[RP] O Baile de Equinócio

Beatrix chegou cedo para a festa, uma vez que havia se incumbido de auxiliar o senhor John Rafael na organização da mesma. Levara consigo suas três auxiliares, Clotilde, Atília e Laurinda que andavam a pôr ordem na guarnição dos quitutes e iguarias servidas e também na decoração. Cordões de flores estavam dispostos sobre o salão, onde haveria dança. O perfume era agradável e evocava a chegada da primavera.

- Boa noite, Senhor John Rafael. Espero ter chegado cedo o suficiente. Trouxe também minhas assistentes para ajudarem no que for preciso. Elas adoram uma festa, e eu também.

Ela estava trajando um vestido vermelho com detalhes em renda e carregava um alaúde, pois em algum momento ia querer tocar, afinal também estava ali para se divertir um pouco e estrear o encordoamento de tripa de carneiro, da melhor qualidade, que a muito custo conseguira finalmente comprar para seu instrumento.

Ao ver Nicole chegar, sorri satisfeita.

- Boa noite, Nicole. Adorei o vestido. Creio que temos tudo preparado para uma boa festa. Só falta chegarem os convidados. Espero que a música e o cheiro bom da comida sejam suficientes para avisá-los que a festa começou. Aliás, a pretendente do senhor José Cruzes, virá? Esse é também um baile casamenteiro.

Ela sorri para Nicoele e pede licença para ir ver com os músicos um bom repertório para animar o baile.

José Manuel Cruzes recebera há dias por parte de uma mulher encapuçada, que deu como nome Laurinda, uma encomenda acompanhada de uma carta. Era uma vestimenta para o baile do equinócio , linda por sinal. Na carta estava escrito:


Uma carta simples, mas eficaz, mesmo ao estilo da Nicole, fora o que José pensara, e ficara bem agradecido pelo vestido.

No dia do baile, José Manuel chega ao salão com a sua vestimenta azul e branca, sendo muito bem recebido por John Rafael:

-Está um ambiente muito alegre e festivo aqui, parabéns aos organizadores! Poderia dizer-me onde está o vinho?

José está ainda muito absorto do ambiente, e só reparou no panorama geral, não tendo tomado grande atenção aos pormenores.

Max aproxima-se da grande mansão atraido pelo barulho.
Perguntando às pessoas que passavam na rua descobre que se trata de um baile a celebrar o equinócio da primavera.

Hum... Pois é. Nem me lembrava que o equinócio era por esta altura.

Curiosa e timidamente aproxima-se da porta para entrar tentando não dar muito nas vistas.
Porém, com o seu traje e capa de caminhante usado e gasto de inumeras campanhas pelas estradas da europa isso será talvez impossivel no meio de tanta gente bem vestida.

Laurinda passa com uma bandeja na mão. Na bandeja há vários cálices de vinho, que ela encheu de um barril, dentre tantos que estão ali a vista de todos.
Também há barris de cerveja, para quem o preferir.

Percebendo alguns convidados que chegam, ela se aproxima e oferece o vinho.

A festa é para todos que ali chegam, e todos podem comer e beber a vontade.

Não importa o traje nem a procedência. É uma festa popular para diversão e alegria de todos. Laurinda passa por Maria Madalena e lhe oferece um dos cálices dispostos na bandeja.

Laurinda: - Boa noite, senhora. Aceita um cálice de vinho?

Depois que serve a mulher, Laurinda vai até o vigário, servir-lo também.

Laurinda: - Monsenhor, aceita um cálice de vinho?

Após servir o Monsenhor, Laurinda continua servindo os convidados, indo até José Manuel Cruzes , a quem ela reconhece da entrega do pacote. Reconhece igualmente o traje, feito no ateliê em que trabalha. O homem é claro, não há de reconhecê-la.

Laurinda: - Aceita um um cálice de vinho, senhor?

José fora abordado for uma senhora que lhe oferecera um cálice de vinho. Parecia que tinha ouvido o que ele tivera perguntado a John Rafael. Um cálice de vinho para abrir a noite nunca calhava mal, era algo que lhe dava alguma positividade.
Assim sendo, aceitou o vinho de bom grado e com um sorriso:

-Claro que aceito um cálice de vinho, minha senhora, até parece que leu o meu pensamento...

