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[RP] Armas e Trovas

Johnrafael


(Sintra, Setembro de 1461)

Findo o trabalho nas reformas no palácio, John voltou às oficinas da Heráldica Portuguesa. Sentira falta do odor das tintas, de escrever cartas de brasão e de desenhar escudos. Aquelas salas eram sua segunda casa, há considerável tempo.

Naquela manhã de verão, tinha um trabalho não muito diferente do habitual. Forjar. Mas desta vez não era uma espada ou uma pá, era um molde de selo. Gravar uma figura no metal, cheia de detalhes, era um trabalho mais de paciência que de força. Logo, seu trabalho foi interrompido por um pajem.

-Senhor John, o Mestre-de-Armas deseja a vossa presença em seu gabinete.

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Yochanan


[Gabinete do Mestre de Armas, Palácio de Sintra, Setembro de 1461]

As reformas estavam quase todas concluídas, faltando apenas alguns poucos detalhes e a limpeza de algumas das salas mais afetadas pela tempestade e a confusão que reinou naqueles salões. Mas apesar dos bravos esforços naquele dia fatídico alguns dos trabalhos sofreram danos.

Alguns deles estavam naquele momento sobre a mesa do Mestre de Armas quem os observava atentamente quando a porta de seu gabinete se abriu e um pagem anunciou ao Arauto que havia mandado buscar.

- Que entre! - disse o Mestre de Armas, acomodando-se na cadeira.

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Johnrafael
Chegando ao Gabinete do Mestre de Armas, notou sobre a mesa os volumes danificados pela tempestade que se abatera em Sintra recentemente, e que fora a causa da reforma que o Palácio precisou. Arquivos que vinham sendo conservados há anos, vindos de diferentes partes da Europa, e alguns registros portugueses.

-Senhor meu tio... Mestre Yochanan? Foi perdido muito?

A expressão no olhar no Mestre de Armas era visivelmente menos animadora do que de costume.

-Então, senhor, que tendes para que eu faça?

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Yochanan


-Senhor meu tio... Mestre Yochanan? Foi perdido muito? - disse o recém chegado Arauto.


Olá sobrinho. -disse o Mestre de Armas levantando de sua cadeira. - Imagino que já deves perceber o porque de eu ter-vos chamado aqui. - concluiu indicando os tomos sobre a mesa. Yochanan sabia que seu semblante não devia ser dos mais animadores, em parte por causa do cansaço que implicava a viagem até Sintra desde o Porto, por outro lado por causa dos danos causados pela tempestade.

-Então, senhor, que tendes para que eu faça?

John, o trabalho que vos tenho não será para nada fácil e vos demandará algum tempo. - foi dizendo o Viana enquanto dava a volta em torno da mesa, passando as pontas dos dedos sobre o tampo de madeira. - Preciso que faças novas copias destes armoriais, recuperando e salvando tudo o que puder. Já os estive a revisar, e felizmente as imagens se salvaram em sua grande maioria. Os textos infelizmente são outra história. - foi dizendo enquanto reunia os livros em uma pilha e os colocava nos braços do sobrinho. - Conto contigo para este trabalho sobrinho. - Concluiu com um sorriso e um toque no ombro do rapaz, queria lhe dar um pouco de confiança, pois sabia que o trabalho que lhe estava encarregando colocaria a prova as habilidades e a confiança do rapaz.

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Johnrafael


-Sim, senhor. A biblioteca os terá de volta o mais cedo que puder.

A lista de títulos danificada era pequena, mas infelizmente muito nobre. A maioria era estrangeira e poderia ser recuperada por outras cópias. O Livro dos Torneios de René de Anjou, Páginas da Heráldica Romana e outros documentos. O mais danificado de todos, por estes azares do destino, era o Armorial das Famílias de Portugal. Aquele, mais que os outros, seria duro refazer.

Um pajem tentou pegar os livros da mão de John, mas foi repreendido pelo arauto.

-Não, deixe que eu os carrego. Devem ser manuseados como se houvessem sido lavados pela chuva.

Desceu as escadas até os seus aposentos, onde pôs-se a analisar o que havia sido perdido. Abrindo uma página qualquer do Livro dos Torneios, leu as poucas palavras restantes:


Citation:
Pois o senhor desafiante deve to...(linhas e mais linhas de borrões ininteligíveis) e feito isto d... (mais algumas linhas de borrões)... a vós, quanto aos oponentes.


-Martim, traga-me o Livro de René.

Martim era o rapazola a quem haviam amputado uma perna. Deram-lhe uma perna nova, de madeira, amarrada ao coto do joelho, com a qual já se habituara a andar. Colocara até sapatos nela.

-Senhor, levaste o livro de René para o Porto.

