[RP] Apascentando os carneiros às margens do Sado

Ele então pegou seu cavalo e esperou a Dama.

- Precisas de ajuda, querida?

Ele estava nas nuvens. Beatrix o deixava sonhando. Ele sentia-se tão bem de uma forma que nunca sentira na vida.

- hummm , iremos negociar, senhorita. Acho que hoje pagaste uma pequena parcela...

Ele então segurou em suas mãos e beijou sua testa.

- Vamos dar uma volta a cavalo?

Ele então após o beijo suave e o intenso pouco ouviu o que disse Beatrix.

- Não, ainda não...

Falou respirando fundo. Beijou intensamente abraçando-a e colando seu corpo ao dela. Um forte abraço para matar a saudade que ainda não sentira, mas que já era latente em seu peito. A beijou apaixonadamente... Intensamente.

Ele segurando Beatrix pela cintura e já muito próximo da Dama, encostou sua testa na testa de Beatrix.

- Então eu virei mais vezes sim.

Falou sussurrando para Beatrix.

- Estou amando conhecer-te.

Ele a abraçou pela cintura.

- humm Sim de fato, senhorita. Tens de pagar...

Ele fala seguindo no mesmo tom e envolvendo-a em seus braços.

- Dois meses é muito caro, não estou sendo rigoroso, só estou sendo justo, oras...

E novamente fechou os olhos levantando as sobrancelhas, era novamente "uma verdade absoluta"...

Ele a ouve.

- Nunca fui lá, contudo já ouvi falar.

- Mas não mudes de assunto.


Ele sorriu para Beatrix.

- São dois meses sem vê-la... Oras, quero beijos adiantados... Pois tanto tempo assim, ficarás devendo a mim...

Ele falou fechando os olhos e levantando as sobrancelhas como que não aceita estar ou sequer que falem que está errado. Como quem acabara de dizer uma verdade absoluta e não aceita argumento nenhum. Era de fato uma grande brincadeira e Beatrix sabia disso.

Ele a respondeu:

- Se pagares com carinhos e beijos as diárias... Podes ficar para sempre...

Ele para, pensa. Olha para cima. Pondera. repensa.

- hummm...

Coça a cabeça e as sobrancelhas...

- Se é tão importante para ti. O que posso fazer?

- Talvez me reste aproveitar cada segundo contigo, antes que partas.

Ele então aproxima-se de Beatrix e a beija amorosamente. Toca seus lindos cabeços e acaricia seu rosto. Beijando-a apaixonadamente.

Ele arregala os olhos e olha para ela.

- Alexandria?

-Mas...

Ele levanta-se, senta-se de frente para Beaterix, com as pernas cruzadas.

- Alexandria, mas... É tão longe. Quanto tempo ficarás fora?

- Eu só queria matar um pouco as saudades.

Ela diz e sorri, ainda acariciando os cabelos de Fitz.

- Alguma novidade? Andaste sumido. Até pensei que havia me esquecido, no fundo de um lago qualquer. Isso até daria um bom conto, mas detestaria que acontecesse. Quando vamos treinar? Ainda lembra disso?

Ela pergunta sorrindo divertidamente, lembrando da primeira vez que se encontraram ali naquele recanto e ela derrubou Fitz com o cajado de pastor.

Está uma tarde muito agradável e uma brisa suave mexe nos cabelos de Beatrix e espalha as flores e folhas pelo chão. O murmúrio do rio é ouvido nesse recanto silencioso e deserto. Apenas alguns sons de pequenos animais quebram a cantiga do rio com seus piados e farfalhar de asas. Fitz estranha apenas a ausência do barulho dos carneiros.

- Também acho seus olhos adoráveis, mas também gosto muito dos seus lábios e de todo o restante. Adoro seus beijos.

Ela diz enquanto continua acariciando os cabelos de Fitz, então o beija novamente, primeiro na testa, depois nos olhos, no queixo e só depois nos lábios.

Ele sorriu para a Dama.

- Sou um bom observador...

Ela sentou-se e ele deitou ao seu lado, repousando sua cabeça no colo de Beatrix.

Fechou os olhos e disse:

- É sempre muito agradável estar contigo, Beatrix.

Ele a conduziu numa dança tranquila quase que acompanhando o som dos pássaros. Ele então aproximou-se ainda mais e dançou apenas com passo simples e curtos. Ele sorria para ela e vez por outra beijava sua testa...

Ela faz uma mesura e aceita o convite.

- Claro que aceito, estava com saudades de dançar com você. Houve um baile em Alcácer, eu vim, mas sem você não teve graça. Queria que você estivesse.

Ela disse e deixou que ele a conduzisse.

El ouve seu convite, mas não a deixa sentar...

- Vejas Beatrix! Essa grande pedra merece uma dança. A algum não dançamos.

Ele pôs-se diante dela e a convidou para dançar.

- Dança comigo, senhorita?

- Queria que pudêssemos nos ver mais vezes.

Ela disse e sorriu.

- E depois de tanto tempo, eu não ganho um beijo?

Beatrix perguntou ainda abraçada a Fitz.

Beatrix notou a presença de alguém se aproximando, vendo que era Fitz, levantou-se e foi até ele muito sorridente e feliz.

- Que bom revê-lo. Tive saudades. Espero que não esteja roubando seu tempo, sei que é bem ocupado.

Ela disse e deu um abraço em Fitz.

