Maltese
Maltese ouve o seu nome ser convocado e ergue-se. Ao aproximar-se do trono com solenidade, não consegue conter um sorriso à sua tia Gwen. Depois, ao tocar na sua espada, recorda com amargura um outro juramento, proferido há muitos meses e numa noite em tudo diferente. Tinha acabado de regressar a Portugal e dirigira-se ao acampamento do seu primo, o Rei Dom Pedro, para prestar a sua vassalagem e jurar lealdade. Os rostos estavam fechados e, em vez das vestes luxuosas que todos envergam hoje, só se viam armaduras e couraças. A música também não era sacra ou sequer palaciana, mas antes os tambores e cornetas do regimento.
Ao chegar junto ao trono, Maltese ajoelha-se perante a Rainha Marih e, no seu característico tom marcial, profere o seu juramento:
Eu, Maltese de Albuquerque, juro obediência ao legítimo Monarca de Portugal, juro defender ao Reino e as Leis que o regem, a proteger as instituições que o conformam e a contribuir sempre ao seu desenvolvimento próspero ainda que em detrimento próprio e jamais alheio. Comprometo-me a lutar contra a malícia e a tirania, com todas as minhas forças, a usar humildemente o meu título, promovendo a paz no Reino e defendendo o povo das ameaças tanto internas como externas, sempre cultivando a nobreza de espírito, base para qualquer nobre.
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