Casa dos Henriques Torre

O Sr. Fitz ficou feliz com o presente e pediu para que o Sr. Bertuccio levasse o vinho para na hora ordenada fosse servido.

Que bom que estas bem, prima. E como está Iredia e o Sr. Lobo? E a gravides tudo em ordem?

O Sr. Fitz acordou cedo naquele dia e como de costume fez seus exercícios matinais. Embora não fosse mais um militar ele jamais perdia a forma. Mantinha-se impecável como sempre.

Após os exercícios e organizar algumas coisas entre elas conversar com Barrois e Bertuccio sobre seus afazeres ele ficou em sua escrivaninha atualizando algumas de suas anotações e revendo algumas coisas de sua carreira militar.

Ele então aprontou-se como de costume e desceu para ver Beatrix, o cheiro já subia e era mui agradável.

Descendo ele foi recebido por Bertuccio. Esse o oferecera algo para beber. O Sr. Fitz pediu água, que lhe foi concedida. O Sr. Bertuccio avisou-o que a prima Ines Castro Torre havia chegado.

Encontrando a prima já em casa ele cumprimentou-a.

- Bom dia prima! Como estas? Que bom recebe-la aqui.

Ele falou enquanto se aproximava para abraça-la como era costume na família.

O Sr. Fitz muito se alegrava com o envolvimento de Beatriz na casa e com os servos dele. Pois eram todos uma verdadeira família. Ele a mesa saboreava o prato que fora feito para os dois e sentia-se muitíssimo bem com tudo aquilo.

Ele ouvindo a Beatrix estranhou a informação.

- Escasso o vinho? Mas ainda havia bastante.

Ele então mandou chamar Charlotte que explicou ao seu senhor que também não sabia o porque da diminuição da bebida.

- Irei investigar mais então sobre isso.

Disse ele quase em tom de brincadeira, mas um pouco chateado, ele amava seu vinho e era trabalhoso fazê-lo.

Compras feitas, naquela manhã, Beatrix tratou de outros pormenores, como a apresentação da mesa, se havia toalhas limpas e a louça que iria usar no dia seguinte.

Obviamente que ela não esperava que ali houvessem loiças e toalhas sofisticadas e caras, mas ela queria que ainda mesmo em simplicidade tudo estivesse impecavelmente limpo e organizado. Para isso ela contou com a ajuda de Charlotte quanto a tudo.

Um almoço simples foi servido ao meio-dia para Beatrix e Fitz, com um pouco das carnes e legumes que compraram no mercado. Um cozido de vagens com carne assada foi servido aos dois. Beatrix parecia muito animada e bem mais desembaraçada com a casa, além de bastante próxima a Lotte.

Beatrix comentou sobre as compras e sobre o almoço que seria servido no dia seguinte.

- A despensa estava quase vazia. Mas compramos tudo o que precisava para o almoço de amanhã. Compramos também mais bebidas, pois o seu vinho estava já escasso.

Após seguir com a Dama Beatrix, a Srtª. Lucas a observava, por ser muito jovem, aprendia tudo que Beatrix falava e dizia. Ajudou com as compras e a escolher os queijos. A pergunta de Betrix ela respondeu prontamente.

- Creio que não haja muito mercadores e nem de confiança. Eles gostam muito de hidromel. Podemos completar com hidromel, basta comprarmos os ingredientes e lá fazemos, é sempre muito divertido.

Ela sorria sempre e não faltava-lhe disposição, mas sempre com quietude.

Chegando ao mercado com Lotte, Beatrix após escolher um local para deixar a carroça a espera, vai em busca do que precisa para a preparação do almoço. Para isso ela conta com a ajuda de Lotte para carregar-lhe o cesto. Ela primeiro escolhe os legumes e as verduras mais frescos, em seguida ela escolhe as carnes e compra também um bom pescado. Para os doces ela compra açúcar, leite e ovos frescos. Escolhe os queijos com a ajuda de Lotte e deixa por último a compra dos vinhos.

- Algum mercador de confiança para os vinhos?

Ela pergunta a Lotte, pois é a primeira vez que faz compras ali em Santarém.

- E então, vamos precisar comprar mais vinho também? Talvez fosse bom avisar o senhor Fitz sobre os vinhos. Ele parece ter uma preferência grande por esses que ele mesmo faz e não sei se vai gostar de uma substituição.