Beatrix marcou um novo encontro com Fitz, às margens do rio. Dessa vez ela não trouxe os carneiros. Era uma agradável tarde de sábado, e ela aguardava, enquanto observava a bela paisagem à sua frente. Ela vestira um belo vestido verde, e usava os cabelos soltos.

Estava feliz em reencontrar Fitz de quem tinha muitas saudades.

Ela caminhou de mãos dadas com Fitz. Aquele horário ao final da tarde era fresco e agradável, e havia um perfume morno de flores no ar.
Os carneiros iam seguindo, sem grandes dificuldades, já sabiam o caminho de casa e não tinham mais intenção alguma de fugir. Estavam bem alimentados, e o cansaço fazia com que desejassem o aprisco. Poucas vezes Beatrix precisou interromper o trajeto ao lado de Fitz para tangê-los e buscá-los.

O sol ainda não havia se despedido do casal quando chegaram ao ponto em que se separariam. Ali a brisa das flores e do rio se misturava ao cheiro e a brisa do mar que banhava Alcácer do Sal.

- Foi uma tarde muito agradável. Espero vê-lo em breve, meu querido.

Ela disse com um jeito doce, e deu um beijo rápido nos lábios de Fitz. Deu outro beijo em seu rosto e despediu-se dele, em seguida.

O Sr. Fitz então também acariciando-a as mãos respondeu-a.

- Em breve. Posso acompanha-la um pouco pela estrada? Depois sigo meu caminho.

- Adorei revê-lo novamente, mas preciso voltar para casa. Foi uma tarde maravilhosa. Quando você poderá vir me ver novamente?

Ela perguntou segurando e acariciando as mãos dele.

Ela aceitou os beijos de Fitz, retribuindo as carícias. Estava feliz por estar ali novamente ao lado dele. Havia sentido muitas saudades daqueles momentos e procurou aproveitar o quanto pode a companhia tão adorada.

Por um instante pensou se não estava sendo vigiada pelos gregori, mas certamente as "sombras" não seriam indiscretas e esse ponto. Enquanto não houvesse ameaça eles certamente respeitariam a sua privacidade. Acariciou os cabelos e o peito de Fitz e enquanto o beijava com paixão. Quando terminou esse beijo ela comentou e sorriu.

- Prometi a meu irmão que me comportaria bem.

Beatrix tocou os lábios de Fitz e o beijou suavemente, depois deu um outro beijo mais intenso. Ela fez um carinho de leve em seu pescoço, enquanto o beijava. Depois dos beijos ela abriu os olhos e sorriu.

- Então, acha que fui justa?

- Que tal dois beijos?

Ela propõe aproximando os lábios dos lábios dele, dessa vez, mas sem beijar ainda, encarando-o nos olhos.

Beatrix terminou a peça que estava tocando, então guardou a flauta. Viu que Fitz estava cansado pelo trabalho de apascentar os carneiros.

- Não posso negar que você fez um bom trabalho para a primeira vez. É bem cansativo quando não se tem prática. Parece romântico a pastora com os carneirinho, mas isso me deixa exausta. Foi muita gentileza sua, certamente merece seu pagamento. Acho que vou até pagar um pouco a mais.

Beatrix divertiu-se um pouco ao assistir Fitz pastoreando os carneiros. Apesar de se atrapalhar um pouco no iniciou ele estava se saindo bastante bem para a primeira vez.

- Pode trazê-los de volta para o pasto agora, Fitz.

Ela disse sorrindo e notando que ao final ele até que dominara bem o trabalho, ela pegou a flauta e pôs-se a tocar um pouco.

Ele sorriu com o beijo na testa.

- Sim, vamos. Guia-me.

Ele levantou-se e a ajudou a levantar.

Ele apoiou-se no chão e levantou até onde pudesse alcançar os lábios de Beatrix.

- Acho uma oferta razoável.

Ela respondeu sorridente e aproximou os lábios para a primeira parte do pagamento, enquanto acariciava os cabelos de Fitz que ainda estava deitado em seu colo, confortavelmente.

- Quer aprender a apascentar carneiros? Pode ser divertido.

Ela propõe.

- Se você me ajudar a levar as carneiros para beber, ganha um beijo.

- Você é um militar forte e resistente, pode se recuperar sem ajuda.

Ela sorriu.

- Acho que vou querer algo em troca de um beijo. Você faria?

- Claro que posso, Fitz.

Sorrindo ela encarou Fitz, aproximou mais o rosto do dele, então ele sentiu um beliscão em seu braço esquerdo. Não era um beliscão tão forte, mas o suficiente para que ele sentisse um pouco de dor e tivesse a certeza que não era um sonho.

- Eu espero que não, ou ambos estaríamos mortos e eu me sinto bem viva. Também não me agrada a ideia de apascentar ovelhas pela eternidade.

Ela comentou sorrindo e sentou-se ao lado dele, estendendo sua capa no chão. Apoiou a cabeça de Fitz em seu colo e acariciou seu rosto.

- Não, não está sonhando, sou eu. Cheguei, em carne, osso e carneiros.

Beatrix disse sorridente e corada. Ela vinha caminhando como de costume. Estava usando um traje simples, mas havia se arrumado com esmero. Aquele era o dia dela apascentar os carneiros e estava mesmo acompanhada por mais de uma dúzia de bolinhas de lã, que baliam sem parar.

