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A Casa da hera - Número 30

Irises


As notícias corriam rápido na Cidade do Porto. Irises costumava fazer uma seleção, presntando sempre atenção às boas e mostrando desinteresse pelas más e pelas fofocas, então só lhe chegavam aos ouvidos as boas novas...
Apesar de ter ouvido rumores sobre o casamento, a emoção de ouvir de Lorena foi muito forte! Conhecia a amiga desde muito tempo, estiveram as duas segredando sobre seus amores, na altura tudo era sonho e esperança.
Todos os momentos passaram pela cabeça de Irises, as primeiras conversas, as belas cartas que Lorena recebia e a deixavam contente por semanas! O convite para o baile, a escolha do vestido... Tudo na altura era o caminho para que se chegasse a este momento feliz!

- Minha querida, afilhada! Fico contente em ter vindo pessoalmente me contar, sabe? Sua presença aqui me transporta a um tempo muito feliz!
Tenho a certeza de que este casamento será abençoado, não existem mesmo barreiras para o afeto verdadeiro.


Abraçou Lorena, as duas moças emocionaram-se. Recompondo-se, começaram a falar sobre as flores para decorar e perfumar o grande dia, e também a respeito das músicas a escolher. Tinha de ser um dia perfeito, como era perfeito o amor que unia o casal.

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When the night is overcome, you may rise to find the sun
Celinho


Celinho chega ansioso pela para seguir viagem, sorri a mãe e pede para ela se apressar pois os grupos já estão todos preparados.

Enquanto aguarda os últimos preparativos, observa saudoso o local onde cresceu. A velha e gigantesca arvore onde, por muitas vezes, ficava a se esconder de Aodh.

Sorri olhando, em silencio, a mãe a arrumar as tralhas enquanto Poe anda saltitando pela casa.

Realmente sua infância lhe trás boas lembranças.
Irises


A bagagem toda arrumada, um filho carinhoso para ajudar, a casa em ordem... Irises deu uma olhada em volta, tudo no lugar!

Abraçou Celinho, e deu a ele uma caneca de leite e broas, como fazia quando era pequenino, nem perguntou se estava com fome.
Enquanto o rapaz comia, contou a ele sobre a visita de Lorena e a confirmação do casamento. sabia que Celinho gostava muito de Lorena, a noticia era perfeita para uma manhã especial como aquela.

Fechada a porta, seguiram ao encontro dos grupos.

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When the night is overcome, you may rise to find the sun
Irises


A longa viagem a Chaves correra melhor que o esperado. As tavernas sempre animadas, novas e boas amizades, o trabalho fluíra sem grandes problemas.
Voltara com um grupo numeroso, novos moradores de Chaves e Braga, com destino a Lamego, para a pesca.
Celinho gostara tanto de Chaves que resolveu ficar mais alguns dias, prometendo encontrar-se com o grupo em Lamego.

Irises tinha se comprometido com o irmão, Kalled, enquanto Reitor provisório da Universidade do Porto, a lecionar dois dias da semana. Seria perfeito, porque precisava trabalhar na Oficina também, fazer o vestido que daria de presente de Natal a Juana. Já tinha as lãs e peles, o tecido tingido, conseguiria fazer a tempo.

A viagem até Lamego não teria um grupo grande, como o de Chaves. Agora, com a abertura das minas no Porto, já não se justificava o deslocamento. Mas talvez conseguissem reavivar a equipa de pesca, o que seria uma grande conquista. Estava animada também com a proximidade do Natal, preparando presentes para os amigos, a família e uma pessoa especial.

Vivia uma fase feliz e sossegada, como há meses não conhecia!

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When the night is overcome, you may rise to find the sun
Aodh

Aodh fora avisado do retorno de Irises tão logo ela decidira voltar ao Porto.
Contava com sua chegada apenas após a data de seu aniversário, o que seria pelo fim da primeira semana do ano, então apressara-se em verificar a segurança das estradas e os cuidados com a casa, que precisava ser arejada e abastecida de alimentos e lenha.

