Faz algum tempo que ela aprendeu com visitas que vieram pelo porto de Santarem. A dança era exótica, sensual e leve. Antes de ir para o salão de dança, ainda envolta nos braços dele e dando beijos quentes e molhados, já com vontade de mudar os planos e entregar-se ali, a aquele momento, Lupi Camila faz exercicícios para fortificar as pernas: Acha graça da carinha de Pekente observando o exercício e aí finge que não liga mas exagera um pouco só para ele ver o que não pode tocar. Não agora. Repetia: ponta, ponta, panturrilha, arabesque bem aberto com as pernas altas, ponta bem esticada.
Manda então Pezão pedir uma música específica aos músicos e chega ao salão mantendo o castiçal que havia roubado em cima da cabeça. Equilíbrio da espinha em contraste com o remelexo da bundinha que nao parava de agitar o saiote vermelho. Logo o retira e coloca perto das mesas. Vai ao centro do salão sem nenhum pudor e treme o corpo todo, seios, barriga, nádegas e coxas. Balança o pequeno véu feito de suas anáguas e olha para cada pessoa que a observa centrando o olhar entre as mãos que rodeiam o rosto formando quadros.
De repente as mãos fazem círculos e o tronco pende para trás. Ombros remexem e quase toca o chão com as mãos. O corpo de Volúpia era bonito, bem torneado e a brancura de sua pele contrastava com o tecido que sem as anáguas ficava quase transparente. Os pés descalços mimosos, elevavam o corpo quando a moça acompanhava a musica a bailar. Os braços agora abertos começavam um giro envolto nos véus vermelhos, um de cada lado. Os véus tocavam o corpo como que a lambê-lo, a excita-lo diante da plateia que se permitia receber a dança como um presente.
Os quadris ao balançar com tanto jeito mostravam bem as curvas da jovem, e a faziam parecer como a serpente da primeira tentação. Mãozinhas acima da cabeça, como em prece, desciam devagar no mesmo compasso que o bumbum voltava a tremer e paravam abaixo da linha dos seios, onde Lupi cuidava para que os seios não escapassem da roupa, marotos.
Com alguma engenhosidade, retira a espada de um dos seguranças e dança um pouco mais agressiva. Após afrontar inimigos imaginários com graciosidade, dessa vez usando as bonitas pernas também além dos braços na dança, elevando-as para saltos, põe a espada esquilibrada na cabeça e dança sem deixa-la cair, abaixando-se devolve ao guarda do salão.
A alça do vestido começa a ficar frouxa, afinal tudo foi puxado nos dentes. Independente do movimento, a alça desce o ombro, e o bustiê criado grosseiramente desce um pouco. Ficar levantando atrapalhava um tanto a dança e pelo jeito que ia, a qualquer momento a loirinha ia encerrar o número com os seios totalmente nus. Resolve então, diminuir o ritmo e encaminhar-se até o mamorado. Encerra a dança puxendo ela mesma as palmas, e poe as mãos dele num abraço que esquenta e sustenta. Logo o chama para ver se o coche chegou, não podeia ficar muito tempo na festa com a roupa desmanchando aos pedaços assim.
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