Qualquer um que entrasse no Gabinete do Rei de Armas se encontraria com um espaço dedicado ao trabalho. Painéis, estantes e armários de madeira cobriam as paredes, enquanto logo a frente de quem ingresse estava a mesa do Rei de Armas, e atrás desta a ampla e única janela daquele gabinete, entre ambas um cadeirão de espaldar alto e retangular com o assento e encosto forrados em veludo vermelho, enfrentada a esta, ao outro lado da mesa uma cadeira igualmente forrada, mas com o encosto recortado em forma oval e mais baixo.
Sobre a mesa havia um único castiçal para três velas e um suporte com um livro aberto. Do teto pendia um candelabro de seis velas.
À direita de quem ingressa, próximo à mesa, havia um cabideiro com o tabardo do Rei de Armas dependurado. Junto à parede daquele lado havia um armário e ao lado deste uma escrivaninha com o tampo inclinado rematado por uma superfície horizontal em ambos extremos, sendo a superior mais larga que a inferior, esta última utilizada apenas para apoiar as folhas e evitar que estas caiam pela superfície inclinada. Na superior por outro lado havia um tinteiro de dois bojos e algumas penas e um castiçal de uma vela.
Enquanto que à esquerda, entre a mesa e a porta havia uma pequena mesa baixa com duas cadeiras. Sobre a mesa baixa uma bandeja de prata com uma garrafa e duas taças. Na parede estavam os quadros em memória dos Reis de Armas passados, seus nomes gravados na moldura.
O Viana aguardava de pé junto à janela a que seu convidado chegasse.
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