-Mas não é possível, por Jah! Pois vá até as oficinas, e traga-me o livreiro.Que complicação, pah!

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Joaquim, o Livreiro, roleplayed by Johnrafael
Já havia passado cinquenta e dois anos ali. Chegara menino. Pais pobres não lhe puderam criar, então juntaram os cruzados que tinham e lhe mandaram pra ser livreiro. Aprendeu rápido e passou a ganhar dinheiro. Costurar e colar pergaminhos, papel e capas de couro, pintar e gravar. Ordenara, costurara, colara e encapara páginas por toda a sua vida. Poderia fazê-lo de olhos fechados, e por vezes até fazia, quando as vistas lhe cansavam.

-Chamam-me lá em cima?

- Sim, senhor. É sobre uns livros que se perderam na tempestade.

-Senhor Rafael, aqui estou.

-Meu bom Joaquim, tendes muito mais tempo de trabalho cá que eu tenho de vida. Conheço-o desde que cá estou, o melhor livreiro de Sintra. Preciso de Ajuda com este livro.

O Armorial das Famílias Portuguesas jazia em sua frente. Jazia poderia ser a palavra certa, porque tal livro tinha muita importância. Era onde estavam todos os brasões de todas as famílias que um dia firmaram-se em Portugal. Daquele não fora feita nenhuma cópia, que lástima. Abriu-o com cuidado. Letras apagadas, brasões borrados. O Leão dos Monforte tinha um borrão em lugar da cauda, o Carvalho dos Carvalhos estava sarapintado de preto da escrita, o fogo na torre dos Guerras havia sido apagado. Em volta, lia-se AV ARIA GRIA PNA.

-Não há como recuperá-lo, senhor. Terá de ser reescrito.

-Mas e a capa, ao menos a capa, pode salvá-la?

-Não. Posso no máximo, reproduzi-la.
Johnrafael


-Pois refaça, mas deixe cá o conteúdo do livro.

O livreiro hesitou um pouco em destruir o trabalho que fizera, mas por fim arrancou as capas, com cuidado, e desceu para as oficinas levando-as.

Enquanto isso, John meteu-se a desenhar os armoriais. Era um trabalho que exigia paciência, porque um erro, por menor que fosse, colocava toda uma página a perder.

-Por onde começarei? Ah, já sei. Começarei tomando uma taça de vinho, para dar coragem. Martim, vinho.

Uma taça de vinho para o estômago, e mãos à obra.

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Johnrafael


Chaves, 11 de Novembro

Os trabalhos seguiam a passo módico. Os dias eram gastos nas minas, ajudando um condado afundado em dívidas, e as noites, traduzia uma página aqui, escrevia uma linha ali. Para não se perder com tantos escudos, começou a anotar os que tinha.

-Leão de cauda bifurcada em prata, sobre escudo vermelho; Monfortes. Carvalho de sua cor sobre escudo dourado; Carvalhos. Leão de ouro sobre escudo vermelho de bordadura gironada; Silvas. Para os Avis... vejamos... - revirou os arquivos. - Ora... não há aqui os Avis... Olha que isto lá não vai bem...

Alguns instantes depois, concluiu as suas anotações:

Citation:

Albuquerque: De vermelho, uma asna de ouro, entre dois leões. Em ponta, uma cruz de ouro, acompanhada de quatro cruzes menores. Chefe de azul com três rosas em faixa. Coronel de Família Nobre.

Ávila Guimarães: Em falta, procurar o Visconde de Margaride.

Avis: Em falta. Levam um Coronel de Nobreza.

Camões: Esquartelado por uma cruz de vermelho. 1 e 4 de verde, a donzela da justiça, de prata (a tinta está borrada de vermelho); 2 e 3 de prata, uma árvore de verde, frutada de vermelho.

Carvalho: De Ouro, um carvalho de sua cor.

Corleone : Esquartelado: 1 e 4 de prata, carregado de 5 escudos de azul postos em cruz, carregados com 11 besantes cada; 2 e 3 de prata, uma cruz de vermelho, carregada de um castelo de 3 torres de ouro. Escudete de prata, carregado de um Leão de Negro, em abismo.Coronel de Família Nobre.

D'Arrábida: Terciado em pala. Primeiro de Azul, carregado de uma esfera armilar de ouro. Segundo de preto, uma espada de prata. Terceiro de azul, um luzeiro de seis pontas, de ouro.

Ferreira de Queirós : Esquartelado por uma cruz de vermelho, 1 e 4 de azul, carregado de uma crux australis de prata, 2 e 3 de prata, carregado de um leão de vermelho.

