Juana.
Após um ano a morar no Porto, Juana decide voltar à sua cidade natal Leiria. Depois de descobrir que tinha uma grande e adorável família estava na hora de voltar para a sua cidade e começar a construir a sua vida e quem sabe a sua própria família. A casa antiga onde morava com a mãe tinha desaparecido, apenas se erguia uma ou duas paredes, pouco sobrava da velha casa.
Contudo o seu pai tinha uma grande casa em Leiria, junto á costa, onde em tempos tinha morado e ai conhecido a sua mãe.
Ao chegar perto do mar vê a grande casa, junto ao porto marítimo da cidade. Não podia ser mais perfeito que aquilo, pensou de imediato, apenas o mar acalma o seu espírito fervoroso. A nova casa representava uma nova vida e uma nova esperança para ser feliz.
Ao entrar na casa sente um cheiro intenso, há muito tempo que ninguém entrava ali. Uma mistura de cheiro a mofo com a maresia do mar que passava entre as janelas. Apressou-se a espalhar pela casa vários incensos, que iam queimando, para vários efeitos, afastar pessoas má, sorte no amor, atrair fortuna e ate para prolongar a vida. Em todas as divisões existem velas, de todos os tamanhos e cores, á medida que vai descobrindo cada divisão vai acendendo as velas. Criando um ambiente escuro e místico por toda a casa.
Na sala existia uma lareira, um sofá e ao fundo um armário pequeno com janelas de vidro onde se podiam ver vários frascos, todos com rótulo. O seu pai é médico, devia guardar muitas poções curativas ali. Será o espaço perfeito para Juana colocar algumas das suas poções mágicas. Consigo trazia um quadro (pintura a carvão) da antiga casa no Porto que coloca com jeitinho na parede em cima do velho sofá.
O quarto, de grandes dimensões, já iluminado com muitas velas, tinha uma mesa de madeira velha onde Juana começa a fazer inscrições com uma faca, uma espécie de ritual de proteção dentro do seu próprio quarto. Ao fundo encostada à grande janela que dá para o mar, tinha uma cama coberta de almofadas de várias cores, na parede junto à cama existia uma pintura do porto da cidade do Porto. Era o quarto dos seus pais, agora seu. Um pequeno berço de madeira ainda com uma manta cor-de-rosa, com o nome Juana Maria bordado, foi ali que passará as primeiras noites da sua vida. O armário do quarto estava vazio, mas por pouco tempo, uma mala cheia de roupas por arrumar ia com certeza encher todo o armário.
Seguindo para a cozinha, encontrou na parede a grande lareira com uma panela pendurada, onde fazia as refeições, uma bancada sempre cheia de comida, armário onde guardava alguns ingredientes, uma estante onde tinha um livro de receitas e alguns utensílios, a grande mesa para as refeições e atrás como não podia faltar um barril de vinho do Porto. Por toda a cozinha estavam espalhados sacos e potes onde guardava a comida.
Ao sair pela porta da cozinha uma varanda estende-se sobre o mar. Penso de imediato colocar lá um banco, seria o sítio perfeito para passar as noites de verão, junto ao mar a ver as estrelas.
A grande área do quintal vai até a uma floresta, com árvores altas onde pouco se vê, apenas numa zona existe uma abertura para o céu. Local perfeito para Juana praticar os seus rituais mágicos.
Por todo o lado crescem arvores de frutos e muitas flores que preenchem por completo o espaço e dão lhe cor, num cantinho pequenos vasos onde crescem plantas invulgares, talvez ideais para os seus feitiços e poções.
O jardim torna-se o sonho para a sua gatinha Mell, que corre de um lado para o outro descobrindo novos sítios onde se esconder e novos cheiros. Um pequeno ribeiro atravessa parte do jardim, que segue de águas calmas até ao mar.
Na parte de trás do jardim estendia-se por vários metros um campo de milho, no chão via-se espigas de milho caídas. Muito trabalho ia ser preciso para limpar toda a área e colher o milho que já estava bom. Num outro espaço porcos. Com tantos afazeres o melhor seria arranjar um empregado que cuida-se da casa e do jardim.
Olhando para a sua carroça vê Leonardo, o guarda que Moon lhe dera á uns meses no Porto, para a ajudar e proteger nas longas noites que passava nas tavernas. Será o criado perfeito, pensa. Forte, destemido e obediente, será a pessoa perfeita para cuidar do jardim e dos trabalhos duros no campo de milho e cuidar dos porcos.
Ao lado da casa havia uma outra pequena casa e modesta, seria lá onde Leonardo ia viver,virada para o campo de milho e para os porcos.
Dirige-se então a Leonardo e explica-lhe a sua nova função ali. Esperando que ele cumpra com o seu novo trabalho.
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