Bebendo o vinho do seu cálice devagar, José Cruzes aprecia a música, especialmente a introdução feita pela dama Beatrix, que foi quem lhe fizera a sua vestimenta, e de quem já ouvira falar, muito bem por sinal, na sua troca de correspondência com a dama Nicole, de quem sentira saudades.
José Manuel ainda estava meio distraído, a fantasiar qualquer coisa que nem pela sua cara se notaria o que era.

Spot entra no salão e é invadido com uma mistura de cheiros diferentes, desde incenso a perfumes, uma vaga de calor vindas das brasas e de risos, vozes e música.

Ele vestiu as suas melhores roupas e optou por algo escuro. Rapidamente apareceu um criado a quem lhe confiou o seu casaco.

- Não quero isto estragado, disse-lhe Spot e o criado com um aceno pegou no casaco e desapareceu tão rapidamente como apareceu.

Após dar uma vista de olhos pelos convidados, reconheceu finalmente a pessoa que procurava. Estava com um vestido azul que atraia a atenção de várias pessoas.

- Senhora, boas noites. Tenho a dizer-lhe que até agora está um baile fantástico , Spot ajoelhou-se e beijou a mão da sua Nicole.

Uma mulher de quase sessenta anos, cabelos ainda pretos, mas com vários fios grisalhos, presos elegantemente em um coque, e usando um xale escuro muito bonito, passa com uma bandeja servindo canecas de cerveja aos convidados.
Trata-se de Atília, a mais velha das fiandeiras. Amiga da Dama Beatrix, que veio ajudar a servir e organizar a festa. Ela oferece uma caneca de cerveja à bela jovem que acaba de chegar, a senhorita Anglys.

Atília: - Aceita uma caneca, senhorita, ou prefere o vinho?

Laurinda, que acabara de servir o senhor José Manuel e passava com a bandeja com cálices de vinho do Porto em direção ao senhor Spot, quase derruba os cálices, ao sentir um pequeno animal entrançando por suas pernas.

Laurinda: - Mas que se passa aqui?

Ela diz, e vê a pequena e lépida criatura saindo debaixo de sua saia e disparando a correr pelo salão. As fogueiras que crepitam parecem deixá-lo atordoado e confuso.

Como na bandeja de Atília só há canecas de cerveja, ela acena para Laurinda vir servir a jovem. Nota o ar assustado da amiga e não entende nada.

Atília: - Que foi, Laurinda? Até parece que viu o tinhoso em pessoa.


Laurinda: - Quase derrubo a bandeja, tem um bicho a solta no salão.

Laurinda, ainda pálida estende o cálice de vinho a Anglys e só então vai servir o cavalheiro que está conversando com a Dama Nicole.

Laurinda é uma jovem de uns vinte e três anos, baixinha e de cabelos lisos e pretos, que enviuvou recentemente; o que se nota pelo seu traje preto e o véu que usa sobre os cabelos.
O falecido marido deixou-lhe um filho, o pequeno André, que não pode vir hoje à festa pois pegou um resfriado de final de inverno.

Maria chega ao baile e avista logo a sua linda afilhada Bea,indo ter com ela.
-Consegui vir-diz-lhe sorrindo,enquanto lhe da um abraço.

Boyka que acabara de receber o seu leite morno, repara com alguma surpresa uma bonita mulher a aproximar-se dele. Ao olhar para ela, esta faz-lhe uma pergunta e ao tentar raciocinar a sua pergunta, fixou a sua atenção no copo de leite morno que segurava e abanou o líquido no seu interior, observando as ligeiras ondulações que se formavam. Mais por interesse, do que por habito sorriu levemente para a mulher.

Boas noites senhora, sou sim, e a senhora? já agora, é servida?

Beatrix sorri e concorda.

Beatrix: - A Laurinda da conta de lobos e está com medo de um esquilo. Que é isso Laurinda?