Beatrix comentou sem saber o que havia acontecido, quando Lotte contou-lhe que havia menos vinho do que o suposto. Ao menos o melhor vinho estava guardado mas era pouco também. Ela não mexera em nada, então não saberia dizer se o vinho havia mesmo sumido e como isso tinha acontecido.

Ela terminou suas anotações e guardou em sua bolsa. Assim que Lotte estivesse pronta ela ia pedir que as duas pegassem uma carroça e fossem ao mercado comprar o que precisassem.

- Certamente eu irei e gostaria que você fosse comigo. E vinho, quanto temos de vinho caseiro? Preciso saber se tem o suficiente também.

Ela perguntou enquanto se sentava em uma cadeira ali mesmo na cozinha e fazia anotações em um pedaço de papel, com seu giz de desenho. Andava sempre com algumas pedras, e às vezes era mais simples de anotar do que pena e tinta, para coisas rápidas como anotações e rascunhos de desenho.

- Bem, Lotte, nesse caso eu tenho que ver como está a despensa, e se vou precisar comprar algo na feira para o almoço de amanhã. Vou precisar de ajuda na preparação também, claro.

Ela propôs e sorriu esperando resposta. Precisava perder o receio de inteirar-se da casa que era agora sua morada. Não podia ficar alheia como uma visita. Precisava ver se havia queijo e que carnes compraria, além de legumes e vegetais frescos. O almoço seria no dia seguinte e muito ainda precisava ser feito. A ideia de organizar o almoço a deixava animada. Seria bom ver os irmão e primos reunidos à mesa. Essa imagem mental da família reunida a agradava pois ela nunca teve isso, a não ser com uma família postiça.

- E sobremesa, há algum doce que eles gostem? Eu vivi em um convento por muito tempo, e lá eu era exímia nos doces conventuais. Era a forma como o convento sobrevivia, além das doações dos pais das internas abastadas, o que obviamente não era meu caso.

Ela comentou, enquanto acompanhava Lotte até a despensa. Lembrou-se de que havia uma amiga sua mui querida morando agora ali, a senhorita Igrainne. Beatrix lembrava-se dela de Montemor, mas era só o que sabia naquele momento. Ah! se ela imaginasse...

Ainda não sabia como eles lidariam com a decisão de sua mudança para lá. Não sabia se sua aceitação era só temporária, mas não ia se preocupar com isso agora, ou isso estragaria o desejo da festa e da celebração. Tinha vários motivos para estar muito feliz e isso no momento lhe bastava.

O Sr. Fitz então abriu passagem para a Dama Beatrix e a seguiu.

Ela estava usando um vestido verde, com detalhes em branco. O corpete era branco com fitas verdes. Os cabelos vermelhos estavam soltos e desciam pelos ombros até abaixo da cintura. Estavam bem mais longos do que quando Beatrix partiu.

Beatrix sorriu para Fitz parecendo menos constrangida.

- Obrigada! Foi muita gentileza sua, meu querido.

Ela disse e retribuiu o abraço de bom dia que ele lhe dera e acrescentou um beijo no rosto. Depois de se sair do abraço, e se afastar de Fitz ela propôs.

- Vamos esperar o desjejum na sala de refeições?

Beatrix ia oferecer-se para fazer algo, quando notou a chegada de Fitz.

- Bom dia.

Ela o cumprimentou muito sem jeito, por ter adormecido na sala na noite anterior.

- Desculpe por ontem...Eu adormeci, não foi?

Ela comentou ainda envergonhada. Provavelmente fora Fitz quem a carregara pela escadaria até o quarto.

Ao notar tanta gente na cozinha, Beatrix percebeu que a sua ajuda era desnecessária. Ela estava acostumada a ajudar Laurinda nos afazeres e aquilo era um pouco estranho.

- Bom dia! Não, nada pensei que iam precisar da minha ajuda, mas vejo que não. À propósito, como a senhora se chama? O sr. Fitzwilliam não me disse seu nome.

Charllote era a nova serva do senhor Fitz. Ela ficaria responsável por auxiliar primeiramente o se. Bertuccio, além de receber todas as visitas femininas que chegassem ou se hospedassem na casa dos Henriques.

O Sr. Fitz pediu para que ela auxiliasse a Dama Beatrix em tudo que lhe fosse necessário.