Estivera em Chaves, acompanhando a caravana que levava os primeiros materiais para a o inicio da construção da Torrealba da Cruz de Azure.
Já ao retornar para o Porto, avistara, de longe, Irises e Celinho no mercado, a procura de alimentos para a nova taverna. Com eles a irmã do Prior, a loira Marih. De uma beleza rara, a moça parecia gentil, apesar da lenda sobre ter gênio forte e nenhuma modéstia. Ali, auxiliando os amigos a escolher cenouras e rabanetes, rindo e gesticulando ao regatear o preço com os vendedores, não parecia fazer jus à fama que tinha.

Evitou encontrá-los, não conseguiria explicar sua presença na cidade de Chaves sem faltar com a verdade, o que não poderia fazer, um procedimento que ia de encontro ao código de honra que trazia, desde que podia lembrar-se, fortemente arraigado em sua personalidade.




    By Madá
Irises
“Chegada ao Porto, em dois de janeiro de mil quatrocentos e sessenta e um. Perto dos vinte anos, resolveu voltar. Sem dinheiro nem companhia, conseguiu sair do convento às encondidas, sob a carroça de um mercador, perigosamente pendurada. Foi a primeira vez que viu uma cidade, o movimento e o barulho constante assustaram a moça.”

Irises relia as páginas do diário que mantinha há um ano. Sentada sobre seu monte de lãs predileto, a separar as coisas que levaria para sua nova casa, fazia mentalmente uma retrospectiva de tudo o que passara.

Não era mais a mocinha assustada que chegara timidamente na taverna da Ribeirinha, em busca de encontrar seus irmãos, temerosa pelo fato de desconhecerem sua chegada e, talvez, não aprovarem.
Já no primeiro dia conhecera aquele que a ajudou, ensinou sobre a vida na cidade e com os primeiros atos rumo a uma vida independente e fora da clausura, o amigo Cientista! Depois outros tantos amigos, que foram um grande incentivo para que ela permanecesse na cidade e não resolvesse voltar ao convento de Santa Clara: Actoze, Vivian, Marialua, Tiaguuuh, Balyan, o casal Fllora e Johnrafael, Celestis, Shyido, Brie, Duff... tantas boas pessoas, atenciosas e queridas!

Com o tempo fora conhecendo mais gente, apoiada pelo então prefeito Haegendazs assumira a mentoria da cidade, iniciando um período de oito meses ininterruptos na função.
Ali pudera recepcionar e conhecer muitas outras pessoas que vieram chegando depois dela, a fim de também construir sua vida na cidade. Muitos mudaram-se ou perderam-se, mas ainda trazia presente a amizade de Dicroh, Dromo, Lorena, RosinhaBcd... de cada um destes tinha boas lembranças e a amizade presente. Relia os registros que fizera no escritório da mentoria, no livro “Vista Geral do Porto”, mantido atualizado durante todo o tempo em que fora mentora. Levaria o livro? Resolveu que deixaria de presente, quem sabe poderia ser continuado? Muita da historia do Porto naqueles longos meses estava registrada, não pertencia a ela, era parte da cidade e não poderia levar.

Encontrou o cavalinho de madeira, que era o brinquedo predileto de Celinho. Aquela criança encantadora, que conhecera nos primeiros dias e cativara seu coração de tal forma que fizera de tudo para conseguir adotar oficialmente e manter para sempre o elo que os unia. Em nenhum momento arrependera-se da decisão, se houveram as naturais rusguinhas entre mãe e filho, eram logo superadas pelo amor que sentiam um pelo outro.
O cavalinho, muito bem entalhado por Aodh, aquele seu companheiro de tanto tempo! Não conseguia mais conceber sua vida sem a presença do amigo, e riu-se ao recordar que tivera medo dele no primeiro momento. Guardião dela, de Celinho e da casa da Hera, Aodh era parte da família.

A família... a recepção calorosa dos irmãos Kalled e Marramaque, o trabalho para que fosse recuperada a genealogia dos Ávila Guimarães, os sobrinhos Takoshi, Flap, Juana e Rosangela... Boas lembranças! Pegou na cópia da árvore genealógica, levaria também!