Ela diz e pisca para Laurinda. Depois fala para Nicole em tom de brincadeira, antes que ela se afaste.

Beatrix: - Amiga, se você for bem sucedida como casamenteira, quem sabe não contrato seus serviços também.

Após despedir-se de Nicole, e ver que a amiga foi dançar. Beatrix decide fazer o mesmo. Depois de pedir licença a madrinha, Maria, aproxima-se respeitosamente do Monsenhor e lhe cumprimenta com uma vênia.

Beatrix: - Boa noite, Monsenhor. Vossa benção! Que bom vê-lo a aproveitar a festa. Noto que o senhor aprecia um bom vinho, será que apreciaria também a dança?

Ela pergunta convidando-o a acompanha-la a dançar.

O velho clérigo respondeu ao cumprimento com uma vénia.

- Jah a abençoe, minha dama.

Com atenção ele ouviu a pergunta e enrubesceu. Sentiu que a batina pareceu-lhe menor do que seu tamanho natural, já que aparentava apertar-lhe o pescoço. Respirou fundo, bebeu todo o vinho da taça e por fim respondeu:

- Confesso que todos estes anos em Roma me ensinaram muito mais a beber vinho e participar de grandes banquetes do que a dançar, mas, caso a dama queira a companhia deste pobre homem devo dizer que aceito o convite. O conde abriu um largo sorriso. - O indicado seria que eu convidasse à ti, tão bela dama, para dançar, não o contrário. Vejo que o mundo realmente mudou.

A taça foi entregue para um criado que por ali passava. O velho padre deu um passo para trás e esticou a mão direita em direcção de dama Beatrix. Assim que esta entendeu sua delicada mão recebeu um beijo respeitoso de seu par, que se curvou em forma de cumprimento.

O conde-vigário realmente não sabia dançar com perfeição, mas aprendera algo no período em que conviveu junto ao II Rei eleito de Portugal e os nobres no Castelo Real.

Caminhou segurando as mãos da jovem dama até onde outros dançavam. Giraram a primeira vez, de mãos dadas, porém à altura da cabeça e de braços pouco esticados, como era costume das danças dos Reinos Anglófonos, e iniciaram a dança conforme a melodia.

Boyka ao ouvir a resposta da dama, pede gentilmente um copo de leite para ela, e fica a olhar nos olhos da senhora enquanto o empregado a serve.

Estou um pouco á parte pois quase me infiltrei, não conheço ninguém nem posso chamar a estes cascos de pés para ir para ali para o meio dançar. Ainda não me disse seu nome senhora.

Maria Madalena gargalhou ao ouvir o comentário que o homem fizera.

"Cascos de pés" - pensou divertida, tentando imaginar um cavalo a dançar.

Quando finalmente se recompôs, limpou a lágrima de diversão que brotara no canto do olho e sorriu-lhe:

O senhor tem um sentido de humor bastante apurado. Desculpe-me, que falta de educação a minha! O meu nome é Maria Madalena, senhor. E o vosso? - disse enquanto lhe prestava uma ligeira vénia.

James chega ao baile do Equinócio.fato
Vêndo toda a animação que está acontecendo, Som de instumentos e cheiro de comida no ar.....Pega uma taça de vinho e vai cumprimentar os amigos e rostos conhecidos.
Ao vê que a Srta:Beatrix já tinha acabado a dança se dirige até ela e lhe diz.-Dar-me a honra da dança senhorita?

Alemão chega ao grande baile com um sorriso no rosto e cumprimenta todos presentes...

O baile está ótimo, só da gente bonita - pensou Alemão

Caminhando pelo salão, avistou Liz em um canto com a taça vazia, pegou 2 taças de vinho e dirigiu-se à ela:

Liz, pegue outra taça, mas apenas se controle... - Diz Alemão sorrindo

Após deixar o salão de dança e deixar que outras damas usufruam da companhia agradável do Monsenhor Guido, Beatrix vai servir-se de uma taça de vinho. Tem a impressão de ver algo correndo pela mesa de banquete mas depois firma a vista e nada vê.

Beatrix - Esse vinho é um tanto forte.

