Dalur
A noite do primeiro dia do mês veio rapidamente sobre a cidade, as casas pouco a pouco perdiam o movimento e a cidade caia no descanso noturno. Guardas patrulhavam as ruas em busca de qualquer criminoso, ou ameaça contra a cidade, mendigos se protegiam como era possível do frio, e os cães de rua buscavam abrigo. Seria uma noite comum, e até mesmo ordinária, não fosse uma movimentação diferente ao habitual.
Em uma parte afastada da cidade, longe dos olhares demasiadamente curiosos, e também da ciência dos aristotélicos mais radicais, um pequeno grupo reunia-se. Envoltos pela luz do luar, aos poucos chegavam a um local preparado, a terra fora limpa de qualquer sujeira, e a relva era iluminada pelas tochas postas em alguns pontos. No centro, uma construção de mármore, com cerca de quatro metros de largura por seis metros de comprimento e não mais que um metro de altura destacava-se.
Próximo ao altar de mármore, o Barão do Cruzeiro aguardava com suas mãos unidas, sua roupa era de linho, as cores tinham um tom mais escuro, talvez para mesclar melhor com a noite. Suas botas de couro protegiam seus pés do fio, porém as mãos estavam desnudas, um requisito para a cerimônia a se seguir. Não trajava sua característica capa, e nem portava qualquer insígnia de suas armas, pelo visto não era nenhuma ocasião oficial do Estado. Observando o pequeno grupo aproximando, o barão resolve aguardar para ver se os convidados responderiam a seu convite, e juntariam-se a ele para o ritual que seguiria.