Beatrix chegou cedo ao local às margens do Sado, onde ela costumava apascentar suas ovelhas. Ela viu Fitz deitado e aproximou-se devagar, cobrindo o sol e fazendo-lhe sombra sobre o rosto. Ela aproximou-se silenciosa, mas sabia que da maneira como se interpôs, logo seria notada. A expressão dele parecia calma e feliz. Estaria adormecido?

- Sem dúvida não era a que eu pretendia. Queria surpreender minha irmã de outro modo.

William disse e em seguida preferiu não comentar mais nada, desejava esquecer por enquanto aquele assunto. Ele buscou seu cavalo e acompanhou Eleazar para Sintra, onde ele já havia estado, sempre desejoso de saber como sua irmã estava. Agora ele retornava a Sintra para rever Yochanan. Ele certamente já sabia da sua chegada.

William apenas viu o rapaz despedir-se de Beatrix, não fez nada para impedi-lo de aproximar-se da irmã. Nesse ponto ao menos, ele achou que Fitz teve bastante integridade.

Notou que a irmã apesar de obedecê-lo, saiu aborrecida com ele, pois sequer olhou para ele. Sabia que a irmã era jovem e que nessa idade muitas vezes nos deixamos levar pelo coração e não medimos as consequências. Mas ele tinha certeza que estava fazendo o melhor para a sua querida irmã caçula, que agora era a sua única irmã.

Ele sentia-se um tanto culpado por ter deixado Beatrix sozinha, e não ter levado a irmã junto consigo, quando partira de Portugal. Ele devia ter desobedecido a ordem do pai, Theodore. Mas agora era tarde para lamentações.

Em um único dia, ele queria compensar todos os anos de ausência, em que ele não estivera presente na vida da irmã e não a apoiara.

Talvez ele tivesse escolhido a maneira errada de recomeçar, mas ao menos ele estava ali, e ela sentiria que havia um irmão a protegê-la e a amá-la.

Depois que Beatrix partiu, ele virou-se para Eleazar e disse.

- Não façamos o prior esperar. Irei agora.

O Sr. Fitz não surpreendeu-se pelo que disse Beatrix. Ele deu sua palavra. Ele pediu e ele então, mesmo que desapontado e irritado com os sujeitos olhou para ela. Deu-lhe um beijo em sua testa e sussurrou em seus ouvindo:

- Se assim desejas, irei. Adeus...

. Olhando para William e o estranho ele disse:

- BARROIS!

E veio Barrois que por ordem de Fitz estava ali próximo, mas escondido.

- Vamos. Já não somos bem vindos aqui.

- Sim meu senhor, iremos pois agora mesmo.

Partiu Fitz dali sem olhar para traz. Barrois sempre andava com a espada de Fitz e a dele mesmo, além de um arco e flechas. Contudo ele ia mesmo para assegurar que sempre a informação do acontecimento fosse guardada. Saíram os dois dali caminhando calmamente. Fitz ia admirando o conta dos pássaros e as folhas que faziam o som que ele tanto amava, quando o vento batia e as agitava.

Beatrix conhecia o irmão suficientemente para saber que Fitz de fato corria perigo, pois provocara William. Ela preferia levar a conversa com o irmão em um tom mais calmo. Confiança era algo que se conquistava aos poucos e não havia como forçar o irmão a aceitar a presença de Fitz a seu lado uma vez que a impressão que haviam causado um ao outro, era a pior possível.

- Sinto muito Fitz, mas no momento eu preferiria que fosses embora. Eu farei o que meu irmão pede,vou recolher os carneiros e retornar para casa. Espero que entendas.

Ela disse em tom de despedida. Ela estava triste com aquela partida, mas não desejava que o reencontro com o irmão se tornasse um banho de sangue e de fato temia pela vida de Fitz.

Em seu foro interno Eleazar suspirou aliviado ao ver William abaixar a espada. Havia decidido revelar-se pois temia que aquela situação poderia terminar mal para o jovem comandante local. Afinal o patriarca dos Algrave era um Erelim, um guerreiro da Ordem de Azure cuja habilidade com as armas nascia de um dom natural aperfeiçoado por anos de árduos e terríveis treinamentos que serviam para treinar o corpo e a alma do guerreiro. E mesmo daquela distancia ele podia ver que ao Algrave não lhe agradava nem um pouco aquela situação.

- Erelim! - Exclamou Eleazar com autoridade mas se aproximando sem pressa alguma, seu bastão acompanhando seus passos até que se colocou entre William e Fitzwilliamdarcy dando as costas para este último. Aproximou-se então de William de forma que apenas ele escutasse suas palavras e lhe disse em um sussurro. - O Prior deseja que se encontre com ele em Sintra o antes possível. - dito isso sorriu suavemente e falando um pouco mais alto para que Fitz e Beatrix pudessem escutar disse. - Agora, Comendador Algrave, o rapaz aqui - disse colocando a mão no ombro de Fitz. - já estava por se retirar. Não é mesmo, senhor Fitz? - concluiu com um tom jovial, tirando a importância do que quer que fosse que estivesse a ocorrer momentos antes, mas com um incisivo de que não seria muito saudável para o jovem comandante permanecer naquele lugar muito mais tempo.