Ela pensa e depois lembra do tal esquilo, e faz sinal para que Clotilde dê uma olhadinha na mesa.

Quando termina o vinho, nota a aproximação de alguém conhecido.

Beatrix: - Senhor J.ames, que bom revê-lo. Lembro do senhor em Crato. Como está Santarém? Sim, claro, que aceito dançar.

Ela diz e faz uma vênia, aguardando ser conduzida novamente ao salão de baile.

Os músicos tocam mais algumas canções alegres que evocam a primavera.

Pase el agoa

"Pase el agoa, ma Julieta, Dama. Venite vous a moy.
Ju me'n anay en un vergel. Tres rosetas fui coller;
Ma Julioleta Dama, pase el agoa. Venite vous a moy."

La violetta

"La violetta
ch'en su l'erbetta
apre al mattin novella
di' non è cosa
tutt'odorosa
tutta leggiadra e bella?

Sì certamente
che dolcemente
elle ne spira odori
e n'empie il petto
di bel diletto
col bel de suoi colori."

Eu sempre me controlo - Responde a Liz desviando o olhar para cima.

Alemão toma um gole do seu vinho, coloca as taças sobre uma mesa ali perto e puxa Liz pelo braço para o centro da pista.

Vamos ver o que você sabe - Desafia Liz

Clotilde percebeu o sinal de Beatrix e começou a procurar o esquilo em cima da mesa entre as travessas de assados, doces e frutas. Ela o encontrou muito a vontade, roendo uma maçã em uma travessa de frutas. Ao notar que Clotilde o espreitava, ele fez uma careta, jogou o resto de maçã na garota e saiu chispando, atravessando a mesa, pulou sobre um pato assado e continuou correndo descendo pela toalha rumo ao salão.

Clotilde correu para alcançar o esquilo e por pouco não esbarrou no Monsenhor Guido e em sua acompanhante, Dama Amber.

Clotilde: - Desculpem-me senhores.

Ela diz muito envergonhada.

Beatrix sorri agradecida diante do comentário.

Beatrix: - Obrigada! Essa é uma peça do meu ateliê. Tenho que fazer propaganda. Seu fato também ficou ótimo.

Enquanto se deixa conduzir na dança, ela comenta com o Sr. J.ames.

Beatrix: - Mas que ótima ideia teve o Sr. John Rafael. Essa distração veio mesmo a calhar. Espero que esteja apreciando o baile tanto quanto eu.

De fato, Beatrix pensa que a ideia foi excelente, pois fazia tempo que não tinha a oportunidade de dançar e se divertir um pouco. Na verdade desde quando inaugurara seu ateliê só havia tempo para trabalho e mais trabalho.

-Oh quem devia dizer isso sou eu, recorda te da tua falta de de equilíbrio...murmurou para si mesma...e dos dois pés esquerdos.

Nicole provoca e controla o riso.

-O importante é a companhia e não na probabilidade de eu sair esta noite viva.

Nicole sorri ao ver Spot um pouco irritado.

Assim que finalizou sua dança com dama Beatrix, o clérigo beijou novamente a mão macia da jovem dama.
Logo que se despediu da dama de sua primeira dança avistou a Condessa Amber que se aproximava.

- Minha dama, mesmo com o passar destes anos Vossa Graça não mudou nada, continuas jovem e bela, da mesma forma que a conhecia anos atrás. O clérigo lhe fez uma longa vénia e beijou a mão da dama. - Podemos começar?

Como na dança anterior o clérigo segurou a mão direita de seu par à altura da cabeça com o braço pouco estendido, giraram e começaram a dançar conforme a melodia.

A melodia, em sua referência à primavera – tempo novo, de renovação – alegrava ao Conde, e agora que dançava com mais uma bela dama do Reino, seu coração parecia mais forte, e sua mente – que ao atingir a velhice passou a pensar cada vez com mais lucidez, como se referia beato Platão sobre a possibilidade do filosofar - continuava a maquinar ideias para seu futuro.