Encontrou um pequeno maço de cartas envolvidas num tecido de seda. Eram os poemas que tinha recebido de uma pessoa muito importante e querida, Luznik. Durante muito tempo, desde o inicio da adolescência, ainda no convento, nutrira secretamente a esperança de ser ele a pessoa de seu destino, com a qual construiria uma vida em comum. O tempo mostrara que nele encontraria carinho, respeito, amizade e apoio, mas não o amor. Guardou as cartas, sem pesar ou arrependimento pela dedicação que tivera. O afeto manteria-se para sempre, ao longo das eras.

Seguiu para o bosque, nesta altura as árvores tinham perdido as folhas, mas continuava belo. Sentou-se à beira do poço, observando os sinais gravados nas pedras. Hoje conhecia cada um, sabia ler o significado. Todos os estudos com Aodh trouxeram a ela mais conhecimento da vida e de si, era grata ao amigo. Estava exatamente pensando nele quando o viu chegar pela trilha.


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When the night is overcome, you may rise to find the sun
Aodh

- Uma palavra, e depois a seguinte,
conduziram-me à terceira,
De um feito para outro feito...


Ele disse e sorriu. O sorriso de Aodh era algo raro, mas quando acontecia, iluminava tudo ao redor. Sentou-se ao lado de Irises, e ficaram algum tempo em silêncio, como costumavam fazer.

Aodh observava o semblante de Irises. Estava serena, mas com a ruga entre as sobrancelhas, característica que herdara do irmão Kalled, que significava que havia algo a preocupá-la. Ela evitava que os olhares se cruzassem, num movimento rápido Aodh sentou-se numa pedra, bem de frente para ela e segurou-lhe as mãos:
- Partidas, chegadas, despedidas, encontros e reencontros, minha amiga. Tudo é parte da vida, movimento! A estagnação não é saudável, nem para o corpo nem para o espírito, e bem sabes...

- Sei... mas...

- Tem alguma dúvida a respeito da decisão que tomou? Ele olhava para ela com firmeza, prendendo os olhos dela nos seus.

- Não! Não tenho dúvidas. Mas... veja! É um passo importante, rumo a algo que desconheço, uma cidade nova, muito trabalho, não sei se serei capaz! Disse Irises, de uma vez e sem pausas para respirar, o tom de desabafo era notável.

Aodh calou-se, o olhar desencontrou do dela e parecia trespassá-la, como se estivesse enxergando através da moça, do bosque...
Irises
Irises conhecia bem essa expressão, ele tinha algo a dizer e refletia se deveria ou não prosseguir. Raras vezes conseguira prever as reações de Aodh, esta não era uma delas...

Ela não se acovardava diante de desafios, sabia que não estaria sozinha em Chaves, não conseguia explicar o que sentia. Como dizer a ele que estava com medo de... sentimentos?
Não! Ele nunca entenderia. Calou e virou-se para o poço, a mão mergulhada na água gelada despertou nela o senso de realidade que lhe estava faltando.

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When the night is overcome, you may rise to find the sun
Aodh
Percebendo a mudança no olhar de Irises assim que tocou na água, Aodh sentiu-se aliviado. Por mais que fosse determinada, prática, trabalhadora, havia nela uma parte que fora esquecida e deixada de lado, o campo dos sentimentos.

Uma fortaleza, a ruiba! Mas seu coração permanecia de menina, intocado, apenas levemente roçado pelos sonhos que cultivara. O momento trazia novas descobertas, ela tinha medo.

Pegou no bolso um pequeno objeto, segurou na mão, era o momento de entregar o presente que há tantos anos fizera para ela. Conhecia aquele que a acompanhara durante todo o tempo, que soubera estar presente em momentos importantes, que a apoiava com sua presença firme e tranquila, que respeitara seu tempo.
Para além da admiração e respeito que tinha, sabia que Irises não teria nada a temer e que poderia ser muito feliz, e que encontrara seu verdadeiro companheiro de jornada.

Tirou delicadamente a mão dela da água, e sobre a palma, ainda molhada, depositou seu presente.



Irises
Irises olhou para o amigo, e sorriu. O semblante desanuviou-se, conhecia exatamente o significado daquele símbolo, embora nunca tivesse sequer se aproximado de tudo o que significava.

