Um presente para David

Um mensageiro chegou a Leiria carregando um vasinho de plantas com muito cuidado.

Era um ramo muito bonito e colorido, enfeitado com fitas. Havia no entanto um pedaço de papel colado no vaso escrito "hera venenosa". Acompanhava uma carta selada.

O mensageiro andou na cidade até encontrar o rapaz que tinha a descrição "graciosa" dada pela dama em questão que ofertava o presente. "Ele é rotundo como um barril e tem cabeça de tigela".

Assim, que o viu, deu-lhe o vaso, fez uma reverência e entregou-lhe a carta onde estava escrita a seguinte mensagem.



Enquanto David lê a carta ele retira um pacote que acompanharia o vasinho.

Quando David abre o pacote vê que há vários docinhos de alfenim embrulhados em papel cuidadosamente embalados. Os docinhos brancos tem detalhes pintados com confeito e tem formatos variados, de flores, anjos,bichinhos, corações. Alguns são tão detalhados que mais parecem pequenas estatuetas de gesso. São bastante delicados, e é um milagre que tenham chegado inteiros e intactos apesar da viagem.

O mensageiro ao notar que David abre o pacote com cuidado exclama.

- Até parece que a dama te mandaria uma serpente venenosa.

Então ele ri.

- Acho que é só isso. Agora vou embora. Fica com os teus alfenins rapaz que isso é um doce fino, coisa de árabes.

lobo chega perto de seu padrinho e deseja-lhe feliz aniversario apesar de estar um pouco atrasado.mas como ja dizia o outro mais vale tarde do que nunca.aproveita tambem por dizer que a pascoa esta a chegar e espera uns ovos de chocolate!

Mesmo a saber que David detesta que lhe apertem as bochechas e a barriga, Celestis Pallas, a estar em Leiria mesmo, decide passar em sua residência para dar-lhe os cumprimentos:

- Booooons dias, gordito! Como te sentes? Meus sinceros parabéns!

E dá-lhe apertão na barriga, já a saber que o rapaz faz sempre aquele semblante de tédio misturado a chateação! Mas o jovem parecia realmente aborrecido, ela só não sabia exatamente o motivo.

- Trouxe-te maçãs, sei que gostas!

Havia uma cesta delas, vermelhas e verdes em igual número. Antes mesmo que ele pensasse estarem também envenenadas, Celestis pegou uma vermelha e deu uma bela duma dentada:

- Desculpa comer assim, estou justamente a diminuir teu mimo! Mas é que eu não conheço nada em Leiria, para mim é como se as distâncias fossem triplicadas! Até encontrar tua casa cavalguei muito e estou faminta!

- Pois é o que pretendo fazer! - disse a jovem, já a procurar algum lugar para se acomodar. Depois, pensou que estava a abusar muito e decidiu perguntar se poderia mesmo sentar-se, entretanto, já estava devidamente sentada. Mordiscava ainda a suculenta maçã vermelha quando notou que David devorava apenas as vermelhas. "Hum, ele não deve gostar das verdes", pensava.