Durante todo o tempo não deixou de prestar atenção em Dama Amber, amiga de muitos anos, e, por muitas vezes, uma das poucas pessoas que fazia com que o Conde-vigário não desistisse de viver e se abandonasse ao querer de Jah.

Boyka abana a cabeça afirmativamente para Maria Madalena

Gosto particularmente sim

Boyka fica um pouco pensativo e quando ganha coragem faz a pergunta á dama

Dá-me a honra de uma ou duas musicas? Sei que é arriscar muito, mas se cair-mos embrulhados assumo completamente a culpa-diz boyka sorrindo

Beatrix: - Aconselho a dançar com o Monsenhor Guido. Claro depois que ele der um descanso à Dama Amber. Além de ótimo dançarino ainda é um verdadeiro cavalheiro. Dizem que devemos esperar que nos convidem. Ai está uma tradição que eu prefiro quebrar. Acho que o senhor José Manuel também gostaria de dançar, e o par dele ainda não chegou. Há várias opções, creio que ficar sem dançar a senhorita não fica. Ainda mais com um vestido tão lindo.

Ela diz sorrindo gentil.

Beatrix: - Faz bem! Boa sorte e aproveite a festa.

Ela diz e cumprimenta Anglys com um sorriso. Mas vê se alguém vai ficar aqui sem divertir-se a contento?

Pensa e resolve seguir seu próprio conselho. Como ainda não cansou-se e quer dançar, nota a chegada de um cavalheiro que ela não conhecia. Aproxima-se do senhor Pein Xerxes Nóbrega de Andrade e cumprimenta-o.

Beatrix: - Boa noite senhor. Espero que esteja apreciando a festa. Acaso gostaria de dançar?

Pergunta convidando-o a acompanha-la ao salão de baile, se aceitar a proposta.

Clotilde nota que o maldito esquilo deve ter feito uma vítima, e ao ouvir o grito e ver alguém embuçado com a cortina da sala, tenta ajudar a pessoa a se desvencilhar daquilo.

Clotilde: - Ai! Que peste de bicho!

Adentra ao baile maravilhada com a beleza do lugar e busca por conhecidos.

Chega ansiosa ao baile acompanhado pelo esposo, Lucas. Sorrindo pede a ele para caminhar e assim ver os amigos que lá presentes estão.

Marih adentra o baile sabendo que está atrasada..Ao entrar depara-se com um salão animadissimo e lotado..Marih olha ao redor tentando encontrar conhecidos e caminha por entre as pessoas suavemente, sorrindo e cumprimentando a todos..

Os músicos tocam uma basse dance que inicia em ritmo adagio e se torna aos poucos andante grazioso, e acrescentam ao final da peça uma variação de uma melodia executada inicialmente. A peça tem o nome de La Magdalena.

Essa dança mais calma e lenta torna audíveis ao fundo, os gritos de Auren enrolada na cortina, que finalmente é alcançada por Clotilde.

O esquilo que armou a confusão, corre pelo salão escondendo-se na saia da senhora Atília, que derruba a bandeja que carregava, com alguns cálices de vinho.

Atília: - Olha que faço churrasco de esquilo hoje.

Os músicos insistem em uma melodia mais intensa para abafar o barulho da confusão e executam uma courante.

Alemão percebe a cara fechada de Liz e sem exitar fala:

Claro que sim Liz, claro...e a propósito tu fica uma graçinha quando está brava...

Conduz Liz dar um rodopio final, faz um reverência...

Obrigado pela ótima dança Liz - Agradeçe Alemão beijando a sua mão.

Celestis Pallas chega ao baile mais atrasada do que pagamento de plebeu feito por patrão ruim. Ajeita o saiote, a se perguntar se não seria muito infantil trajar-se de cor-de-rosa. Um tanto envergonhada ao ver tantas pessoas e um pouco deslocada por desconhecer o que se passara até o momento, tenta se esconder, inutilmente, atrás duma flor que recolhera dum vaso.

- Maldita hora que me esqueci do leque! Não há como fazer melindre assim!