A Srt. Lucas estava na cozinha finalizando a preparação do desjejum da família junto as criadas quando a Dama Beatrix apareceu-lhe.

- Bom dia Dama Beatrix.

Ela cumprimentou com uma vênia.

- Logo estaremos servindo o desjejum. Desejas alguma coisa?

O Sr. Fitz após fechar o olhos nem percebera que Beatrix dormira. Ele com os olhos fechados pensava em muitas coisas e sentia uma felicidade tamanha e uma paz que de pensamentos em pensamentos acabara por dormir também.

Após algum tempo que os dois dormiam, Fitz começou aos poucos a acordar do cochilo que dera. Seus olhos abriram devagar e ainda que meio embasados ele nem precisava ver nada, apenas sentia o perfume suave de Beatrix e o Calor de seu corpo que já estava aliado ao seu.

Ele então sem querer acorda-la foi levantando-se devagar e já pegando-a em seu colo para leva-la ao quarto dela.

O Srt. Lucas apareceu e foi abrindo as portas para o Sr. Fitz que carregava Beatrix no colo silenciosamente e com extremo cuidado em direção ao quarto da Dama.

Fitz, colocando-a na cama como todo zelo, a Srt. Lucas tirou seus sapatos e o Sr. Fitz a cobriu com carinho. Com um beijo suave em sua testa ele despediu-se dela, deixando ordens para que a Srt. Lucas colocasse água e uma fruta no quarto da Dama Beatrix para que sentindo fome ou sede ela tivesse como saciar-se, além de ordenar que Sr. Luca ficasse sempre pronta a servir Beatrix a qualquer chamado.

Fitz sorri para Beatrix diante da proposta. Seria muito interessante um almoço para a família.

- Podemos organizar sim um um almoço para todos.

O Sr. Fitz sente-se bem com Beatrix e ao vê-la apoiando a cabeça no ombro dele repousa a cabeça na de Beatrix, perdendo-se no cheio de seus cabelos. Fecha os olhos e aproveita cada segundo daquele momento tão impar.

Ele percebeu que a Dama entendera errado e foi logo aliviar a situação.

- Não, não querida Beatrix. Eu não guardo rancor só acho que temos de resolver o que houve entre nós dois. Eu sinceramente gostaria de ter com ele e conversar um pouco.

Foi-se então o Sr. Fitz abrindo-se para Beatrix.

Ele sorri para ela e como da primeira vez encanta-se com o seu olhar.

- Sim, minha querida, está sim. Estou bem, tu me fazes bem.

- Pois bem...

Ele fala após uma pausa.

- Envia uma carta a ele e pede para vê-lo. Assim posso falar com ele e resolver o que houve naquele dia.

Falava ele em tom de determinação e tranquilidade enquanto segurava e olhava para as mãos de Beatrix, admirando-as.

Ela pousou a taça de vinho sobre uma mesa próxima. Notou o ar pensativo de Fitz antes de perguntar-lhe novamente sobre William Algrave.

- Eu envio uma mensagem através de um mensageiro. Tenho meus meios de me contactar com Gui.

Ela disse e sorriu, em seguida perguntou curiosa.

- Mas porque tantas perguntas sobre o meu irmão? Acaso deseja encontra-lo?

O Sr. Fitz parou um pouco pensativo e novamente perguntou sobre o irmão de Beatrix.

- E se quiseres falar com ele, como fazes?

Perguntou curioso.

Ele sentia-se de fato muito bem.

- Viajando em busca de recursos, logo estão de volta. Mas então, não sabes quando ele volta?

- Meu irmão está para o norte, tratando de assuntos comerciais. Ele me prometeu que veria me ver antes da minha partida Eu o deixei bastante preocupado com a notícia da minha suposta morte, mas segundo a mensagem que recebi, meu irmão não aceitou isso facilmente, ele insistiu que eu estava viva. Felizmente, ele tinha razão.

Ela diz e toma mais um gole do vinho caseiro dos Henriques Torre.

- E os seus irmãos, onde estão, quando chegam?

Ela pergunta enquanto observa as chamas da lareira. Que tornam o ambiente agradavelmente acolhedor.

Ele sorria enquanto a observava bebendo. E alegrou-se ainda mais por ter gostado. Diante do brinde proposto ele também bradou:

- Aos Henriques Torre!