Pensou no Amor que se apresentava para ela, o qual temia. Chegara abrindo um espaço novo, descobrindo secretos caminhos em seu coração, e era disso que ela tinha medo. O presente de Aodh a confortou.
Simbolizava a dádiva da liberdade, a união com harmonia. Era a runa do Amor.

Significava todas as relações harmoniosas e livres. Pessoas que se amam e se respeitam, que trocam experiências, crescem juntas! Uma dádiva de amor compartilhado. A esperança e a alegria. A proteção de Freya...

Segurou firmemente o pequeno objeto de bronze. Entendia que aquele não era um presente direcionado a ela, mas à pessoa que estava trazendo todas as novas dádivas.

Abraçou Aodh, depositando um beijo suave em sua testa. Confiava, e sabia exatamente a quem o cordão seria entregue. Não tinha mais medo.

Voltaram juntos para a Hera, Aodh a auxiliar nos últimos preparativos. Tanta coisa a fazer ainda! Mas estava serena, confiante... e feliz!

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When the night is overcome, you may rise to find the sun
Yochanan


Ele aguardava o retorno da jovem ruiva, e ali estava ela junto do Grigori Aodh, seu guardião secreto, seu anjo da guarda. Nenhum outro papel descreveria tão bem o caminho que ele havia escolhido tantos anos antes naquele mesmo dia que o homem que agora aguardava havia escolhido o seu.

Aqueles dois que se haviam conhecido tantos anos antes voltaram a se reencontrar havia pouco tempo comparado com os anos que passaram sem ver-se, mas a amizade silenciosa entre eles perdurara, e por isso ele lhe havia confiado a que cuidara em segredo duas das coisas que lhe eram mais preciosas naquela cidade. O Antigo Poço dos Druidas cujas águas tinham propriedades curativas, e cujas runas guardavam segredos ancestrais e a jovem Maese ruiva que agora caminhava com ele em direção a Hera.

Foi o suave relincho de Itzal que o tirou de seu sonhar desperto e de longe ainda saudou os caminhantes levando a mão esquerda à altura do peito e fazendo uma ligeira vênia com a cabeça. Trajava naquele dia as negras vestes de todos os dias da Ordem.

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Irises
O Prior aguardava em frente a casa. Por mais contido que fosse o sorriso de Irises ao vê-lo, sua alegria transparecia.

Retribuiu a vênia, não sabia se deveria apresentá-los, e nesse momento de dúvida reparou numa troca de olhares entre eles que denotava... cumplicidade? Aodh nunca revelara muito sobre si, e Irises respeitara sempre este silêncio. Mas foi um gesto discreto de Aodh, a mão esquerda sobre o peito, que deixara tudo às claras: Aodh pertencia a Ordem de Azure!

Tudo se encaixava, a chegada repentina, quase ao mesmo tempo em que Yochanan retornara ao Porto, o zelo para com ela, todos aqueles anos a acompanhando, protegendo...
Num primeiro momento, sentiu-se indignada! Ela, Maese da Ordem de Azure, vivera tantos anos em companhia de um irmão de ordem sem conhecer-lhe a origem!

Olhou para o Prior, que lhe devolveu um sorriso significativo, ao mesmo tempo em que movia discretamente a cabeça, assentindo. Aodh permanecia imóvel, olhando para ela.

Logo clareou o pensamento, e sorriu para aqueles dois homens ali presentes. Yochanan sempre estivera mais presente do que ela jamais imaginava. E Aodh cumprira sua missão, que terminava e culminara naquele momento. Fora abençoada, devia agradecer por isso...
Convidou-os a entrar, nem se importando em desculpar-se pela desordem, lembranças e objetos espalhados por toda a casa, nos preparativos para a mudança.

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When the night is overcome, you may rise to find the sun
Yochanan


O Prior sorriu discretamente em resposta para Irises, e quando esta os convidou a entrar ele permaneceu alguns momentos com Aodh antes de cruzar o portal da Hera.