A evitar as bebidas mais fortes e os quitutes mais condimentados - acabara de sair duma epidemia das brabas, que acometera todo o Porto - Celestis aproveita o momento para observar alguém conhecido, avistar alguma mesa desocupada... e claro, parar para ajeitar um pouco seus belos cabelos negros e encaracolados, que deviam estar um pouco revoltos depois do vento que enfrentara quando descera do coche!

Enquanto a confusão se acalmava, Laurinda continuava servindo o vinho aos convidados.

Laurinda: - Aceita um cálice de vinho senhor? Aceita um cálice de vinho, senhora.

Alguns criados serviam acepipes e iguarias.

Atília se recompunha e começava a recolher a bandeja e as taças que derrubara, com cuidado. Um criado veio ajudá-la a limpar o chão, e impedir que alguém descuidadamente ali tropeçasse.

Logo a confusão estava contornada. Mas o esquilo continuava ali no salão, à espreita, quem sabe esperando outra oportunidade de aprontar.

Grupos de músicos se revezavam para continuar tocando e animando a festa trazendo estilos diferentes de danças para alegrar o baile.

Apresenta-se formalmente ao senhor Pein.

Beatrix: - Beatrix Algrave, a tecelã de Montemor. Muito prazer. O senhor é da família de uma amiga muito querida que já faleceu, a senhora Nanda.

Continuou dançando e quando terminou a dança, agradeceu a Pein com um sorriso e uma vênia.

Beatrix: - Muito grata pela dança. Espero que o senhor aproveite bem o baile e divirta-se. Com vossa licença.

Após essas palavras e o cumprimento, despediu-se do senhor Pen Xerxes e atendeu o gentil convite do senhor Lorennzzo para dançar a courante.

Beatrix: - Muita gentileza sua, senhor Lorennzzo. Aceito a dança com muito prazer. Fico feliz que tenha vindo.

Sorri diante do galanteio, estende-lhe a mão e espera ser conduzida para dançar.

Depois de se sentar na mesa de desconhecidos - que devem ter levantado-se para dançar ou qualquer outra distração - e de ter, inclusive, afanado um docinho, Celly finalmente saca seu espelhinho de mão da bolsa e torna a encaracolar seus fios negros e rebeldes. Não era de seu feitio ser tão inoportuna, mas a viagem dispendera tempo e sentira que precisava sentar-se um pouco e ingerir algo docinho para arrebatar os ânimos!

Enquanto caminhava pelo salão novamente, não consegue encontrar John Rafael, seu primo, que deve estar muito ocupado a coordenar entradas e saídas de pratos, porém, avista sua querida tia Marih e vai até ela para cumprimentá-la com um terno abraço! Estava mesmo com saudades dela. Enquanto conversavam, Amber passa pelas duas e Celly lhe dirige uma educada vênia, pedindo licença à sua tia para perguntar à condessa como estava a passar os dias.
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José estava tão intrigado com o nome do seu par de dança que se esqueceu de lhe dizer o seu próprio nome, o que ele próprio achou estranho.

-Desculpe a minha indelicadeza, o meu nome é José Manuel Cruzes, de Aveiro. É um verdadeiro prazer conhecê-la, menina Anglys.

José Manuel repara então num senhor que fazia cara de bravo e depois sorria, acenando a rir na sua direção. Como não o conhecia, concluiu que seria conhecido da mulher com quem estava.

-Conhece-lo?

A situação fora um pouco confusa para José, mas ele não o mostrara, já coisas mais estranhas tinha ele visto.

Apercebendo-se de que nada mais tinha a fazer naquela festa - muitos bêbedos, o que não condizia com seu delicado comportamento - Celly decidiu por voltar ao conforto de seu lar, ainda que sozinha, pois seu pai, Yochanan, pelas vistas abandonou-a novamente em busca de suas aventuras.

- Amanhã o sol sorrirá para mim! É verão!

E saiu, com uns quitutes às escondidas! Pensava em dividir com Flocos, seu cãozinho, sua eterna companhia.