Eles então beberam e ele os serviu mais vinho.

- Não tens ideias da alegria que é estar aqui contigo. Em casa, aconchegado, tomando esse vinho que para mim é o melhor de todos [sorria] e com tua presença que é tão agradável. Bem o que quero dizer é...

Tomou mais um gole.

- Apesar de ser muito gostoso as margens do rio sado, aqui é mais confortável e seguro.

Ele sorriu e por um instante lembrou dos momentos com Beatrix. Desde quando jantaram a primeira vez juntos em Lisboa.

Fitz fica lisonjeado com o elogio de Beatrix a sua culinária.

- Obrigado Beatrix. Não é o meu forte, mas fiz questão.

Ao terminarem de jantar o Sr. Bertuccio recolheu a louça. Fitz sabia que Beatrix estava cansada então convidou-a novamente a irem a sala de estar. Lá chegando ele a deixou bem acomodada sempre buscando deixa-la mais a vontade possível.

O Sr. Bertuccio então após uns cinco minutos em que eles se acomodaram trouxe um garrafa de vinho caseiro, serviu-os a ambos e retirou-se.

Fitz nem precisava pedir, Bertuccio já sabia as vontades de seu senhor.

- Obrigado Bertuccio.

- Então Beatrix, prove. Esse é caseiro. Espero que gostes, já deves ter provado muitas bebidas.

O Sr. Fitz puxa a cadeira para acomodar a Dama Beatrix e senta-se a frente dela. Ele então chama a Bertuccio para que sirva o jantar. O Sr. Fitz então levanta a voz em agradecimento a Jah.

- Obrigado Jah, por nos guiar até aqui e por nos servir tantas bençãos.

Ele sorri e convida Beatrix a se servir. Ele olha para baixo por um segundo e fala baixo só para Beatrix ouvir:

- Espero que sobrevivas...

Finalizando sua fala ele olha para ela com os olhos assustados e logo em seguida sorri para a Dama tranquilizando-a, foi apenas uma brincadeira.

O Sr. Bertuccio avisou ao Sr. Fitz que Beatrix estava na sala pronta para jantar. O Sr. Fitz fez questão de ele mesmo preparar uma refeição para ambos.

Ele já finalizava uma sopa de legumes e vegetais. Pediu para que sua nova serva o ajudasse. Tratava-se de Charlotte Lucas, sua nova governanta. Ela servia e preparava a mesa na sala de jantar, enquanto o Sr. Fitz foi até a Dama Beatrix para convida-la a juntar-se a ele.

Chegando na sala onde se encontrava Beatrix ele a encontrou.

- Beatrix? Então, mais relaxada? O jantar está servido.

Ele sorriu e estendeu a mão para ela.

- Até breve, Fitz.

Após a saída de Fitz, Beatrix fechou a porta e desfez parcialmente sua bagagem. Quando tivesse mais tempo, ela guardaria seus pertences no armário e no baú que havia no quarto.

Depois de escolher o vestido que usaria no jantar, Beatrix lavou-se e trocou de roupa. Ela pensou em pendurar o quadro seu que trouxera da Heráldica quando deixara seu gabinete, em uma das paredes do quarto, mas antes disso, pediria permissão aos donos da casa.

Após vestir-se ela penteou cuidadosamente os cabelos ruivos e deixou-os soltos. Uma vez devidamente arrumada, ela desceu para jantar com Fitz.

Chegou à sala e ficou ali esperando, pois não conhecia ainda a casa e temia invadir o espaço dos seus anfitriões. Ainda se sentia uma visita ali, e não desejava abusar.

Eles foram entrando, andando lentamente, conduzindo-a pela mão eles passaram pela passarela, o portão de ferro e o pequeno jardim a frente da casa.
Ele a convidou para entrar e sabendo de sua exaustão ele a levou para cima,onde ficavam os quartos. Ela ficaria no quarto da direito, o que ficava na extremidade da casa, lá ela teria sossego e tranquilidade.

- Bem, é aqui Bea. Espero que goste, Bertuccio está as suas ordens. Basta chama-lo. Ele ficará de prontidão para servi-la. Logo jantarei se quiseres te juntar a mim seria muito gratificante. Tua presença é sempre mui graciosa.