Gama: Franchado: 1 de ouro, carregado de uma âncora de sua cor, 2 de azul, uma cruz pátea cosida de vermelho , 3 de azul, dois braços humanos de carnação, combatentes, 4 de ouro, um feixe de trigo, de sua cor. Coronel de Família Nobre.
Gonçalves da Silva: Partido de uma linha dentada. 1 de prata, um dragão de verde, 2 de azul, uma árvore de sua cor, frutada de vermelho.

Highlander: De azul, uma aspa de prata carregada de duas espadas em sautor. Sobre o todo, uma gaita de foles de sua cor.

Lobo: Em falta, procurar Dom Actoze.

Mendonça: De Azul, um M de prata, firmado.

Merlin e Bragança: Esquartelado. 1 e 4 de azul, um triângulo cosido de verde, carregado de uma cruz pátea cosida de vermelho. Sob o primeiro, duas espadas de sua cor. Contrachefe de duas linhas ondeadas cosidas de verde. 2 e 3, uma aspa de vermelho, carregada de 5 rosas cosidas de púrpura e perfiladas de ouro.

Miranda: De prata, um sautor de verde, ladeado por quatro flores de lis de verde. Coronel de Família Nobre.

Mondego: Em falta.

Monforte: De vermelho, um leão de cauda bifurcada, de prata.

Moniz: Esquartelado. 1: de vermelho, cinco sois de ouro, postos em sautor; 2: De azul, cinco flores de lis de ouro, postas em sautor; 3: De azul, um leão cosido de vermelho; 4: de vermelho, seis costas de prata, postas 2, 2 e 2 e firmadas nos flancos.

Monte Cristo: De prata; um elmo, duas espadas postas em sautor e um canhão; tudo de sua cor, em pala. Bordadura de Vermelho.

Nóbrega de Andrade: Franchado: 1 e 4 de preto, 2 e 3 de azul. 1: Uma serpe alada, 2: Um navio, 3; uma âncora, 4: Um unicórnio passante, tudo de prata.

Noronha: De vermelho, um bastão carregado de uma rosa, tudo de ouro. Dois touros de negros, coleirados do primeiro. Bordadura de ouro.

Ribeiro: De vermelho, uma águia aberta de ouro. Escudete de prata, com um R de preto, em abismo.

Sagres: Esquartelado. 1 e 4: de prata, uma nau de sua cor sobre um contrachefe de faixas ondadas de azul e prata. 2 talhado, o primeiro de preto, carregado uma caneca de ouro, o segundo de Arminhos, carregado de uma flor-de-lis de vermelho. Coronel de Família Nobre.

Silva: De vermelho, um Leão de Ouro, Bordadura Gironada de vermelho e ouro. Coronel de Família Nobre.

Sousa Coutinho: De azul, uma cruz de prata, ladeado por 4 cruzes florenciadas do mesmo, vazias do campo. Coronel de Família Nobre

Teixeira: Esquartelado. 1 e 4 ondeado de azul e prata, uma nau de ouro, com velas de prata. 2 e 3, duas espadas, de sua cor, postas em sautor.

Valente: De verde, duas cabeças de pantera negra, saintes dos flancos, encimadas por uma cruz pátea de vermelho, (Verde, preto e vermelho, Contatar Dom Nikeairii sobre isso.) Bordadura de Ouro.

Viana: De Azul, dois Leões-do-Mar ao natural, combatentes, encimados por uma caderna de crescentes de prata. Bordadura de Sanguinho carregada de Cruzes ditas "de Azure", de Ouro.


-Isso não está bem mesmo... A biblioteca está sem alguns brasões, alguns parecem nem ter sido feitos. Yochanan precisa saber disso. - Foi então em busca do Mestre de Armas, que também estava na estalagem de Chaves.

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Johnrafael


Chegou então o inverno.

Wit*, o arminho, era uma pequena criaturinha quase totalmente branca, à exceção da cauda que tinha a ponta negra. Brincava com uma menininha, filha de uma criada das cozinhas, numa bacia das primeiras neves que haviam trazido para o bicharoco. Seu dono, John Rafael de Viana Lobo, trabalhava minuciosamente próximo dali, pintando um brasão.

Com esmalte azul, o campo. Com esmalte prateado, as cruzes. Esperar secar, depois recomeçar. Esmalte dourado para a coroa... Um pouco mais escuro para o contorno. Verde e escarlate para as pedras, e mais algum tempo para secar.

-Onde está a tinta preta? e um pincel fino? Deixem, já os vejo...

Agora, o contorno. Devagar para não borrar ou perder a linha. Estava pronto. Escreveu o nome da família sob o brasão e pronto, já podia passar ao próximo.



-Sousa Coutinho está terminado. Qual a próxima família para o Armorial, Amice?

