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A Casa da hera - Número 30

Irises


- Mana precisas de ajuda?

- Não, querida, já está pronto! Se puder, pegue aquelas canecas, vamos levar para a mesa.

Sentam-se para saborear o delicioso bolo, que prendada é Juana!
Lorena_davila


Lorena entrou meia envergonhada na Casa da Hera acompanhada por Irises, mas foi tão bem recebida que depressa se ambientou e descontraiu. Lá dentro, encontrou Celinho e Juana e um cheirinho bom a bolo vinha da mesa. Irises foi fazer um cházinho e depressa se reuniram todos à volta da mesa.

Celinho comia avidamente a sua fatia de bolo, que dava gosto ver o rapazinho. Lorena sorriu, às vezes o seu relógio biológico dava horas e outras vezes parecia-lhe uma ideia tão longínqua.

Afastou o pensamento e voltou à conversa com as amigas.

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Eleazar


Aquele era um novo dia e o homem caminhava a passo lento pelas ruas da cidade do Porto. Tinha que cumprir com um encargo mas não havia pressa, pois naqueles assuntos a pressa jamais ajudava.

Tinha partido no dia anterior desde o Paço, e com o andar tranquilo havia cruzado o caminho que separava este da cidade ao sul, passando a noite em meditação nos bosques que bordeavam a estrada.

O sol se havia erguido mais cálido aquela manhã, e os pássaros cantavam o fim do inverno. A primavera sempre trazia consigo bons presságios, e esse pensamento fez que um sorriso se desenhasse nos lábios do mestre.

Agora apoiado no seu bastão de freixo, ele parou diante daquela casa coberta de heras. Com uma das mãos retirou o capuz de seu negro manto, descobrindo a cabeça e deixando que a leve brisa que soprava acariciasse seu rosto e seus cabelos. As feições do mestre pareciam talhadas na mesma madeira de seu bastão, seus olhos claros e vivos contrastavam com aquele rosto sério. Seus cabelos muito lisos e na altura dos ombros, tinham a cor do ouro velho e se moviam levemente com a brisa. Os minutos passaram-se suavemente naquele momento, como se o tempo estivesse desacelerando seu passo, uma ilusão apenas, mas uma ilusão que acalmava a alma.

O jovem mestre então apoiou o bastão em seu ombro e bateu palmas três vezes, anunciando sua chegada.
Irises


Irises estava arranjando a cozinha, depois da deliciosa reunião que tivera com as amigas e Celinho. Já pensava em fazer-lhes uma visita de retribuição, o carinho, atenção e cuidados são preciosos no cultivo de amizades, e ela sentia-se em falta com as amigas.
Estava só, pela primeira vez no dia. Celinho tinha ido acompanhar Juana e Lorena, um pequeno cavalheiro!

A moça pensava em tudo o que experimentara naquela primeira manhã de primavera. Não era um saber consciente, como tudo o que aprendera nos estudos do convento. Era intuitivo, e esta sensação era-lhe desconhecida. Resolveu concentrar-se no trabalho simples que fazia, lavar os utensílios. Prestava atenção em cada gesto, o movimento das mãos, o efeito da água nas bacias de enxague, sentindo-se totalmente presente no momento que vivia.

Terminado isso, sentou-se sobre o monte de lãs que armazenava junto à roda, ao lado da “janelinha da hera”. Não estava cansada, mas o momento pedia repouso e serenidade.
Mentalmente revia o símbolo gravado na pedra, que significava, em resumo, a luz da compreensão. Sabia que poderia copia-lo num pergaminho, mas estava gravado em sua memória, não esqueceria.

Neste momento escutou três batidas de palmas, pareciam ressoar dentro da casa.
Ergueu-se e abriu a porta, encontrando um senhor ao qual nunca tinha sido apresentada, mas que já vira algumas vezes, na casa da menina Celestis, quando a visitou, e passando pela estrada com os cavaleiros vestidos de negro que despertavam-lhe curiosidade.

Sem saber o motivo de sua visita, limitou-se a cumprimentá-lo, e na dúvida se deveria fazer uma vénia, simplesmente sorriu.

Eleazar


Foi a moça Irises quem o veio receber. Nada inesperado, pois aquela era a casa da dama, e o jovem mestre a conhecia de vista apenas, mas mesmo assim, com só pousar os olhos nela ele pode ver que muito havia mudado naquela moça desde a última vez que a tinha visto. E tinha certeza que essa mudança estava relacionada com o motivo de sua visita ali naquele dia.

A dama lhe cumprimentou com um sorriso, um belo sorriso perlado, ao qual o jovem mestre retribuiu antes de dizer:

Senhorita Irises, vejo que estás de saida, mas lhe rogo um minuto do vosso tempo. - começou o mestre de escuras roupas - A pedido do Prior, no dia de hoje, me coube entregar-lhe essa carta. - Completou o jovem entregando à Irises um requadro de pergaminho selado com o selo da Ordem de Azure. Completando em voz baixa para que apenas Irises o escutasse - Seria prudente, senhorita, que apenas a abra apenas quando regressares. - E despediu-se logo a seguir com um - Que tenha uma bela viagem senhorita.