- Għajnejn tajba tfittex mistrieħ fuq inti ħabib tiegħi. Kif inti din il-ġurnata multa? - foram as palavras que o Prior dirigiu a Aodh quando se encontraram, seria aquela alguma pista sobre as origens do Grigori, ou apenas algo para que Irises não os compreendera agora que ela havia descoberto a afiliação de Aodh com a Ordem. - Inti ħadt ħsieb kbira ta 'teżori tiegħi ħabib tiegħi, nirringrazzjak għal dan, imma jien trid nitolbok waħda aktar kompitu. - O Viana fez uma pausa. Aquelas palavras tinham uma estranha sonoridade que parecia a língua dos mouros aos ouvidos desacostumados, mas ainda assim havia nela algo diferente, talvez na cadencia da palavras havia algo que parecia ao idioma dos italianos. -Li tissospendi hawn u jżommu l-għassa fuq il-ukoll tal-qedem.

Após a resposta de Aodh, ambos entraram na casa para ajudar com os preparativos da mudança.


peço desculpas por qualquer erro de tradução.. esta foi feita usando o Google Translate.

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Irises
A sonoridade das palavras trocadas entre Yochanan e Aodh era a ela completamente desconhecida. Esse seria apenas mais um dos segredos que uniam o Prior ao Grigori, haveria muito a descobrir, a seu tempo.
Esperaria, mas não muito! Tinha perguntas a fazer e esperava respostas bem objetivas.

Para o momento aproveitou a ajuda para preparar a bagagem, e deixou que conversassem enquanto trabalhavam e ela ia preparar um chá quente, bem apropriado para o frio que se fazia sentir ao cair da tarde.

Tudo arranjado, a carroça carregada com as coisas indispensáveis, Aodh e Yochanan despediram-se dela, que agradeceu a ajuda e, sem dizer, agradeceu também que a deixassem sozinha por alguns momentos, a despedir-se do lugar onde vivera.

Não que não fosse retornar, manteria a casa, Aodh zelaria por ela. Também mantivera todos os utensílios de cozinha, de cama, os cobertores quentes que Celinho adorava. Tinha pedido a ele que não deixasse de vir sempre, passar alguns dias, ou ao menos visitar o local onde crescera. Deixara uma cópia das chaves com Marih, certamente que o toque feminino, tão necessário numa casa, não faltaria.

Parou perto da porta e olhou com carinho a pequena casa. Com gratidão pelo tempo que vivera ali, e levando muitas lembranças.
Respirou fundo e abriu a porta, e já estava quase saindo quando lembrou-se: Correu para fechar a janelinha da hera!

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When the night is overcome, you may rise to find the sun
Celinho


Celinho volta a Porto apos alguns dias de viagem.

Aproxima-se lentamente da casa olhando saudoso o local. Seus olhos marejados acusam o sentimento que lhe toma o peito.

O ruivo abre cuidadosamente a porteira fechando os olhos para ouvir o rangir da madeira. O barulho trasportava o jovem a infância, na qual ele entrava sempre correndo e gritando pela mãe apos cada dia de aprendizagem na padaria.

O rapaz vai entrando, o silencio atual do lugar, contrasta com os tempos em que la vivera. Ja não avista a fumacinha saindo da chaminé como, antes, era costume. O Poe já não viera o recepcionar dando voos rasantes e gritando antes de pousar em seu ombro e brincar com os caracóis vermelhos.

A casa estava limpa, porem percebia-se que faltava algo. Sentiu um enorme vazio no peito ao olhar o quarto em que sua mãe dormia, sorriu limpando os olhos e seguiu ate o poco.

Esgueirando-se em meio a trilha, avista o local bem cuidado. Aodh estava mantendo como antes !

Celinho sentou-se e por la ficou algum tempo meditando.

Pois bem senhor ruivo, todo pássaro um dia sai do ninho e tem que viver sua vida, esse 'e o ciclo da vida ! Pensa Celinho com um sorriso.

O sol estava se recolhendo, dando lugar a lua e o rapaz teria que retornar a cidade.

O jovem ruivo lava o rosto com a água cristalina, monta Sereno e sai a galope em direção a taverna.
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