Beatrix não conseguia acreditar naquela cena. Primeiro tivera uma enorme felicidade em ver o irmão e saber que ele estava vivo e bem. Depois o comportamento super-protetor dele, a irritara profundamente. Ele ficara tanto tempo sem vê-la e agora que a reencontrava estava querendo controlar sua vida de forma tão abusiva.

- Proíbe? Como assim proíbe? Mal chegaste, meu irmão e já vens querer controlar-me? Eu pensava que estavas morto, desaparecido, e mal me alegro em vê-lo e ages assim? Não sou mais criança e sei me cuidar. Acaso não confias mais em vossa irmã?

Gui ouviu as palavras da irmã e não cedeu, continuando a encarar Fitz, diante das palavras dele, o irlandês disse sério.

- Eu sou William Algrave. Patriarca do clã, Algrave. Não me importa o seu escalão, se é oficial, recruta ou general. Ela é minha irmã e devo zelar por sua honra. Encontrar-se com uma mocinha em um local ermo desses, sem nenhuma presença além de ovelhas... Isso em si já é um desrespeito e mostra más intenções. Eu é que vos pergunto. Quem sois, o que queres com ela?

Ele disse e só então abaixou a espada, por causa da presença de Eleazar e por que o oficial estava sem a espada em punho.

Beatrix foi surpreendida pela presença do homem ameaçador. Mas quando viu seus olhos e ouviu sua voz, não teve dúvidas. O que ela viu em Sintra não havia sido uma miragem, nem ilusão. Seu irmão Guilherme Algrave, estava realmente de volta.

Ela encarou-o cheia de surpresa e a emoção em revê-lo quase a fez esquecer que ele apontava sua espada para Fitz.

A presença de Eleazar causou-lhe susto maior. Uma coisa é suspeitar que os azure estavam a sua volta, outra bem diferente é ter um deles ali diante de si.

- Irmão, o que faz aqui? Por que não veio me ver? Preocupou-me tanto. Deixe-o, não estávamos fazendo nada de mal.

Ela insistiu que ele abaixasse a espada. O irmão no entanto, continuou encarando Fitz.

Os Grigori sempre observam, sempre guardam e cuidam aos seus protegidos desde as sombras ou a plena luz, mas sempre sem ser vistos até que seja o momento certo. A influência dos Casterwill ainda pairava sobre as terras do sul português e por isso o Prior ainda não havia retirado a escolta que havia colocado para proteger Beatrix, ainda mais, havia mobilizado a alguns de seus melhores homens para conter a influencia dos agentes do clã inglês.

E agora ali, como se houvesse se materializado do nada, aparecia uma figura em trajes negros, apoiado em um bastão de madeira escura e com uma espada cingida na cintura. Seu rosto emoldurado pela barba cortada rente ao rosto e os cabelos à altura dos ombros escuros ambos como as vestes que levava. De pele escurecida pelo sol, tinha a tez dos camponeses, mas o brilho em seus olhos castanhos e seu porte quase marcial indicavam que era uma pessoa de estrato superior.

Ele foi intencionalmente sonoro em seu pigarreio para anunciar sua presença e interromper-los.

Enquanto Beatrix e Fitz trocavam beijos e carinhos, aproveitando a tranquilidade daquele logradouro tão tranquilo, um homem aproximou-se silenciosamente dos dois. Era um homem alto, de cerca de 1,90 de altura, portanto era um milagre que se movesse tão silenciosamente. Ele vestia uma longa capa escura e apenas parte do rosto estava à mostra. Ele estendeu uma espada longa para o pescoço de Fitz que só então notou aquela presença assustadora.

Olhos verdes, brilhantes e assustadores o encararam e ele proferiu em tom de ameaça. Sua voz era tão imponente quanto a sua figura. Ele devia ter aproximadamente uns trinta e cinco anos, e o rosto tinha uma expressão séria. Os cabelos eram castanhos com fios mais claros, e sua tez tinha um leve bronzeado.

- Afaste-se dela, imediatamente. Como ousa!

Beatrix também começou a acariciar os cabelos de Fitz, ali ao lado dele, olhou em seus olhos e inclinou-se para um beijo. O cenário era de fato muito romântico, diante do belo rio Sado. Não havia nada a atrapalha-los além do balido suave dos carneiros.

- Ao contrário do senhor eu sempre tive ótima memória.

Ela diz com cara de brava, mas depois suaviza a expressão com um belo sorriso.

- Sim de fato senti saudades. Você acostuma-me mal com tantos galanteios.

O Sr. Fitz sorri para a Dama.

- Na verdade não. Sou um tanto exigente quanto as companhias. Uma ideia por dia. Hoje fiz-te essa surpresa amanhã já faço outra diferente...

- Eu já te disse, sou militar e sei me cuidar, tu não terias nem mexido se minhas intenções fossem outras. Porém adorei que tenhas me derrubado. Es boa nisso. Ainda treinaremos juntos... Será divertido.

Ele então vendo que ela tirara a touca a acariciou passando os dedos entre os fios de cabelos avermelhados. Com todo cuidado do mundo enquanto acariciava ele disse:

- Claro que não. Apenas a observei. Eu não sabia muito bem o que falar e nem o que fazer, então só a observei...

Ele continuou:

- E digo-te: es linda...

Ele disse olhando para ela e a encarando.

Ele espontaneamente enquanto mexia nos cabelos de Beatrix responde.

- Creio que seja a terceira...

Ele então sorri após um segundo de silêncio e então corrige...

- Bem na verdade, eu mesmo, estando aqui é a quarta vez...

