[RP] Encontro inesperado na praça

Beatrix dança uma música com Fitz e depois mais uma segunda dança. Enquanto é conduzida Beatrix observa Fitz e o encara sorridente. Sua expressão parece feliz, como a de uma criança aprontando uma travessura. A ideia dele foi maluca, mas divertida.Algumas pessoas na feira ficam assistindo o casal dançando as músicas do velho bardo. Depois da terceira dança, Beatrix faz uma mesura e agradece ao cavalheiro. Alguns comerciantes e transeuntes que assistiam aplaudem.

- Plateia por plateia, ao menos essa pode aplaudir.

Ela disse e sorriu, fazendo uma nova mesura, relembrando a dança no jardim do quartel à vista dos militares subordinados de Fitz.

Os dois se dirigiram até a parte da praça onde começava o mercado. De fato o velho bardo estava lá, tocando seu alaúde e desfilando suas canções. Beatrix foi até lá e jogou três moedinhas no chapéu do bardo e esse começou a tocar uma suite de galliards.

Beatrix retornou para perto de Fitz e fez uma mesura.

- Agora sim, aceito o vosso convite.

Ela disse e aguardou que ele a conduzisse na dança.

Ela viu a pose de Fitz e não quis acreditar no que ele pretendia. Ela respondeu sorrindo divertida com a maluquice dele, mas nenhum pouco inclinada a ceder dessa vez com a praça tão cheia.

- Mas Fitz, não podemos dançar em plena praça. As pessoas vão nos olhar e dizer que somos completamente loucos. Uma coisa é dançar no jardim do quartel onde estávamos praticamente sozinhos.

Ela fica pensativa.

- Talvez em um local onde tenha música. Sabe ali na feira, há um bardo tocando e cantando em troca de algumas moedas. Teremos música e fazemos uma caridade.

- O que foi, senhor Fitz?

Ela questionou, diante da exclamação dele, seguida de uma interrupção. Queria que ele fosse capaz de expressar-se de forma mais direta quanto aos seus sentimentos. Sabia contudo que ele admirava a sua beleza e as suas habilidades. Queria saber no entanto, como ele se sentia em relação a ela e aquela situação. Ela o chamara para conversar, mas ele não parecia interessado em ouvi-la, apenas em admirá-la. Os olhos de Fitz eram bem mais eloquentes em manifestações de sentimentos. Mas aquela era uma situação um tanto difícil. Ela se preocupava em não contrariar o irmão, mas gostava da companhia do jovem militar.

- Obrigada, você também não está nada mal.

Ela comentou e sorriu. Será que ele prestara atenção em alguma das suas palavras?

- Senhor Fitz, noto-o calado, sei que o que aconteceu foi desagradável, mas aquilo que disse é verdade. Meu irmão é um bom homem e não tinha intenção de ofendê-lo. Quando ele partiu eu era ainda uma criança. Deve ter sido um choque para ele retornar e encontrar já uma moça feita e não a sua querida irmãzinha.


Ela explica com calma, a voz tranquila, buscando amainar o constrangimento que agora havia entre eles. Sua mão delicada pousada sobre o braço do militar. Apesar de tão próximos, Fitz guardava uma distância respeitosa. Isso era certamente admirável. Ele não queria causar-lhe mais problemas, mas nada daquilo era culpa de Fitz, e se havia um culpado era o tempo e a distância que separaram Beatrix e seu irmão por tanto tempo.

- Sim, creio que podemos. Assim não ferimos o decoro e a moral.

Ele respondeu ainda sorridente, estava bem feliz em rever Fitz.

- Eu que peço desculpas, não imaginava que aquilo fosse acontecer. Eu mal acredito que William está novamente em Portugal. Ainda não conversei com ele. Depois daquilo ele partiu e foi para Sintra, pois tinha um compromisso importante.

Enquanto caminham em silêncio ele diz:

- Sinto muito por tudo que passou. Será que podemos anda assim?

Beatrix não desejava atrapalhar o andamento da peça que assistia, mas desejava conversar com Fitz. Pretendendo cumprir com o que prometera ao irmão, ela propôs-se a conversar com ele em um local público, onde havia transito de pessoas.

Na praça em frente a igreja haviam alguns bancos colocados ali para que as pessoas tivessem um local para descansar sob a sombra das árvores. Ao centro estava uma bela fonte que jorrava cristalina e matava a sede dos transeuntes. Ali perto estava o mercado, mas aquele ponto ajardinado era mais calmo e tinha como inspiração os jardins tão apreciados pelos franceses. Uma conversa ali não feriria os princípios de decoro que William defendia.

- Também danças muito bem. Ainda havemos de ir a um baile de verdade. Só não creio que seremos aplaudidos.

Beatrix sorriu e agradeceu pela dança com um beijo no rosto de Fitz.

- Acho que a peça já recomeçou. Vais querer perdê-la? Não sabia que gostavas de teatro.

- Será que você se importaria se voltássemos só para aplaudir o final da peça. Eu gostei muito do início e os atores se esforçaram. Merecem nossos aplausos, ainda que não tenhamos visto a peça inteira.

Ela propõe, tomando novamente o braço de Fitz.

- Agora já não sei, pois provavelmente perdi o lugar, mas podemos procurar um lugar para nós dois.

Ela propõe enquanto segue com Fitz.