Mateus não queria atrapalhar a conversa de sua filha com o rapaz, mas ao perceber que ela estava chamando vai em direção aos dois, ao chegar Mateus cumprimenta sua filha com um beijinho na testa e depois cumprimenta o rapaz com um forte aperto de mão;

- Olá, eu me chamo Mateus Ecker Miranda Gonçalves da Silva, sou pai da Anglys, muito prazer em conhece-lo, e qual é o seu nome ? - diz Mateus ao rapaz.

Um aperto de mão firme é sempre o cumprimento ideal entre homens, pensa José, e assim o cumprimentara Mateus. Conhecer pessoas novas sempre agradara a José, e agora seria o momento de conhecer mais uma.

-Prazer em conhecê-lo Mateus, sou José Manuel Cruzes, natural de Aveiro. Deve sentir-se orgulhoso por sua filha, presumo.

José Manuel olha em volta e repara que não vê Anglys por lado nenhum.

-Onde se terá metido ela? - pergunta José com preocupação.

Beatrix que estava a dançar com Lorennzzo, percebeu o recado de Anglys e apenas concordou com a cabeça e agradeceu o comentário dela com um sorriso. Ela continuava dançando com o senhor Lorennzzo, aproveitando para divertir-se no baile, pois não gostava muito do ditado que diz que quem assa as castanhas delas não prova.

Assim que terminou a dança, ela agradeceu ao senhor Lorennzzo com uma reverência e um sorriso.

Beatrix: - Apreciei imenso o prazer de dançar com o senhor. Espero ter outras oportunidades. Espero que se divirta bastante na festa.

Ela fez novamente uma reverência e pediu licença para deixar o salão de dança. Ao ver que a senhorita Anne Laura estava ali, e como há muito tempo não a via, vai cumprimentá-la.

Beatrix: - Boa noite, senhorita Anne Laura. Como está? Espero que esteja apreciando a festa. Esse vinho do porto é muito bom, mas a senhorita não vai se arrepender se provar o vinho verde, bastante leve e fresco. Um dos melhores que já provei.

Ela disse e chamou um dos criados que estava servindo essa variedade de vinho e ofereceu gentilmente a Anne Laura.

Enquanto servia a senhorita Anne Laura, notou o ar perdido do senhor José Cruzes , conversando com o senhor Matheus Ecker e lembrou do recado de Anglys e achou melhor avisá-los.

Beatrix: - Com licença senhorita

Beatrix fez uma vênia à Anne Laura e então se dirigiu ao senhor José Cruzes.

Beatrix: - Boa noite, senhor Mateus. Boa noite senhor José Cruzes. Lamentavelmente a senhorita Anglys teve que se retirar. Ela não se sentia bem disposta e deixou o baile.

Ela dirigiu-se a ambos os cavalheiros com uma vênia.

Agora sozinho, José senta-se de novo a beber um cálice de vinho para descansar enquanto observa o que o rodeia.

"Que se terá passado com ela?" - interroga-se para si mesmo em pensamento.

Ainda assim, continua a degustar o seu vinho enquanto observa.

Beatrix viu o senhor Mateus partir apressado em busca da filha, e ficou ali mesmo, uma vez que seu objetivo era apenas transmitir-lhe o recado.

Não perdeu a oportunidade de admirar um instante a obra sua. Sentiu um certo orgulho e satisfação pelo fato que caia tão bem no senhor José Cruzes e que havia costurado com tanto esmero, um traje fino nas cores azul e branco. Era obra sua, e sentia par cada peça que saia de seu ateliê o carinho que qualquer artista tem por sua criação.

Esse devaneio de admiração durou pouco. Que não fossem confundir as intenções do seu olhar...

Como o senhor José Cruzes não lhe dirigiu nenhuma palavra e não pareceu inclinado a enviar nenhum recado ou coisa parecida, ela já ia retirar-se dali, quando notou a chegada de uma mocinha atrás de sua bolsa perdida. Não sabia nada sobre a bolsa, e como esta também não dirigiu-se a Beatrix, ela resolveu retirar-se dali e ir tratar de assuntos da festa.

A diversão começava a cobrar o seu preço, e Beatrix sentia seus pés um pouco cansados. Não podia negar que havia se divertido e dançado bastante. Ainda havia vontade de dançar mais duas danças ao menos, mas que ficasse para a próxima...