E de fato ele gostou de mexer no cabelo de Beatrix, aqueles cabelos de fogo o hipnotizavam.

O Sr. Fitz ao sentir o toque da Dama em seu queixo virou o rosto para ela e disse sorrindo.

- Então o nome dele é André...

Ele riu-se...

- Um menino para cuidar de ovelhas...

- Apenas demos uma assegurada no perímetro senhorita...

Disse ele sorrindo e colocando a parte da frente do cabelo de Beatrix para traz.

Ele sentou ao lado da Dama. Bem próximo a ela e a respondeu, olhando para o horizonte.

- Se eu te contasse teria de mata-la... E não posso fazer isso.

- Segredos são segredos...

Ele então sorriu e ai sim olhou para ela.

- Só posso dizer-te que não foi fácil...

O Sr. Fitz era só sorrisos para a Dama. Ele então resolveu brincar com ela.

- humm... Deixa-me ver. Não sei bem se estas tão desarrumada assim.

Ele afastou-se um pouco para a ver por completa e olhar para ela. Andou em volta dela e concluindo disse:

- Estas bonita como sempre e mais linda ainda como sempre também.

Ele olhou volta e disse:

- É um lindo lugar. Mas ainda prefiro olhar para ti.

E olhou de volta para a Dama.

Fitz sentou-se e olhando para o chão estava uma flor toda despetalada. Ele iria presentear a Dama com ela, ainda rindo-se ele levantou-se e abriu os braços para abraça-la.

- Bem isso é para ti. Ou era. Agora está estragada. Veja...

Sorriu para a Dama.

Fitz sorria e ria-se da força da Dama e da situação. Ele levantará as mãos e olhando nos olhos da Dama disse:

- Eu me rendo senhorita. Mas se me permite uma última palavra...

Disse ele rindo-se e piscando um olho para a Dama:

- Estas linda e ainda a essa distancia digo mais teus olhos parecem ainda mais brilhantes e tua boca mais tentadora.

Ele com um sorriso de ponta a ponta completou:

- A propósito...

- Olá...

Disse tocando o queixo da Dama.

Naquela manhã de domingo, bem cedo, como de costume, Beatrix foi a missa acompanhada de Laurinda, Eduarda e André. Como Atília seguia a fé druídica não ia com eles. Ela retornou por volta das oito horas, fez seu desjejum e com comida no alforge partiu, levando o cajado de pastora e sua flauta.

Ela abriu o aprisco e de lá retirou os carneiros, fazendo a contagem habitual. Em seguida tomou seu rumo, conduzindo o rebanho para o local onde habitualmente as apascentava. Mas sempre escolhendo um bom pasto, verdejante e agradável, em seguida levou-as para ber água no rio, sempre atenta. Enquanto elas bebiam Beatrix foi sentar-se um pouco no local de costume. Antes de sentar-se no entanto, ela notou um pedaço de papel dobrado, e pegou-o surpresa e pôs-se rapidamente a ler. Não chegou a sentar-se como recomendado. Em vez disso, sacou o punhal que levava à cintura do vestido. Imaginou duas coisas, ou seria Gui, ou seria uma emboscada dos Casterwill. Na dúvida seu punhal estava preparado.

O Sr. Fitz passara uma semana sem notícias da Dama Beatrix, a última foi a furada que Barrois aprontou para o Comandante.

Ele então buscou aprofundar-se em seus trabalhos, seu regimento, sua oficina. No domingo, após o jantar, quando ele assentava-se em sua poltrona, na sala de estar de sua modesta casa, enquanto lhe era servido especiarias a luz da lareira. Ele ouvia aos criados e aos seus servos pessoais. Lá estava Barrois novamente para lhe dar uma notícia.

De fato era um grande notícia, finalmente Barrois descobrira algo que valesse a pena. Que lhe desse a oportunidade de conhecer ainda mais a Dama Beatrix.

Ele deveria esperar mais uma semana para enfim encontrar com a Dama. Foi uma semana difícil, ele buscava novamente aprofundar-se nos trabalhos, mas não conseguia. Estava sempre a lembrar da face da Dama, de seu beijo e de seus momentos juntos. Ele pensava: "Vamos sol mais depressa! Esses dias não passam, por mais que eu foque em outras coisas aqueles olhos sempre me vêm a lembrança... Ah... Aqueles olhos...". E perdia-se em pensamentos. Até que algo deixou Fitz ansioso, ele andava de um lado para o outro e olhava pela janela de seu gabinete, o que ele falaria para a Dama? Qual desculpa ele daria? Ele raciocinava: "humm... O que direi pois? Como chegarei até ela? Perdi-me no caminho? Ora... Bobagem...". Ele então de tantos pensamentos começou a falar para si mesmo, pois os pensamentos já não cabiam em si.

- O que direi? Eu perdido? Impossível... RAIOS! O que direi?!

Domingo chegou... Fitz preparou-se e uma hora antes chegou às margens do rio Sado. Escondeu-se nos arbustos e ali esperou. Ele pensava: "Quando ela chegar a deixo passar ou apareço do nada? Não! Estúpido! Não! Pensa pensa Darcy.... Batia o punho na testa. Agitava-se em seu interior, imóvel mexia apenas os olhos.

