Damasceno, notando a aceitação dos presentes quanto a sua opinião e ensinamentos. Sorri ao ver uma jovem pedir licença para vir ouvi-lo.
- Claro que sim! Respondeu o mouro para Elysa.
- Seja bem-vinda e fique a vontade para perguntar e questionar o que quiser. Aqui todos respeitamos pensamentos diferentes dos nossos. Completou ele com um sorriso gentil.
Pouco após a chegada da jovem Elysa, uma moça com ar nobre estava parada já a algum tempo vendo aquela assembléia de estudiosos mouros e aristotélicos, juntos, a ouvir mais sobre uma religião pouco falada publicamente.
- Dama Kiarinha, a vossa presença honrará este encontro com o ar de sua graça. Fico feliz que minhas palavras lhe sejam agradáveis aos ouvidos. Fique a vontade em saborear de nosso banquete e também em compartilhar as vossas ideias e opiniões. Há ali uma cesta de tâmaras de Alexandria, caso tenha curiosidade em experimentar algo das terras árabes.Com a reação de surpresa de Leito, Damasceno sorri e aproxima-se para abraçar o amigo que a bastante tempo não reencontrava.
- Sim meu caro. Disse rindo.
- De facto bastante tempo! Este é um encontro de irmãos de fé, nos reunimos de vez em quando para compartilhar nossas ideias e conhecimentos, sejam eles sobre o Único ou sobre o mundo. Hoje especificamente estamos a falar de nossa religião e pelo o visto foi o dia perfeito, já que tantas pessoas se interessaram em vir ouvir. Senta-te conosco e acompanha-nos, acredito que irás gostar de nossas assembleias, sempre há bastante bebida e comida e tudo é compartilhado com todos. Finaliza o mouro estendendo a mão em sinal para que o amigo se sente ali próximo.
- Amigo Burzum! Bom revê-lo!! E sim, este tem sido um grande exemplo de liberdade religiosa, mas confesso-lhe que é algo raro. Estou muito feliz por tantas pessoas desejarem ouvir mais do Único, mesmo sendo de outras religiões. Venha, tu é um homem de grandes ideias, senta-te conosco e compartilhe-as também. Diz Damasceno estendendo ao amigo uma taça de cidra.
O mouro viu a chegada de seu colega Filipe e foi cumprimentá-lo, indicando que ele seria bem-vindo ali.
- Não é incomodo algum companheiro, fique a vontade para tirar quaisquer dúvida que tiver.Damasceno estava contente naquela praça, esperava que o encontro continuasse naquele clima de paz e curiosidade entre os presentes. O mouro sentia-se exposto, pois falar do Único em público sempre era pedir para ser alvo de ofensas de todos os tipos, mas a sua fé o blindava em coragem para sempre continuar falando do Único aonde quer que fosse. Mas apesar de toda a sua fé, foi o sorriso doce e o olhar de aprovação de Vst que lhe deu forças para continuar a falar.
Brevemente perdido nos seus pensamentos, Damasceno retorna ao mundo quando seu irmão de fé Kratos o diz:
- Grande conhecimento que tu carregas amigo!- Obrigado meu irmão, eu espero sempre ajudá-los a manter viva a nossa fé e cultura. É essa a minha grande missão na terra. Disse sorrindo, enquanto pousava a mão no ombro de Kratos, antes de prosseguir com os ensinamentos de Averroís.
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"E eu testemunharei que não há ninguém digno de adoração, exceto o Único."