Assim, Eleazar voltou a percorrer o caminho, lançando um último olhar em direção ao caminho do bosque onde uma figura observava o ocorrido.
Celestis_pallas


- Droga! Sempre esses malditos ajudantes do meu pai a me prescrutar!

Depois de proferir tamanha ofensa, Celly bate duas vezes sobre a própria boca com a mão direita espalmada! Não era de seu feitio ser tão mal educada e sair a amaldiçoar as pessoas. Entretanto, certas coisas a tiravam do juízo naqueles dias!

Enquanto avançava, meio a se esgueirar pelo gramado, percebe que Irises já notara sua presença.

- Amiga, Irises! - dizia, com um tom de voz muito estranho, como quem parecia desconfiar até da própria sombra - por favor, eu posso entrar? É um assunto meio sério. Ainda não sabem que estou aqui! Pelo menos, acho que não sabem!

Pensava que talvez Irises a escutasse, doutro lado da porta. Uma voz masculina é percebida e alguém parece afastar a porta para recebê-la.

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Aodh


O jovem acompanhara a partida dos moradores da Casa da hera, com destino a Lamego. Estavam animados, a vizinha Juana preparara o farnel, Celinho ensinara o que sabia sobre iscas e Irises, já de saída, mesmo à porta, fizera entrega de encomendas e recebera uma rápida visita de um dos cavaleiros vestidos de negro.

O grupo já havia partido há algum tempo quando Aodh notou que a “janelinha da hera” tinha sido deixada aberta, na pressa e empolgação com a viagem haviam esquecido de verificar. Ele conhecia o local onde Irises guardava a chave reserva, entrou e fechou a janela, aproveitando para verificar se os cômodos estavam seguros.

Já saía quando escuta uma voz a chamar por Irises. Pela janela reconheceu a menina Celestis, filha do Prior. Já se haviam encontrado muitas vezes, nos passeios da menina pelos bosques, na cidade, e nas cercanias do Paço dos Arcanjos, mas tinha certeza de que a mocinha não reparara nele.
Abriu a porta, percebeu que a menina se assustou um pouco, na certa esperava que Irises ou Celinho fossem recebê-la:
- Boa tarde, mocinha! Irises e Celinho estão em viagem, partiram ainda hoje, mais cedo, e vim terminar de fechar a casa A senhorita não parece bem, precisa de algo?
Celestis_pallas


Bom eu...

Celestis enrolava-se, puxando com a mão a cordinha do seu decote no vestido. Não sabia se desabafava com um desconhecido, que, aliás, nem era tão desconhecido assim: já haviam se encontrado inúmeras vezes e a jovem o conhecia de vista. Enfim, não tinha para onde rumar e também não poderia ficar ali, à porta, sem dizer nada ou inventar qualquer história douda.

- Estou com problemas em casa! Meu pai viajou, não sei quando volta. É uma situação delicada, ele fizera isso uma vez e repetiu o ato! O problema foi ter deixado-me com aqueles soldados, eles ficaram responsáveis por mim e me cerceiam mais do que as freiras do colégio quando eu era criança! Consegui fugir, através dum plano mirabolante que agora nem posso explicar! Posso dormir cá pelo menos esta noite? Amanhã ajeito-me!

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Aodh


Aodh escutou com atenção às palavras da menina, e mais atenção ainda prestou aos seus gestos. Estava tensa e aborrecida, suas considerações exprimiam a revolta comum aos jovens inteligentes e questionadores.

Não poderia atender ao pedido, além da casa não lhe pertencer e só encontrar-se nela por obra do acaso, ainda havia o receio de despertar a ira do Prior. Também não poderia deixar a mocinha desamparada, naquele estado de nervos!

Dirigiu-se a ela com a costumeira calma:
- Menina Celestis, entendo perfeitamente o que está sentindo... por vezes não conseguimos compreender as atitudes das pessoas próximas, principalmente das que amamos. Não poderia acolhê-la, visto que a casa não me pertence, e certamente devem estar todos à sua procura. Mas não ficará sozinha, disse com um sorriso, apontando para o banco ao pé do carvalho, vamos nos sentar e conversamos.
Celestis_pallas


Celestis pensou por alguns instantes. Sempre gostou muito de conversar com os mais velhos, estes sempre lhe transmitiram a calma que ela necessitava em seus breves momentos de imaturidade. Entretanto, estava obstinada a dar cabo da situação; tinha fartado-se de promessas e da morosidade da vida retirada da cidade.

- Muito obrigada, senhor, mas, vou pensar no que fazer! - disse, dirigindo-lhe uma vênia - Passar bem, fostes muito atencioso comigo!

E assim, rumou até os portões, feito um raio. Percebia um vulto vigiando-na, o tempo todo, mas, imaginava que fosse apenas uma má percepção, um resquício de culpa por seu ato moralmente falho. Subiu no coche - afanado da propriedade do Viana - e partiu a trote largo. Garbi, sua égua e Tânder, seu cavalo, encabeçavam a aventura.