O Sr. Fitz queria receber a Dama Beatrix da melhor forma possível. Ele estava muito feliz em recebe-la. Seria para ele muito prazeroso dar um pouco de descanso a ele.

Ouvindo-a perguntar novamente a mesma coisa ele a respondeu sorrindo.

- Claro que não. De forma nenhuma atrapalharás. A queremos muito conosco, sua presença além de prazerosa é muito importante.

Ele chama a Barrois para ajudar com as bagagens da Dama.

- Espero que gostes e sintas-te em casa.

Ele ouve ao primo Faelnando e fica preocupado com a situação do patriarca.

- Eu espero que o primo Alexandre se recupere, é um homem forte e inspirador, acredito que logo estará bem novamente.

Enche a taça novamente.

- Estou pronto, tudo que Samuel pediu está feito. Tudo em ordem para irmos. Só esperando momento. Cavalos já estão prontos.

Bebe mais um bocado. Comia também mais um naco de pão. A noite era harmoniosa e estava agradável para se viajar.

O sr. Fitz foi até a janela e observou um pouco o tempo e o vento. Estava animado novamente, não poderia negar, mas sentia saudades de Santarém, mas a Santarém de anos atrás e não essa Santarém.

Ele ficou ali um tempo parado a olhar para o horizonte e com aquela imagem fixa nem se apercebia mais do que via, seus pensamentos se tornavam visões, lembranças, imaginações, ele via o passado e o futuro cruzando-se de tal forma que sentia um turbilhão de pensamentos indo e vindo que sovam como gritos de multidões...

Até que em certo ponto voltava a si e bebia mais um gole do vinho caseiro, após algum tempo nessas idas e vindas de pensamentos ele bebeu a metade final de sua taça de vinho e disse a família:

- Acho que está na hora. Samuel, vamos para o acampamento? De lá partirmos.

Disse limpando a boca de vinho com a mão que segurava a taça enquanto a outra puxava um pouco da espada, retirando-a alguns centímetros da bainha.

Após receberem o primo Faelnando e serem indagados a respeito das animosidades quanto a viagem o Sr. Fitz pronuncia-se.

- Estou animado. Como tenho dito ao meu irmão, Samuel, será bom mudar um pouco a rotina, já a muitos anos estamos aqui.

Ele toma um gole de vinho e prossegue.

Creio que não teremos problemas na estrada. Estamos bem.

Ri-se, afinal seria inimaginável serem assaltados, ao menos nessa jornada.

- É bom viajar, contudo não esperem grandes emoções, Portugal está com poucos loucos. Ninguém tentará nada.

Come algumas uvas e dirigi-se a Faelnando.

- Estas pronto Fael? E como estão teus pais e os primos todos? Tens notícias a respeito deles?

Algumas horas após o jantar, já quase adentrando a madrugada, na casa dos Henriques Torre a família se reunia. Os irmãos Samuel e Fitz estavam na sala juntos com seu sobrinho Ken, o filho de Kub. Se servia um pequeno lanche, eles viajariam por alguns dias precisariam estar bem alimentados e prontos para a jornada.



O Sr. Fitz com um naco de pão e meia taça de vinho caseiro dirigiu-se a seu irmão:

- Então irmão, assuntos da prefeitura estão encerrados?

Às 05:00 da manhã o Sr. Fitz acordou. Ele como de costume realizou alguns exercícios e organizou algumas coisas, tomou um banho e após vestir-se e escrever um pouco ele desceu para fazer o desjejum com seus irmãos e seu sobrinho. Chegando lá estavam Kub e Ken.

- Bom dia família. Como estão? Espero que tenham tido uma noite boa. Hoje é um grande dia para todos nós.

Falava ele enquanto sentava-se para a refeição. Ele olhou para o lugar de Sparkx que estava já algum tempo vazio.

- Onde será que anda Sparkx? Sei que todos tem enviado cartas, mas ao menos as minhas ele não respondeu. Vós tendes notícias?

Depois da negativa de Kub e nada responder Ken, ele serviu-se. Foi quando entrou Samuel.

- Bom dia Samuel. Foi tudo bem, graças a Jah. Vem, comamos!

Após o café Samuel, apressado como sempre é um prefeito saiu para o seu gabinete. Kub e ken foram juntos trabalhar e fazer alguns preparativos para a viagem. E o Sr. Fitz foi ao gabinete do Mentor ver se havia algo novo para ele. Não tendo nada ele voltou para casa para organizar algumas coisas dá viagem.

