Após um longo dia de trabalho na taverna Ju não resiste ao cansaço e senta-se numa das cadeira a descaçar um pouco e a olhar em redor.... Tinha apenas ficado para arrumar e limpar toda a tasca, prometera ao seu namorado ir ter com ele o mais breve possível.
Finalmente estava tudo pronto, faltava apenas fazer um pequeno feitiço que tinha por habito fazer todos os dias antes de sair da taverna, apenas uma vela acessa e umas palavras mágicas protegiam a taverna durante a noite, de ladrões (em busca de comida e principalmente dos barris de vinho do Porto), mas tambem de espíritos alheios, sempre disposto a ir contra a felicidade de todos que entrassem na taverna.
O feitiço era básico uma vela junto á porta de entrada e outra sobre a mesa num pequeno circulo feito com caracteres mágicos.
Juana pega num carvão e sobre uma das mesas começa a cravar os símbolos mágicos, enquanto isso vai dizendo frases mágicas e vê a vela junto á porta a ficar com a chama mais intensa.
Durante o ritual lembra-se de queimar umas ervas, na esperança que assim atraia-se boas energias ao local. Pousa o carvão sobre a mesa e vai então até á cave, num compartimento secreto da mesma onde guardava algumas ervas e poções mágicas.
Ao voltar á taverna vê que a vela junto á porta se apagou... De repente o seu corpo gela, fica sem reação. Rosto branco, mãos frias e um olhar perdido. Não era suposto aquilo acontecer... Algo no feitiço falhou ou correu mal. Juana corre á vela sobre a mesa e observa atenta ..
Como fui me esquecer de um simbolo!!!Pensa para si mesma, vezes e vezes a fazer este feitiço e hoje acabou-se por esquecer de um simbolo. Talvez devido ao cansaço e a vontade enorme de ir ter com o seu amado a tenha apresado e distraído.
Um último pensamento invadia a sua cabeça, toda a magia tem um preço e Juana melhor que ninguém sabia disso.
Corre até á porta da taverna e ao tentar abrir ...
Não!! Não!! Abre-te por favor!!! - Gritava Juana para a porta ...
Tinha trancado a porta sem saber como.. algo no feitiço falhou... aquele simbolo em falta, pensava ela ...
Sozinha lá dentro senta-se á mesa pensando numa maneira de quebrar o feitiço e sair dali. Já era tarde e a taverna estava escura e fria, Juana cobre-se com uma pequena manta e fica a olhar pela janela vê a sua casa ao longe e imagina como Necas deves estar.. sozinho.. triste sem ela.
De repente vê um pombo entrar pela taverna, entrou por uma folga do telhado e trazia um pergaminho atado na pata. Ao ler o texto os seus olhos enchem-se de lágrimas, o seu amor Necas estava mesmo a sentir a sua falta.
Apresa-se a escrever uma pequena carta:
Para o dono do meu coração, Necasboy Camões
Nequinhas meu amor estou presa na taverna, desculpa... Depois de limpar e arrumar tudo tentei fazer um feitiço, como já é habito, mas talvez por os meus pensamentos estarem já muito longe daqui.. imaginando o "nosso" céu estrelado... acabei por me esquecer de um elemento no feitiço, a porta está trancada, imóvel, não sei como sair daqui.. estou há horas a experimentar feitiços e mais feitiços e não consigo. Bem sabes como a magia exige de mim, temo que se continuar a tentar vou acabar por perder os sentidos. Preciso de descansar mas não o consigo fazer longe de ti.
Não sei o que fazer ... Estou a pensar na maneira mais rápida de sair daqui e ir a correr para os teus braços.
Espero que estejas bem.
Com amor
Juju
Prende o pergaminho na pata do pombo e volta solta-lo por entre a folga do telhado.