[Cerimónia] Investiduras dos Nobres

- A nobreza é antes todo um carácter do espirito do homem, e é sem desistir de seus sonhos que o nobre avança, cultivando a nobreza de Jah em suas virtudes para além da nobreza terrena e passageira. Assim é Dama Dinaman Vaz, que agora recebe o título de Baronesa de Sameiro


A representante da Heráldica então fez uma vénia ao nobre e aguardou a Rainha que já se achava de pé enquanto um dos arautos trazia para ela, sobre uma almofada, a coroa que seria depositada sobre a cabeça do nobre. Assim, um dos pajens reais trouxe as armas da nobre, ainda encobertas por uma peça de tecido de veludo.

A representante da Heráldica Portuguesa apresentou à nobre Dama as suas armas trazidas pelo Pajem e as entregou à nobre para que as recebesse e se afastasse, retornando ao seu lugar. As armas da baronesa eram obra da talentosa, Roselyn.

Assim, a cerimónia continuaria. Apesar do grande número de nobres a jurarem naquele dia, a cerimónia seguia célere, sem grandes delongas e espera. Claro que para aqueles que aguardavam serem chamados, a ansiedade devia ser grande.

Dinaman Vaz ergue-se e recebe as suas armas, em seguida volta ao seu lugar e aguarda a restante cerimónia

Charlote sentada ao fundo do salão usava um elegante vestido para apresentar-se perante a nobreza e realeza, a mãe estava a seu lado observando a entrega das armas. A ruiva apesar de firme tinha um ar pesaroso aquele dia, não estava bem composta da fatalidade que ocorrera na família e apesar de saber a importância daquilo, só pensava em ver o fim da cerimonia para voltar para o casarão. Enquanto não chegou a sua vez a jovem conversa quase em sussurro com a mãe Sbcrugilo tentando distrair-se um pouco.

Sb ainda carregava o luto nas vestes, mas acompanhou a filha na cerimonia de entrega das armas. Isso era importante e apesar de saber o quanto Charlote estava incomodada, a mãe estava feliz por ela estar ali. Sussurrava com a filha amenidades enquanto aguardavam.

Depois da nobre Dama Dinaman ter retornado ao seu lugar na assistência, a representante da Heráldica deu continuidade à cerimónia. Notara a chegada de alguns membros da família Sagres, entre eles a Dama Charlote que estava na listagem dos nobres que prestariam seu juramento naquele dia e receberia o título de cortesia ofertado por sua mãe. Dama Charlote e Dama Sbcrugilo portavam luto, pela dolorosa e recente perda que haviam sofrido na família.

Uma vez que a ordem da lista tivera continuidade não seria justo fazê-las esperar. Assim, a Portugal Rainha de Armas voltou o chamamento para a jovem Dama que chegara há pouco no Paço da Ribeira.

- Dama Charlote Ferreira de Queirós de Silva e Sagres, Baronesa da Torre é chegado o momento de fazeres o vosso juramento de nobre.

Celestis estava orgulhosa da posição do pai, Yochanan. Conseguira dar a volta por cima, enfrentar as adversidades com destreza. Agora, era agraciado com um título de barão. Ajeitava as vestes de renda negra, com detalhes em roxo e vermelho no saiote. No cabelo, um arranjo de plumas. A ocasião pedia requinte, de modo que a jovem não fez questão de economias. E falassem o que quisessem, mas a filha de um barão, sobrinha de vossa majestade, Rainha Marih, tinha o direito de ostentar se assim preferisse.

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Ava estava ao seu lado, literalmente. Desconfiar de sua vizinha e amiga teria sido um grande erro, mas felizmente agora sabia que ela nada tinha a ver com a suposta morte de seu pai. Pelo contrário, fez de tudo para poupar sua vida.

Para o alívio de Beatrix, tudo corria de modo organizado, salvo alguns atrasos. Celly assistia à entrega das armas de Charlote, filha de Sbcrugilo. Não se davam muito bem, a jovem parecia ter ciúmes de Celly por também ser prima de Sissi Edelweiss. Bobagem desnecessária entre miúdas que aspiravam um dia ser mulheres. Mesmo com a suposta rivalidade, Celestis sentia-se um pouco emocionada ao reparar que Charlote ainda guardava luto por suas recentes perdas. Tinha ela também conhecido o pai e o irmão da futura nobre quando esteve em sua casa.

Não sabia bem por onde começar. Poderia desenrolar diversos assuntos com o pai, agora finalmente ao seu lado. Mas apenas um povoava sua mente: seu recente enlace com Lockee, dos Torre. Era certo que ele já soubesse, tinha informantes por todos os recônditos do reino e foi sempre um pai muito protetor. Mas sentia que ele precisava ouvir de seus próprios lábios.

- Papai, eu... contraí um noivado enquanto pensei estar morto! Desculpa se o desapontei, mas já está consumado, sob as bênçãos de minhas tias! Teu sobrinho, Raphael, naturalmente não quis assumir, pois quase sempre gosta de meter-me louca! Diz que era para esperar a ocasião de tua chegada, mas não sei muito bem se era isso...

Charlote sorriu timidamente a Beatrix quando foi chamada, tinha estima pela sua pessoa e a achava sempre de uma cortesia admirável. Sem delongas tomou seu lugar e prestou o juramento

- Eu,Charlote Ferreira de Queirós Silva e Sagres, juro obediência a coroa, e reconheço como legitima a rainha de Portugal, juro defender ao Reino e as Leis que o regem, a proteger as instituições que o conformam e a contribuir sempre ao seu desenvolvimento próspero ainda que em detrimento próprio e jamais alheio.
Comprometo-me a lutar contra a malícia e a tirania, com todas as minhas forças, a usar humildemente o meu título, promovendo a paz no Reino e defendendo o povo das ameaças tanto internas como externas, sempre cultivando a nobreza de espirito, base para qualquer nobre.

Ali sentada no meio dos recentes nobres e dos que ainda iriam ser investindos, olha para o Marquês dos Pomares e sorri de volta. Sem ele muito do que havia feito nada seria hoje! Fazendo uma pequena vénia com a cabeça, diz baixinho -Você é como um padrinho para mim!

Dom Evaisto Próspero, Baronete da Fidelidade Divina, chega para as cerimónias bastante atrasado.

- Espero que ninguém repare o quanto atrasado estou... Murmurou Evaisto