Madalena continuava encostada à parede, mortificada e com uma expressão de horror, quando a sua mentora se riu. Sentiu o rosto adquirir um tom escarlate e não gostou da forma como Letícia troçava do seu medo. Só alguém que não conhecia o poder e o sadismo de Adrian Casterwill poderia rir-se daquela forma à menção do seu nome. Obrigou-se a relaxar e a esquecer aquele receio, dando um passo em frente. Não mais insistiu na versão sobre o barão do Cruzeiro, pois Letícia estava demasiado convicta de que ele não era o culpado pela morte de Marilu.
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Esperamos que assim seja, Letícia.Seguiu atrás da sua mentora e examinou a forma como ela despiu a camisa do homem, atirando-a para um dos cantos da cela, não havia dúvidas quanto à actividade profissional de Letícia, tão graciosa foi a forma como o despojou da veste. Não estremeceu quando a loira fez deslizar uma unha pelo peito do homem, deixando um rasto de sangue. Era um ferimento simples, mas o homem ficou assustando, temendo o pior.
Madalena achou que não precisava de explicar a Letícia como pretendia torturar o homem, sabia que a sua mentora apreciaria uma boa exibição e estava desejosa de vingança. Segurou o rosto do homem firmemente com uma mão, apertando-lhe as maxilas e escarrou-lhe em cima. Colocando naquele gesto todo o desprezo que sentia por ele, criatura vil capaz de tamanha atrocidade.
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Seu desgraçado! - Silvou ao mesmo tempo que lhe pontapeava o abdómen repetidamente. As grilhetas de ferro que o prendiam, impediam que curva-se o corpo e protegesse a região atingida. Os sapatos de Madalena eram ligeiramente pontiagudos e a cada golpe o homem soltava um gemido abafado. Com uma mão puxou-lhe os cabelos e obrigou-o a erguer o rosto, se o homem não estivesse vendado poderia ver o tecto húmido da cela. -
Filho da mãe, quem te ordenou a morte dela?! - Pontapeou-o com renovado vigor, arrancando um grito de dor ao homem.
Quando o homem não lhe respondeu, Madalena projectou violentamente a cabeça dele contra a parede e deu-lhe um novo pontapé, desta vez na região da genitália. Tentou encolher as pernas e o corpo e antes que o fizesse, Maria ripostou de novo, calcando-lhe uma das coxas. Olhou em volta e retirou uma das velas da parede, aproximou-se, sedenta de vingança e deixou que algumas gotas de cera quente caíssem sobre o peito do homem, queimando-lhe pele e pêlos.
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Diz-me, seu verme!_________________