Dalur
O coche demorou mais tempo que o habitual para chegar ao devido local, a penumbra matinal ainda não havia dissipado-se, e o frio ainda era forte. O barão vestia uma roupa nobre, haviam sido feitas por mãos habilidosas, feito com peles com tecido, e de tonalidade negra. Foram mais alguns minutos até que finalmente o transporte parasse de locomover, e logo um criado abriu a porta, assim o barão desceu.
O terreno a sua frente fora planado, a grama havia sido retirada, e alguns maquinários já se encontravam presentes. O dinheiro do barão havia sido bem gasto, mandou contratar os melhores construtores, assim como os esclarecidos em trabalhos grandiosos, pois era isto que ele desejava que fosse construído. Também não havia poupado esforços em acompanhar tudo de perto, portanto esperava que tudo estivesse pronto para dar início a construção.
Mas algo ocorreu, os trabalhadores se entreolhavam, e ninguém aproximou-se do empregador para contar-lhe o que passava. Um tanto irritado com aquela situação, o barão dirigiu-se até o mestre de obras e indagou-o
- Que se passa? Porque não estão prontos para trabalhar? Não foi tudo que providenciei mais que o suficiente?
O homem esguio e magro, mal pode olhar para cima e encarar o olhar furioso que lhe foi lançado, olhou para os lados como se buscasse auxílio, mas ninguém ousaria tomar seu partido.
- D--d-desculpe senhor, ma-ma-mas algo não saiu como o esperado.
O rosto do barão tomou aos poucos um tom avermelhado, poucas vezes havia irritado-se é claro, mas não encontrar tudo em ordem, e ainda agravado pelo horário que levantou-se de sua cama, havia acendido-lhe a ira.
- O que, em nome de todos os deuses, estará faltando-vos?!
O mestre de obras se encolheu, temia responder a pergunta
- M-m-mármore, meu senhor. Não foi possível encontrar mármore em nenhum lugar. Daqui até os ducados franceses, ninguém tem mármore, nem mesmo os escultores acham trabalho...
O punho do barão cerrou-se, ele desejou acertar o homem, mas refletiu e deixou sua fúria abrandar. Caminhou de um lado para o outro, sua mão apoiando o queixo, em uma expressão de reflexão. Não tinha como tomar mármore da França, já as ilhas bretanhas eram demasiadamente longas, e até ter uma resposta tardaria imensamente, de igual forma seria os ducados alemães....
Suspirou e olhou aos céus, procurou algo que não poderia ser encontrado, e logo fez uma prece
- Oh Lisiene, sejais benevolente! Necessitamos deste mármore para construir, não há como o fazer sem ele... Quisera eu que estivesses aqui, e assim auxiliasse a construir, tuas hábeis mãos fariam deste o mais esplêndido edifício! Porém, assim não será, e preciso no entanto receber mármore.
Findado a prece, o barão foi até uma mesa onde havia todos os desenhos de como seria a construção, examinando cada detalhe e, aguardando que suas preces fossem atendidas.