- Eia!!!

E sumiu sob a neblina.

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Aodh


Surpreendido pelo gesto repentino, Aodh não insistiu para que a menina ficasse, respondendo à despedida com um gesto de cabeça.

Ficou ali parado, escutando o galope dos cavalos até os sons desaparecerem por completo. Orou pedindo proteção para a menina, desejando que seu espírito encontrasse repouso. Cedo ou tarde perceberia que a distância não faz estremecer os afetos verdadeiros, e que somente em si, encontrando a Paz, alcançaria a liberdade que tanto procurava.

Devolveu a chave ao lugar de origem, surpreendendo-se por estar sentindo saudades de Celinho e Irises, e retornou ao bosque. Havia muito o que estudar!
Irises


Chovia muito quando Irises chegou de viagem. A carroça atolava e estavam todos encharcados e cheios de lama, a capa pendia pesada!
Kalled, Cientista e Joana acompanharam-na até a porta e ajudaram a descarregar a bagagem. A moça agradeceu pela ajuda, não fossem eles não conseguiria retornar em segurança!

Ansiosa que estava por um banho quente, acendeu o fogo e foi procurar Celinho, no cantinho onde o menino gostava de dormir. Celinho não estava, e ela logo imaginou que deveria estar hospedado com Vivian, numa noite chuvosa ela não deixaria que ficasse sozinho na casa. Talvez tivesse tido medo dos trovões... tão pequenino!

Depois de um banho demorado, já aquecida, deitou-se, feliz por estar novamente em casa. Súbito, lembrou-se da carta do Prior, que recebera antes de partir. Acendeu a lamparina e procurou, mas não havia sinal dela! Voltou para a cama, cansada que estava, e dormiu até o raiar do sol.

Mesmo antes de lavar-se foi em busca da carta. Encontrou, no chão, completamente ensopada da chuva da noite anterior. Na certa, quando abrira a porta, o vento derrubara a carta de cima da mesa! Ainda tentou abrir, o pergaminho de qualidade estava inteiro, mas a escrita havia se apagado completamente, sobrando nada mais que borrões de tinta.

Bem decepcionada, com o que considerou ter sido uma grande falha de sua parte, lavou-se, pegou num cacho de uvas e seguiu para o bosque, levando consigo o pergaminho.

Irises


Viu Aodh na lida com os carneiros, devia agradecê-lo por ter zelado tão bem dos animais durante sua ausência!
Aodh


Aodh notou Irises aproximando-se e esperou. Terminava o trato dos carneiros, sentou-se no cocho a espera. Estava cabisbaixa, parecia abatida. Mal chegou perto dele e mostrou um pergaminho borrado, a tinta manchando as mãos da moça. Explicou o acontecido, e Aodh não entendia por que motivo uma fatalidade, da qual não tivera culpa alguma, poderia deixar Irises tão entristecida.

Irises sentou-se ao seu lado e suspirou. Havia algo de muito triste para além do episódio da carta, mas dificilmente ela diria o real motivo.

Pensou em ajuda-la, contando apenas com o que via:
- Dama Irises, não imaginas que triste figura estou enxergando... uma boa moça, correta, perspicaz, e, se me permite dizer, bela... sentada neste momento num cocho, enrolada num manto encardido, com as botas enlameadas, as mãos manchadas de tinta azul, segurando um pergaminho com expressão desalentada! Ora, peço que me perdoe, mas está muito engraçada!

Irises olhou rapidamente para Aodh, furiosa! Em segundos, porém, olhou para suas botas e começou a rir. Realmente, que figura! Sorriu para ele, seus olhos ganharam brilho novamente. Num gesto impetuoso abraçou Aodh, sempre sorrindo explicou algo sobre não ser aquele pergaminho que a magoara, e sim todos os outros que não chegaram! E prometia que ia cuidar-se com mais esmêro, aprender algo das vaidades femininas...

Aodh viu a moça ir para a casa. De vez em quando virava-se e acenava, e o jovem pensava que nem todo o conhecimento que reunira seria capaz de fazê-lo conseguir entender as mulheres...
--Homem_do_capuz



Aproveitando o momento em que ninguém estava por perto , um homem encapuçado aproximou-se da entrada da Casa.

Aguardou alguns minutos em silencio imóvel , em pensamento foi lembrando "um coração perfumado é livre dos espinhos da culpa, deixo-te flor sob o chão na esperança que renasças no coração e eu sinta o exalar do teu perfume", depois curvou-se lentamente e deixou a entrada da Porta uma Flor Branca e sob ela uma mensagem onde se poderia ler:

Que dizer neste momento de consciência?
Estive nas trevas , não soube cuidar!
Perdi-me no estudo , na Ciência
Julguei que o tempo "eterno" iria esperar.


Mas há muito que o Sol de pôs, se perdeu a hora
E Agora apenas à luz da consciência transformada
Está a alma sentida nas trevas pela obra que não fora
Pela pomba que não chegou nas mãos da mui amada...


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