-Cor..le... Corleone, senhor...- respondeu a menina, que não devia ter mais que oito anos. Estava ali porque gostava do bichinho, e porque John não teria muito tempo para ele, assim como sua mãe não tinha muito tempo pra ela.

John Rafael serviu-se de uma taça de vinho e continuou o seu trabalho.

*Diminutivo de Witte, Branco em Neerlandês
Johnrafael


A noite caiu, e a pequena Amice foi de volta para sua mãe, enquanto o arminho ficou por ali. As armas dos Corleone eram simples, mas o leão no escudete requerera um cuidado especial, e tomara mais tempo do que o jovem Viana pensou. Já trabalhava às velas quando terminou.

-Bem, está mais um pronto. Amanhã, o orgulhoso Leão de duas caudas dos Monforte.



Deixou o escritório e dirigiu-se para cima, para os seus aposentos. Não voltaria para o Porto naqueles dias.

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Johnrafael


Os dias se passavam em Sintra, e aos poucos os novos desenhos para o armorial iam saindo. Fazia frio e chovia do lado de fora.

-Martim, leve todos os brasões iluminados para o Mestre de Armas aprovar. Onde estão Sousa Coutinho e Corleone? - dizia, procurando entre os pergaminhos - Partirei de imediato para o Norte, para as solenidades da Bússola de Ouro e o Natal de Christos.

-Senhor, eu já os levei.

-Muito bem, leve agora Monforte e Silva. E isto é para si. - tirou uma pequena bolsinha do bolso do manto, com alguns tostões. Antes que o rapazote pudesse agradecer, entregou também os pergaminhos. - Este é Monforte, Este é Silva, e este é para lembrar de trazer-me os Livros de Heráldica das Rainhas Ana e Myrnia quando eu voltar.


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_narrador_


Assim que John Rafael e Letícia entraram no prédio da Heráldica, ambos notaram que havia bastante movimento naquele dia. Volumes de livros e peças heráldicas eram levados para serem organizados e classificados conforme as novas normas da biblioteca heráldica.

Letícia desviou por pouco de um arauto que passava ali carregando um grande pacote

- Desculpe senhorita. São pergaminhos novos que chegaram.

Ele disse dirigindo-se a mulher e fez uma vênia ao arauto John Rafael, temendo levar uma reprimenda ali mesmo.
Leticia


Letícia olhava um pouco confusa para tanto ir e vir de pajens pelo prédio. Esperava que fosse encontrar um local bem mais calmo e tranquilo.

Apesar da curiosidade em observar os detalhes que podia captar, continuava em silêncio, acompanhando o senhor John Rafael, conforme ele ia caminhando pelos salões. Felizmente ela estava atenta quando o pajem quase a derrubou com o pacote que carregava desastradamente.

Ela ouviu as desculpas dele, mas nada disse. Apenas aguardou que o senhor se desvencilhasse do pajem e eles pudessem prosseguir.

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"Sabe o medo que algumas pessoas tem da escuridão? Às vezes ele é verdadeiro. Nunca negue seus instintos, pois eles não mentem."
Johnrafael


Não tardou muito até que chegassem ao escritório de John.

Ao entrar, o jovem arauto se encaminhou até uma gaveta, onde pegou uma pequena bolsa de couro. Entrou para outro cômodo e voltou com o pagamento dos serviços de Letícia. As moedas eram apenas um agrado, pois Enrico havia feito o pagamento na Babilônia, dois dias antes. Antes de entregar-lhe a bolsa, retirou de dentro uma moeda, e a depositou no decote da moça.

-Aqui está. Estamos acertados?

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Leticia


Ao chegar ao escritório de John Rafael, Letícia aguardou o pagamento por seus serviços, uma vez que o que recebera na Babilônia fora apenas um sinal. A bolsa era generosa e assim que ela a recebeu guardou-a. Ela notou o curioso gesto do senhor em subtrair-lhe uma moeda. Quanto ele depositou a peça de ouro em seu decote ela sorriu sentindo o frio metal tocando-lhe a pele.

- Sim, estamos. Se precisar novamente dos meus serviços sabe onde me encontrar.

Ela disse e piscou o olho, discretamente.

Quando ela deixou a sala de John, deparou-se com uma moça ruiva diante da porta.

A jovem usava vestes de arauto e as cabelos presos e cobertos por uma coifa rendada.

As duas olharam-se um instante e se cumprimentaram trocando vênias. Obviamente nada disseram uma a outra e logo em seguida Letícia tomou a direção do corredor. Aguardou que a ruiva fechasse a porta do escritório de seu cliente, antes de prosseguir em seus intentos e depois de obter o que queria, finalmente deixar aquele local.

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