Casa da Família Henriques Torre





Família Henriques Torre

►Família:

Avós paternos: Teodorico Sousa Torre e Maria Alice de Atouguia e Torre.
Avós Maternos: Geraldes Alvares Henriques e Filipa Marques Henriques.

Pai: Adrião de Atouguia e Torre (PNJ)
Mãe: Helena Henriques (PNJ)
Filhos: Ildefonso Henriques Torre (sparkx); Kub Henriques Torre (Kub); Samuel Henriques Torre (Samueljst); Fitzwilliamdarcy Spada Henriques Torre (Fitzwilliamdarcy).

Samuel Henriques Torre (Samueljst) casou-se com Heloysa Medeiros Henriques Torre (Heloysa).

Ken Henriques Torre (Ken10), filho de Kub Henriques Torre (Kub).


►História da Família Henriques Torre

Helena Marques Henriques

Nasce em 03 de julho de 1404 filha de, Dª Filipa Marques Henriques e de Geraldes Alvares Henriques, o escalabitano capitão da da guarda da cidade de Santarém.

Adrião Torre

Nasce em 4 de Setembro de 1402, filho de Maria Alice de Atouguia e Torre e Teodorico Sousa Torre

Adrião conhece Helena numa festa na cidade de Santarém, mal a vê sente o seu coração a acelerar e sabe que esta apaixonado. Adrião passa os próximos meses longe de Santarém em viagens de comercio, quando regressa ao fim de uma viagem de 3 meses dirige-se a residência dos Henriques e pede permissão para cortejar Helena, que lhe é concedida.
Adrião nunca havia sido tão feliz como naquele período de sua vida, contudo uma nuvem negra pairava sobre a relação, essa nuvem assumiu a forma de uma guerra e Adrião teve que partir para servir no exercito.
Durante uma batalha Adrião é ferido numa perna, que o deixa a manquejar para o resto de sua vida. Após recuperar-se o suficiente para regressar, Adrião parte para Santarém. Mal lá chega pede a mão de Helena em casamento, para sua satisfação e alegria Geraldes aceita.

Assim, em 1429 perante toda a cidade Adrião e Helena casam-se. Em 27 de julho de 1433 nasce o primeiro filho do casal Ildefonso Henriques Torre(sparkx), algum tempo depois em 3 de Agosto de 1435
nasce Kub Henriques Torre, o casal viria a ter outro filho em 28 de Outubro de 1438 quando nasce Samuel Henriques Torre, finalmente em 1441 a 8 de Maio nasce Fitzwilliamdarcy Spada , infelizmente Helena não resistiu ao parto e acabou por morrer algumas horas depois.

Adrião nunca mais se voltou a casar ou a amar outra mulher, dedicou-se apenas a criar os seus filhos até que em 1452, com 50 anos, morreu após doença prolongada, deixando os Henriques Torre órfãos.

Anglys depois de abraçar a madrinha olha para a mesa que esta muito bem servida em comida e bebidas e sorri quando ouve madrinha falar:

-Almoço está servido.


Ela encaminha-se para a mesa, começa a comer a deliciosa comida que lhe era servida. Pois estava com bastante fome!!!

- Imagina, o vinho é para ser servido.

Ela sorri e se serve também. Come um pedaço de lombinho assado marinado que está delicioso.

Depois o Fitz que converse com o Samuel que andou levando umas garrafas escondido para a tasca.

Com a chegada de Esther, Anglys e Heloysa, o almoço ficou ainda mais animado. Chegaram também as crianças, sobrinhos e filhos dos presentes. Todos comemoraram, comeram e beberam, aproveitando aquele dia tão especial em que a família estava ali reunida.

Depois que o almoço terminou, Beatrix com a ajuda de Lotte ajudou a pôr a cozinha em ordem, alguns convidados também quiseram ajuda, era preciso arrumar os últimos vestígios da festa. Com um pouco de ajuda isso não demorou muito. Aquele fora um dia feliz mas também cansativo e depois de que os convidados dos Henriques Torre foram para as suas casas era hora de descansar um pouco.

À agradável tarde, sucedeu-se uma noite muito tranquila. O cansaço da festa fez com que todos dormissem profundamente até a manhã seguinte.