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[RP]O Gabinete do Rei de Armas

William_algrave


Diante do sorriso do prior, William também sorriu, relembrando seus tempos de aprendiz. Ele bebeu mais um gole do whisky.

O prior dava-lhe conselhos e ele ouvia respeitosamente. Então, comentou.

- Minha relação com Beatrix era uma relação de irmãos, mas também quase como de pai para com uma filha. Sei que o senhor é pai, e tem uma filha quase da idade dela. É difícil aceitar que cresceram. O choque para mim é enorme, pois eu não a vi crescer.

Ele faz uma pausa, acaricia a barba e continua.

- Mas não deixarei que isso nos afaste. Havemos de nos entender. E como estão os Erelim em Portugal?

Ele disse, trazendo um novo assunto a baila.

Yochanan


Yochanan afastou o olhar do que quer que fosse que estivesse a contemplar do outro lado da janela para dirigir-lo a William. - Já estiveram melhor Maese William, não lhe mentirei. Mas também já estiveram pior e igualmente resistimos. - disse sem muita emoção. Aquela era uma discussão para outro momento. - Mas este é um assunto que discutiremos um outro dia. - E o Viana se forçou um sorriso. - O de hoje já se finda, e devo regressar ao norte e você à vossa irmã. Trataremos disso quando eu regresse a Sintra. - Completou.

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William_algrave


- Está bem. Que assim seja, prior Yochanan. Sei que saberá onde me encontrar. Até breve.

Ele disse levantando-se e agradecendo com uma vênia. seu último comentário trouxe um leve sorriso.
Beatrix_algrave


Beatrix pediu permissão para entrar no gabinete do rei de armas e fez se acompanhar pelo senhor Damasceno.

Assim que teve permissão para entrar no gabinete, ela indicou ao rei de armas a presença do senhor Damasceno e o motivo da mesma.

- Bom dia, senhor Yochanan. O senhor Damasceno me procurou, pois deseja a colaboração da Heráldica para organizar um torneio de justas na guarda. Pedi que viesse até o vosso gabinete para tratar desse assunto com o senhor.

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Yochanan


Yochanan estava a revisar alguns pedidos de materiais para o Colégio quando tocaram à porta.

- Adiante. - disse sem levantar a vista da pilha de papeis que lhe enchiam a mesa naquele dia. Levantou a vista, quando ouviu a voz de Beatriz.

- Bom dia senhorita Algrave, senhor Damasceno. - cumprimentou o Rei de Armas fazendo uma ligeira vênia com a cabeça aos recém chegados. - Obrigado senhorita Algrave, por favor tome assento senhor Damasceno e já estarei com o senhor. - disse o Viana levantando-se e indicando uma das poltronas junto à mesa baixa enquanto se dirigia a ambos. - Senhorita Algrave poderia nos trazer alguns livros de justas que temos em nossa biblioteca? E peça por favor que John venha a ter conosco. Acredito que este assunto lhe interesse. - concluiu o Rei de Armas despedindo a Beatrix na porta de seu gabinete e voltando-se tomou assento na outra poltrona. - Gostaria de tomar algo senhor Damasceno?

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Ltdamasceno


Damasceno, guiado pela a ilustre presença da senhorita Algrave, caminhou por entre os corredores da Heráldica e ficou a observar as estruturas e como tudo era muito bem organizado. Se surpreendeu como a arquitetura permitia a entrada da luz do sol, fazendo com que assim o prédio fosse naturalmente iluminado. Damasceno estava maravilhado com aquilo e se perguntava se tanta beleza se assemelharia com o paraíso do Único.

Ao chegar no Gabinete do Rei de Armas, Damasceno se sentiu um pouco nervoso, não sabia explicar porque estava se sentindo assim. Tentou manter a postura quando a senhorita Algrave abriu a porta e o apresentou:

- Que a paz esteja convosco. Diz Damasceno com uma voz branda ao realizar uma vênia ao Rei de Armas. Em seguida aceita sentar-se e aguarda o seu retorno. - Agradecido meu senhor, água seria interessante. Diz ele com um sorriso.