Então lá no começo do caminho, vindo da estrada, ele avistou ovelhas. Atras lá vinha ela. A Dama Beatrix. Ele a olhava e instantaneamente seus pensamentos sumiram. Ele mais imóvel do que nunca sonhava com aquela mulher mesmo sem esforçar-se em nada. Ela passou. Ele a observou e por várias vezes pensou em simplesmente sair e falar com ela. "Vamos... Vai Darcy!". Lutava com sua imobilidade. "Será até engraçado, vá! Ande homem!". Ele não se mexia. Parecia que ele estava ali a minutos, mas o sol já se punha, era muito tarde, as ovelhas regressavam e o Sr. Fitz não acreditara... Ele perdeu a oportunidade...

Mais uma semana de agonia pela frente. Ele não acreditava em sua fraqueza. Parado por uma mulher. Tudo bem que era uma beleza que beirava o divino, mas vamos lá ele perdeu uma grande oportunidade.

Novamente domingo. O Sr. Fitz estava determinado. Para não esperar muito ele foi às margens do rio Sado apenas meia hora antes da Dama. Escondeu-se e logo ela chegou. Sim de fato era uma rotina e Fitz já entrara na rotina dos arbustos. Ele a viu passar e linda como sempre a viu. Ele imóvel como de costume ficou. Era desesperador. Ele pensara a semana toda e nada vinha-lhe a mente... Ele deitava no chão, escondido, então olhava para ela. Até pensava na vida. No passado, no presente, no futuro. Até que ela já indo ele ergueu-se ainda escondido no arbusto. "Fitz! Seu inútil! Como posso?! Não acredito! Mas também não tenho o que dizer, ao menos posso vê-la daqui..."... Ele então culpava-se e desculpava-se a si mesmo. Estava perdido quando de repente.

- Pisss...

Oh não, ele fora descoberto. Fitz então gelou a alma. Suas mãos suaram instantaneamente e um pingo de suor escorreu por seu rosto. Ou eu mato ou eu fujo, talvez não saiba quem sou... Mas se for a Dama eu fugo....

- Ei! Piss! O que estas fazendo?

O sussurro persistiu, o Sr. Fitz então buscou quem estava a falar e com seus olhos acostumados a escuridão pode ver um homem do outro lado da estrada, em um arbusto.

- Quem é você?! Diga!

Ele sussurrou enquanto a Dama já ia longe. "Nem poderei vê-la partir, infeliz, quem será?! Ah se for um dos meus irmãos eu mato, hoje a família diminui!". Pensava Fitz desesperado.

- Oras, meu senhor, seu eu. Barrois.

Fitz respirou aliviado...

- Eu o segui para dar-te segurança... O que estais a fazer? O Sr. não disse nada nem semana passada nem hoje. O que houve?

Fitz olhou para os lados e vendo que a Dama fora de fato embora e já distante disse ele enquanto deitava e olhava as estrelas.

- Ah Barrois! Eu devia matar-te e jogar o corpo no rio, mas as ovelhas da Dama saciam a sede ai, eu não quero estragar a água...

E ria-se Fitz da situação e de Barrois que o surpreendera, era de fato um bom aluno. O problema maior é que Fitz estava tão cheio de pensamentos que suas habilidades militares e de investigação eram ofuscadas por seus sentimento. Fitz era um militar novo e estava aprendendo a controlar-se em todas as situações.

- Eu não consegui Barrois, não sei como falar a ela coisa alguma...

Pensaram os dois... Fitz de vez em quando ria-se novamente de tudo que se passara. Aidna deitado no chão. E Barrois do outro lado também no chão, deitado, perguntou:

- Por que não envias uma carta meu senhor?

- Uma carta, mas e a surpresa? Quero que ela surpreenda-se. Ela não gosta de formalidade Barrois, sabes disso.

Oras, manda-a sem dizer teu nome.

Ai ela não vem homem! Pensará que é uma emboscada...

Até que surgiu-lhe uma ideia.

Já sei Barrois!!!

O que meu senhor? O que houve?

Já estavas a cochilar homem?

Cochilou Barrois nos arbustos para mais uma risada de Fitz que vendo o homem cansado levantou-se e foram andando, enquanto ele contava-lhe o que pensara e como faria.

Depois de uma semana inteira revendo seu grande plano o Sr. Fitz aprontou-se. Redigiu uma carta a qual passou a limpo umas quinhentas vezes. Ele foi até às margens do rio Sado, chegou lá uma hora antes. Era um domingo de tempo agradável. Um pouco de frio, mas agradável. Ele pôs a carta numa pedra onde sempre a Dama sentava-se. A carta dizia:



Ele então escondeu-se atras do arbusto que ficava atras da árvore que a Dama se assentava. A carta em cima da pedra que ficava abaixo da árvore. O cenário estava montado. Agora era a Dama Beatrix chegar, ler a carta e o Comandante a surpreenderia tapando-lhe os olhos.

Ele escondeu-se e ficou imóvel, mas já não sentia tremer-se e nem suava, estava feliz e ansioso por pregar esta peça a Dama que tanto lhe tirava o sério e o fôlego.

Todos os dias, o garoto André levava os carneiros de Beatrix para pastar e beber água às margens do rio Sado.

O rebanho estava lanoso e gordito, e André olhava para os carneiros com satisfação. Logo haveria cria, e o rebanho aumentaria. Beatrix havia prometido a André que ele poderia escolher um dos carneiros para si, e ele já fazia planos do que faria com o dinheiro da venda. O carneiro é claro, demoraria um pouco a crescer, engordaria e seria tosado e tudo lhe daria lucro.

