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Fogo, chamas negras

Cedrico


A noite clareara com um relâmpago, a chuva caia torrencial e Cedrico permanecia estático em seu posto, observava ao longe, num horizonte negro a espera de algum foco de vida, alguma novidade. Quando o relâmpago dava o ar da graça era possível ver a fumaça bem distante.

Cedrico era um homem de poucas palavras mas muita ação, trajava negro e no peito um emblema, em um tom azul escuro, que só era visível de acordo a posição e a luz que era lançada a ele, era alto, olhar negro como a noite, na têmpora uma cicatriz, cabelos um tanto grande e barba por fazer. De expressão sombria, espada na cintura, peito largo, capa, luvas, Cedrico era a personificação do mal.

Finalmente ele enxerga uma figura ao longe se aproximar, faz sinal para os demais guardas daquele castelo, ficarem a postos quando uma figura lastimável se joga a seus pés.

- Meu General, missão cumprida.

Cedrico, olha o miserável sujo e com marcas de sangue, respiração sofrega, buscar por um pouco de vida.

- Feriram-lhe Balticos?

- Não meu General, eles não me viram, observei tudo de longe..

- E esse sangue?

- Não é meu, é de Firmo, ele foi decapitado pela fera e sugaram-lhe cada gota de sangue.

Cedrico esboçou insatisfação,

- Conte-me o que aconteceu.

- Sim meu senhor, peço-vos um pouco de água.
- Mandarei buscar, conte-me Balticos.

- General Cedrico, Craw fez o papel dele, entrou no templo herege e distraiu a todos, enquanto os outros que fingiram-se da inquisição tentavam colocar fogo no templo herege, bem sabes lá havia uma sangue maldito.

- Beatrix - disse entre os dentes.

- Sim, mas parece havia mais alguém, uma mulher da vida que o Craw feriu gravemente, descobri que ela é sangue maldito também.

- Feriu? Porque não a matou? Os Girardis, malditos.

- Craw foi ferido e capturado, Dimas também foi capturado.

- Dimas? Mas não é possivel? Espero que ele use de sua esperteza para enganar os raptores, quem o capturou?

- A fera senhor, a fera.

- Maldição, era para matar a todos, os sangues malditos e essa maldita fera. Algo mais?

- Não Senhor.

- Espero que não identifiquem a marca nas costelas de Dimas e não saibam do Conselho e nem quem está por traz de tudo.

Enojado dá as costas pra o homem, este o agarrou a perna.

- Misericórdia meu General, ajude-me.

Cedrico virou-se e num único golpe com a espada, decepou o informante e fez sinal para o soldado que estava ali próximo, limpar o local. Rumou para o salão rochoso e pediu para ser anunciado pelo guarda que estava a proteger a imensa porta de carvalho. Esta se abriu e Cedrico entrou, a sua frente havia um grande trono de rocha, decorado com algumas pedras preciosas e pontiagudas e um velho de porte altivo e com vestes magnificas sentado.
Antonia_


Antônia que naquele momento estava sangrando em seu casamento, fica a pensar, quem era esse maldito a qual tentara matar, o que fez também pensar por que atacaram a igreja... só o destino dirá
Cedrico


Cedrico se ajoelha diante do senhor e aguarda autorização para falar. Nesse meio tempo, os guardas cuidaram do informante morto, e aquele lugar reinava o habitual silêncio mórbido.
Razuc


O velho se levantou e se aproximou de Cedrico e tocou-lhe a cabeça.

- Erga-se meu bom General, imagino que tenhas novidades.

Cedrico fica de pé e beija a mão do velho

- Mestre Razuc, trago boas novas.

O velho, Razuc, um dos Mestres do Conselho de Falcon, senta-se me seu trono e com o olhar sereno, aguarda as informações. Razuc, desde cedo recebeu a missão de ser um fiel Conselheiro de Falcon, essa ordem fundada a séculos, secreta diga-se de passagem, trazia em seu lema "Morte aos infiéis". Esse lema na adolecencia fazia Razuc pensar se tratar de alguma coisa religiosa, mal sabia ele que não, Mas ao longo de sua preparação para ocupar o lugar que ocupa hoje, soube que o lema destina-se aqueles que ousam ir contra a Ordem. Inimigos mortais cultivados ao longo dos séculos, Os Giradis e as feras.

Cedrico contou a Razuc tudo o que informante disse e por fim perguntou.

- Que é feito de Craw?

- Não sei mestre, Balticos não soube responder.

A expressão de Razuc ainda serena ponderou por alguns instantes.

- Traga-me essa que chamam de Beatrix, sei que ela não é uma Giradi, quero saber a ligação.

- Meu Senhor, onde a encontrarei?

- Dê os seus pulos Cedrico, quero convidá-la para uma cálice de vinho, claro que que entendes quando digo que é um convite não é?

Cedrico sorri com o canto da boca e balança positivamente a cabeça.

- Imagino Mestre Razuc, que ela esteja aos arredores do vilarejo próximo a templo herege, irei imediatamente com meus homens averiguar.

- Sim, faça isso, mas não deixe ela saber que estás atras dela, impedindo qualquer fuga, para tanto envie-lhe um escrito em meu nome, convidando-a para tomar vinho comigo. Considerando o que disse, não acho que ela será covarde e fugirá.

Cedrico saiu da sala e deixou Razuc a meditar sobre o que havia ouvido de seu general.
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