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"Que homem é o homem que não torna o mundo um lugar melhor?"
Beatrix_algrave


Beatrix ouviu as palavras do rei de Armas e tratou de ir avisar ao arauto John Rafael que sua presença era requerida pelo senhor Yochanan.

Encontrou o arauto ocupado em seu escritório e informou-lhe do ocorrido logo pós cumprimentá-lo.

- Bom dia, Senhor John Rafael, desculpe incomodá-lo, mas o senhor Yochanan, vosso tio, solicita a vossa presença em seu escritório, o assunto envolve a organização de um torneio de justas na cidade da Guarda.

Após avisá-lo, ela até a biblioteca para buscar os livros solicitados. A boa organização da biblioteca facilitou seu trabalho. Somente após separar os livros, ela retornou ao gabinete do rei de armas. Pediu ajuda a um pajem para carregá-los, pois um deles era particularmente pesado e alguns bastante delicados para que fossem empilhados em seus braços.

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Johnrafael


-Senhorita Beatrix, bom dia. Estás muito bela hoje. Estarei no Gabinete do Rei de Armas em alguns instantes, grato pelo aviso.

Um torneio... passara-se já um bom tempo desde o último, no verão da coroação da Rainha Ana. Chegara às meias finais daquela vez, um feito louvável para os seus dezoito anos. Um novo torneio seria a ocasião perfeita para vestir de novo a armadura, e passar diante de damas e donzelas... Não tivera sorte no amor nos últimos meses e queria se distrair. Distraído já estava, quando entrou no Gabinete de Yochanan, instantes depois.

-Senhor meu tio, senhor mercador, a paz esteja convosco. - cumprimentou-os e manteve-se de pé, continuando - A senhorita Algrave contou-me que o senhor Damasceno tem interesse em organizar um torneio na Cidade da Guarda, então estou aqui.

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Ltdamasceno


Damasceno notou a chegada de alguém, ao virar-se percebeu a familiaridade do rosto e constatou que já conhecera aquela pessoa.

- E contigo também senhor Rafael, uma satisfação revê-lo. Diz Damasceno se levantando da poltrona e realizando uma ligeira vênia.

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"Que homem é o homem que não torna o mundo um lugar melhor?"
Yochanan


-Água então será. - disse o Viana sorrindo ao ouvir a resposta de Damasceno, e deu instruções a que fosse buscada água fresca para ambos. Pouco tempo depois que um pajem havia chegado com as taças e uma jarra de barro cozido próprio para manter o cristalino liquido fresco ao longo do dia quando ingressou John ao gabinete. - Ahh bem, aqui estás. John sei que és um grande entusiasta das justas então achei que poderias nos auxiliar com a tarefa que temos a seguir. O senhor Damasceno aqui e a mui honrada e próspera cidade da Guarda desejam realizar um torneio de justas. Penso que vossa experiencia nesse tipo de eventos nos será de grande utilidade.

Após uma pequena pausa apropriada para que John buscasse um assento e se reunisse a eles, Yochanan continuou. - Por favor, senhor Damasceno, conte-nos a proposta de vocês.

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Beatrix_algrave


Beatrix retornou à reunião, trazendo os livros que o rei de armas solicitara. Ela depositou-os cuidadosamente sobre a mesa do gabinete, para que fossem consultados assim que necessário.

- Com licença, senhores, desculpe interrompê-los. Trouxe o que me foi pedido e também gostaria de acompanhar a reunião se possível.

Ela disse e com a permissão do rei de armas, permaneceu na sala em silêncio à principio, acompanhando o andamento da reunião e que o senhor Damasceno expusesse sua proposta.

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Ltdamasceno


Quando o pajem trouxe a jarra com água, Damasceno tomou a liberdade de preencher o seu copo, o copo do Rei de Armas e do jovem John Rafael. Saboreou a água e sentiu-se revigorado, a viagem havia sido longa e mais longa ainda haveria de ser o retorno. Água fresca para qualquer um que costumasse viajar com tanta frequência, era sempre bem recebida.

Ao notar a chegada da senhorita Algrave, pergunta-lhe:

- Aceita um pouco de água senhorita?