No caminho até a cozinha ela se serviu de um cálice de vinho tinto para molhar a garganta e com o cálice na mão foi caminhando devagar.

Na metade do caminho parou e chamou Atilia.

Beatrix: - Atília, meu anjo, está vendo aquela mocinha ali? Ela parece ter perdido uma bolsa. Veja se alguém por acaso encontrou e ajude-a, por favor, minha querida.

Ela pediu sorridente e tomou uma cadeira, parando perto da mesa de doces, na qual havia belas frutas também. Não estava mais tão cheia como no começo do baile. Parecia na verdade um tanto devastada, mas ostentando ainda algo que satisfizesse quem dela quisesse se servir.

O esquilo travesso veio andando devagar e pulou no colo de Beatrix. Ela em vez de assustar-se, pegou umas ameixas e começou a dar ao pequeno encrenqueiro.

Beatrix: - Quanto barulho causaste na festa, meu pequeno encrenqueiro. Ou seria pequena? Se for uma esquila, vou te chamar de Auren.

Ela pensou e sorriu.

Me dá o braço a moon convidando-a a visitar os jardins.

- Sim, vamos. Ouvi dizer que têm por aqui umas ervas selvagens que posso usar em poções e em essências curativas.

Moon dá-lhe o braço e depois de seguirem até à porta, Spot pede o seu casaco e oferece-o a Moon.

- Vamos, veste isto que com esse vestido assim que meteres os pés lá fora vais congelar, Spot sorri.

Spot retira um candeeiro com uma vela lá dentro e leva-o consigo lá para fora para ver por onde andar

Spot com a lanterna numa mão e o braço entrelaçado no de Moon, caminharam juntos pelo passeio de pedras do Jardim. Perto de uma fonte, deitaram-se ambos na relva fresca e começaram a imaginar figuras correspondentes com as várias estrelas que iluminavam a noite, juntamente com a Lua cheia. Maravilhosa aquela Lua.

- Aquilo parece um leão?, apontou Spot para onde Moon apontava. Que tens andado a beber? Aquilo parece é uma avestruz! Que tens andado a beber?, riu-se Spot.

Divertindo-se de alimentar o esquilo, Beatrix não percebera que já estava praticamente sozinha.

Apenas alguns criados, e suas amigas Atília, Clotilde e Laurinda ainda se encontravam no salão.

Ela pegou sua bolsa e encheu-a com mais algumas frutas, e nela colocou a pequena esquila Auren, que iria com ela para casa.

As tochas que iluminavam o salão foram apagadas, mas as fogueiras ainda crepitavam e lançavam uma luz tênue sobre o local que era esvaziado de seus enfeites.

Beatrix também retirou-se com suas amigas e foi caminhando para fora dali. Estava cansada, mas realmente foi uma noite divertida.

- Sim, acho que já foram embora... Queres ficar mais um pouco ou ir já embora? Tenho em casa uma garrafa de vinho do Porto, se quiseres prova, me sorri

Me abre a porta da carruagem e deixa Moon entrar

- Senhoras primeiro, Moon entra e Spot segue-a. Já dentro da carruagem, Spot beija Moon. - Foi uma boa noite. Parabéns pelo baile. Estava espectacular

A situações caricatas estava José bem habituado, portanto esta não o surpreendeu em nada. Quando José vê uma dama a correr na sua direção, ele decide não reagir, não se estivesse ele a enganar e gerasse ali uma situação confusa.
Mas era mesmo na direção dele que ela estava a ir, mas quando ela lhe pergunta sobre a sua bolsa, não sabe como reagir:

-U-u-uma bolsa? - José então recompõe-se - Não me recordo de ver aqui bolsa nenhuma...

Ao ver que lhe trouxeram a bolsa e que ela ficara nervosa, José Manuel, tentou acalmá-la:

-Não tem problema nenhum! Viu como tudo se resolveu?

José esboça um sorriso e vê que é hora de ir para casa. Mui prontamente, ele abandona a sala, não sem antes dar um leve toque na miúda nervosa, para ver se ela acalmava.