficiente para dar umas chicotadas. - diz com um ar triste.

Vira-se para o lado quando alguém se aproxima dizendo que tinha sede, que qualquer coisa servia para lhe refrescar a garganta.

- Ó, não seja por isso, tenho algo que a deixava de garganta muito fresca. - proclama com um tom de voz mais grave e mais alto, olhando para a dama com um olhar furtivo

Entretanto aparece um cavalheiro, trazendo boas notícias, Festival da Cerveja, em Leiria. Dreia pensou que seria uma óptima oportunidade para fazer das suas.

- Boa tarde meu caro senhor, isso sim, é um evento muito bom, com pena minha não me poderei deslocar nos próximos tempos.

- Ah! Eu não perderia isso por nada. Claro que comparecerei ao festival. Apreciei deveras a cerveja de Leiria.

Beatrix comentou sorridente assim que ouviu o comentário sobre o festival.

- Ah! Senhora, se não for cerveja que tens a oferecer, ou qualquer outra bebida, guarda-o.

Ela disse após notar a enorme foice que a Dama carregava.

- Não vá minha garganta andar a fresca de par em par após uma degola, até por que depois disso a cerveja escaparia ao escorrer por ela. Seria um desperdício de garganta e de cerveja.

Ela concluiu som um sorriso irônico.

Ouvindo os que as pessoas diziam Dreia pensou que poderia não ser assim tão mau fazer uma viagenzinha até ao sul. Sabe lá se pelo caminho não poderia dar uso à sua foice.

- Meus caros, ponderando bem, se calhar até hei-de fazer uma visita por terras do Lis. E ainda me hei-de "perder" também no Pinhal - disse num tom de voz sarcástico