Era mais fraco e estava desarmado. A derrota era iminente. Mas estava ali para defender a honra de sua mãe. Vivian o pedira para não o fazer. Mas Rafael era impulsivo e brigão. O filho mais ciumento de todo o condado. Ignorando os pedidos de todos, estava na Arena do Porto naquela noite.
Quis aproximar-se de sua mãe, mas daquela vez não o fez. Estava ressentido por Vivian fazer ouvidos de mercador e seguir sendo vista nas tascas junto "àquele infiel". Infiel era o menor dos insultos que o jovem Viana proferia contra o homem. Mais ressentido ainda ficou ao notar a arma que seu inimigo brandia.
Conhecia aquela espada. Seu nome era Destino e fora forjada pelo próprio Rafael, para sua mãe. Mas porque o homem carregava aquela espada? Sua mãe lhe dera a espada? Será que Vivian tinha escolhido um novo campeão para si? Aquilo era impossível, mas só em pensar aquilo, encheu-se ainda mais de ódio.
E foi cheio de ódio que se lançou contra o inimigo, recebendo um golpe de espada no braço direito. De sorte, o infiel não acertou em cheio, ou o jovem Viana estaria sem um braço.
Fraco, sim. Covarde, Jamais. Mesmo desarmado e com o braço ferido, juntou forças sabe lá Jah de onde para acertar um soco na boca do infiel, que lhe deixou com sangue a escorrer das gengivas. Era o máximo que conseguiria.
O golpe seguinte decretou o fim do duelo. O infiel deu dois passos para trás e acertou-lhe novamente com a espada, com a sua própria criação, dessa vez na cintura, de onde o sangue jorrou mais violentamente.
Incapacitado de continuar, viu estatelado no chão os juízes do combate darem a vitória ao infiel. Em sua mente, já tramava uma vingança. Logo estaria recuperado, armado e sedento por sangue. E ainda precisava ter uma conversa com sua mãe. Queria saber de mais. Queria saber se ainda teria honra pela qual lutar.
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