Na verdade não eram todos os dias que André fazia esse trabalho. Ao menos uma vez por semana, no domingo, André tinha folga e era Beatrix quem levava os carneiros e os apascentava. Ela fazia isso depois da missa.

Era um trabalho mas também um passeio que ela julgava agradável. Enquanto os carneiros pastavam, Beatrix às vezes tocava flauta, lia mas sempre procurava manter a atenção nos carneiros.

Ela fazia um agradável lanche sobre a sombra de uma árvore e antes de retornar até tomava banho de rio em um lugar mais isolado em seu trajeto. Depois disso as ovelhas retornavam em segurança para o aprisco.

André ficava feliz com a folga. Quando por algum motivo Beatrix não podia apascentar os carneiros no domingo, isso poderia ficar a cargo de Clotilde ou Laurinda.

Naquela manhã de domingo, Beatrix seguia com as ovelhas para as margens do Sado, onde havia água e grama fresquinha e verde. Ela usava um vestido simples, de um belo tom de amarelo e nas mãos levava o cajado de pastor. Em seu alforge ia o seu almoço do dia.

Eles foram então rumo a casa de Beatrix.

- Tudo bem. Se ele deseja, falarei.

Ele despediu-se da Dama e recebeu seu beijo dando-lhe um beijo em sua testa logo em seguida.

- Logo estarei aqui novamente, minha linda Dama.

Andando de mãos dadas as margens do rio Sado, o Sr. Fitz e a Dama Beatrix admiram juntos o lugar.

- Sim, de fato. Está muito belo. Eu diria que está até mais belo do que antes.

O Sr. Fitz estava muito emocionado de estar com a Dama Beatrix. Eram momentos muito felizes que os deixam numa paz inexplicável.

- Sim, mas o tempo é curto, que infelicidade, então aproveitemos ao máximo.

Ele observava Beatrix pegando a manta e estendendo no chão. Após o convite ele foi-se juntar a Dama. Deitando junto a ela puderam relaxar e apreciar os sons tranquilizantes daquele lugar que já era tão especial para ambos.

O Sr. Fitz buscando a mão de Beatrix e segurando-a fechou os olhos e com a outra mão acariciou a mão dela, segurada por ele.

- Já disse que estas linda hoje? Essa tem sido a melhor viagem de todas. Embora eu não tenha feito quase nenhuma. Ainda mais comparado com tuas viagens tão exóticas. [riu-se]

Após um momento de silêncio ele a perguntou:

- E a Senhorita? Qual a melhor viagem que fizeste?

Após algum tempo ali deitados e já descansados o Sr. Fitz levantou-se vagarosamente.

- Creio que devamos partir. Não podemos nos atrasar. Samuel ficaria uma fera. [ri-se] e com razão.

Ele sorri e ajudando Beatrix a levantar-se pegam a manta e seus pertences. Estando tudo pronto eles sobrem nos cavalos e partem devagar ainda saudosos daquele lugar tão especial.

A viagem até o recanto pretendido por Fitz e Beatrix para matar as saudades de seus primeiros encontros foi um pouco penosa, a noite esfriara e durante a madrugada uma chuva fina caiu sobre os viajantes. O frio gelava até os ossos, apesar dos casacos que ambos portavam, o jeito foi apelar para o whisky, Beatrix ofereceu um gole a Fitz e bebeu também. Aquilo aplacava o frio, e entre um gole e outro, os dois trocavam beijos e carícias, e isso era ainda mais eficiente contra o frio. Após pequenas pausas assim, a viagem continuou.

Mesmo escolhendo um caminho menos visado e buscando atalhos que lhes tornasse o caminho seguro, o casal acabou se deparando com batedores irlandeses. Foi com certa dificuldade que conseguiram provar que não eram espiões. Beatrix mostrou a um deles o seu sinete com o escudo dos Algrave e entregou-lhe a espada com o mesmo símbolo, que logo depois lhe foi devolvida. Felizmente, um deles conhecia não só a família, mas a destilaria de um dos tios de Beatrix, na Irlanda. Os Algrave eram conhecidos. Isso acalmou os ânimos e logo eles puderam seguir viagem sem serem mais incomodados.

Não haveria mais nada digno de nota, se não fosse uma dupla de bandoleiros que abordou o casal, tentando assaltá-los. Fitz foi o primeiro a perceber o ataque, e derrotou o primeiro bandido, enquanto que o companheiro deste ficou a cargo de Beatrix. Livres dessa ameaça puderam acampar uma noite e assim recuperar suas forças para prosseguir na manhã seguinte.

Depois desses pequenos percalços, conseguiram chegar às margens do Rio Sado ao entardecer de um belo dia de sol.

- Sim, meu amor, é o nosso recanto. Está tão belo quanto eu me lembro.

Ela ouviu Fitz enquanto observava o local a volta deles. Ela sorriu relembrando os bons momentos vividos ali, mas ambos estavam ali novamente, estavam vivos e bem, e deveriam viver ali outros bons momentos e aproveitar a tranquilidade do lugar para usufruírem da companhia um do outro e apreciarem a companhia um do outro. Ao ver que Fitz estendera-se no chão, ela sorriu para ela, e sentou-se ao seu lado e inclinou-se sobre ele para beijar-lhe o rosto e brincar com seus cabelos.