E em seguida, ao dirigir-se ao Rei de Armas, apresenta a proposta:

- Senhor Yochanan, senhorita Algrave e senhor John Rafael. Temos a princípio a ideia de organizar um torneio de justas afim de angariar fundos para o Condado de Coimbra, e na medida do possível, colaborar para com o fim de sua dívida que já esta se encontra a vista. Além disso, permitir que os mais jovens portugueses possam interagir e conhecer pessoas de todo país, descobrir seus talentos, seus sonhos e o mais importante, a sua coragem. Diz Damasceno tomando uma pausa para beber mais um gole de água. - Para que tal torneio fosse concluído e pudesse chamar a atenção dos mais novos, requisitamos o apoio do Condado de Coimbra em nos fornecer 400cz para pagar os 3 vencedores, estes que estariam divididos em alas por idade. Pensamos no prêmio em dinheiro ser de 100cz a cada vencedor e 30cz para as Casas do Povo que eles estiverem representando. Dessa forma, cada inscrito no torneio poderia ser o campeão de um cidade, família, instituição ou credo. Para que o Condado de Coimbra pudesse ter um retorno, pensamos numa pequena taxa de inscrição, avaliada em 15cz por cada participante. Ele tomou nova pausa, enquanto refletia senão havia esquecido de nada. - Estávamos pensando no torneio também abranger os mais velhos, eruditos e nobres, mas suspeitamos que estes talvez não se interessem tanto nos combates. Todavia, seria interessante marcarmos uma quantidade mínima de inscritos naquela ala para descobrirmos se valeria a pena ou não, realizar os combates nela.

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"Que homem é o homem que não torna o mundo um lugar melhor?"
Beatrix_algrave



- Sim, muito grata.
Beatrix agradeceu a oferta do senhor Damasceno e após servir-se de um copo de água, sentou-se para acompanhar a reunião. Ouviu a proposta do senhor Damasceno e aguardou que o rei de armas se manifestasse primeiramente.

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Yochanan


Yochanan escutou atentamente a proposta do tornei e assentiu em vários pontos quando Damasceno terminou de falar, ele então disse: - Um objetivo louvável senhor Damasceno, e a taxa de inscrição proposta não me parece nem um pouco excessiva. - e então fazendo algumas contas rápidas disse - com estes valores para os prêmios seria então necessário um mínimo de vinte e sete inscritos no total, o qual é um número que não creio que haja maiores dificuldades em reunir o que nos conformaria como uma média de nove em cada uma das alas, daquela do campesino à do acadêmico.

Ele fez então uma pausa e tomou um pouco de água. - Quanto aos nobres, penso que possam haver alguns que desejem participar, mas então claro está que não se poderia deixar-los a lutar contra os plebeus principalmente à aqueles da media e alta nobreza. Imagine o problema que haveria se um plebeu lhe dá uma surra a um Conde! De forma que diria que caso estes desejem participar, se pode realizar um pequeno torneio apenas com os nobres, no qual a taxa se conformaria de uns vinte e cinco cruzados, e o prêmio seria conformado pela metade do total do valor das inscrições, assim sendo, cada nobre estaria pagando a taxa de quinze cruzados, e aportaria dez cruzados ao montante do prêmio que, caso ganhe, receberá. Assim caso haja algum nobre interessado em participar, ele mesmo convocará aos demais de forma a garantir-se a possibilidade de ganhar um maior valor. Como o valor do prêmio não saíra do montante outorgado pelo condado, mas pelo das inscrições, que hajam dois nobres que queiram contender bastaria, ainda que ache que colocando um mínimo de oito para este grupo seja o ideal.

- Claro está que desde a Heráldica estamos ao vosso dispor para a celebração das cerimônias, o preparado dos certificados e a fiscalização do evento. Quanto a este ponto, acredito que será conveniente ter dois juízes em cada encontro, um designado pela Heráldica, e o outro pelos senhores organizadores, ou mesmo pela Casa do Povo da Guarda. O que achas senhor Damasceno?


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Johnrafael


Ouvindo Yochanan discorrer sobre os preparativos para o evento, tomou a palavra:

-Mestre de Armas, gostaria de, se assim vos aprazer, me eximir da responsabilidade de ser juiz. O meu conhecimento sobre torneios está a inteira disposição desta casa, porém meu desejo é de participar da competição.

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