Beatrix adorava a companhia de Fitz, ele era sempre tão doce e amável e isso continuava encantando-a tanto quanto da primeira vez em que ele se aproximara dela. Ele sempre criava algo para surpreende-la ou agradá-la e dava-lhe sempre muita atenção e carinho. Aos poucos ele a conquistara e agora a companhia dele lhe era indispensável. Ela amava a Fitz e queria sempre estar com ele. Sem dúvida que ele não era em nada parecido com os loucos Casterwill, nem tinha os vícios dos Nunes, ele era o oposto disso, e talvez por isso Beatrix sentia-se tão bem com ele desde que o conhecera. Eles tinham temperamentos diferentes, mas de certa forma complementares.

Aquela ideia aventurosa a surpreendera, e ainda desejava entender como ocorrera a Fitz aquela proposta que quebrara a rotina de ambos.

Ali junto de Fitz, ela dedicou-lhe muitos beijos e carinhos, então, em determinado momento, enquanto acariciava seu rosto e seu peito, e beijava-lhe os lábios, ela interrompeu essas carícias e lhe questionou.

- Fitz, ainda estou um pouco curiosa. Essa ideia foi tão repentina, apesar de que adorei vir até aqui, gostaria de saber de onde surgiu essa ideia.

É só isso mesmo meu amor? Não sei, acho que hoje você está tão misterioso. Acho que está escondendo algo de mim.

Ela disse sorridente deitando-se sobre Fitz, encostando a cabeça no peito dele e brincando com os dedos em seus cabelos castanhos.

- Você sempre gostou de me preparar surpresas, primeiro indo me encontrar na Heráldica Portuguesa, depois aparecendo aqui. Eu levei um susto e de derrubei. Foi tão divertido.

Ele disse encarando-o nos olhos, como se pudesse ler com seus olhos verdes o que Fitz trazia escondido por trás daquele olhar misterioso e cheio de doçura que também encarava Beatrix.

- Eu te amo, meu querido. A cada dia a seu lado te amo mais, não esqueças disso.

Ela disse e sorriu graciosamente.

- E trate de me contar o que está aprontando.

Beatrix concordou com Fitz. A verdade é que apesar da alegria do momento de rever aquele recanto tão agradável e da preciosa companhia um do outro, de fato a ruiva estava também com fome e sede.

Enquanto Fitz ia buscar o que preparara, Beatrix que também havia se levantado com a ajuda de Fitz foi até Desheret e pegou a manta para forrar o chão que serviria para o piquenique. Além da manta ela trouxe pratos, talheres e um embornal onde acomodara frutas frescas e secas, um pão inteiro, queijo de cabra e um boa peça de presunto defumado.

Ela arrumou a refeição nos pratos de metal sobre a toalha e aguardou que Fitz dispusesse o que trouxera. Uma parte da comida já havia sido consumida durante a viagem, mas Beatrix guardara as melhores porções para aquele momento.

- Venha, meu amor.

Beatrix ficou agradavelmente surpreendida com as flores que Fitz trouxera. Ela sorriu em agradecimento.

- São lindas meu amor, muito obrigada.

Então, ela percebeu que ele a encarava com uma expressão séria.

- Por que essa expressão, meu amor, algo te preocupa?

- Fitz, você está me deixando preocupada.

Ela olhou para ele com expressão séria, mas fez exatamente o que ele pediu ficando de pé com a ajuda dele, segurando em sua mão.

Beatrix não deixava e olhar Fitz nos olhos, ele parecia estranho e ela ansiava por uma resposta que esclarecesse o que estava se passando com seu amado. A resposta as suas dúvidas não poderia ser sanadas de forma mais doce e agradável, assim que Fitz ajoelhou-se diante dela, as preocupações da ruiva se dissipara sobre o motivo de tanto mistério.

O local era o mais adequado possível para celebrar o amor de ambos da forma o mais romântica possível e Fitz parecia ter pensado em tudo para tornar aquele momento entre os dois em algo inesquecível.

Tudo foi planejado com muito carinho e aquilo deixou Beatrix deveras emocionada, quando ela viu o anel que Fitz tirara do bolso e delicadamente colocara em seu dedo. Ela não se importou em deixar que algumas lágrimas caíssem, pois há algum tempo, ela aprendera que certas emoções não se devem reprimir, e ela estava genuinamente muito, muito feliz.

Diante das palavras de Fitz ela sentiu uma alegria enorme envolve-la por todo o amor que sentia por Fitz e ao ver que ele também lhe devotava muito amor e carinho.

Então, ela sorriu, e respondeu-lhe radiante.

- Sim, Fitzwilliam, eu aceito me casar com você. Amo-te e não poderia estar mais feliz com o vosso pedido.

Beatrix abraçou Fitz e retribuiu o beijo do seu agora noivo. Ela estava feliz e queria festejar com ele.

- Vamos festejar e brindar, meu amor.

Ela o convidou a sentar-se com ela e saborearem a refeição e comemorarem juntos aquele momento tão especial entre os dois.

- Eu sabia que estava preparando algo, certamente algo que me surpreenderia, e posso dizer que realmente me surpreendeu. Fiquei agradavelmente surpresa. Não poderia ser melhor, meu querido.

Ela disse e tomou a taça que Fitz ofereceu entre as mãos e bebeu o vinho saboreando-o.