[RP] Câmara real - aposentos da Rainha Marih

Beatrix estava atarefada naquela manhã, pois precisava preparar tudo para receber a rainha Marih e deixar os aposentos reais prontos para recebê-la.

Por ter alguma convivência com a rainha, a jovem tecelã já tinha uma ideia clara dos seus gostos e por isso, desfez-se de toda a roupa de cama e também das cortinas que outrora adornavam aquele aposento. O que ainda fosse de proveito seria doado para a caridade, depois de muito bem lavado e escaldado, é claro.

Mas agora era preciso preparar o ambiente que receberia Sua Majestade Real, Marih, Beatrice Viana, a primeira de seu nome.

A preferência da rainha era sobre tons claros. Assim, foram providenciados cortinas de renda e tecido brocado em variações de dourado e tons de vermelho a rosa. Uma vez que a primavera se aproximava era bom quebrar um pouco a monotonia e trazer cores alegres àquele ambiente. Poucos móveis tiveram que ser trocados, mas os forros de tecido foram mudados para compôr o estilo elegante que deveria agradar a rainha e recepcioná-la adequadamente.

Para os aposentos reais, Beatrix contratou duas camareiras que cuidariam dos trajes da rainha e lhe preparariam o banho, penteariam-lhe os cabelos e cuidariam de sua toalete diária. Uma rainha precisava estar preparada para a longa jornada que enfrentaria e para isso, uma equipe para seus cuidados pessoais foi providenciada.

Outras providências trataram da contratação de um padeiro real e um grupo de guarda-costas que protegeriam a rainha de forma continua. Até mesmo um provador foi contratado, pois precaução nunca é demais.

Assim, ao final do dia, o aposento real tinha outro aspecto, começando pela cama com um belo dossel de seda até as cortinas que adornavam as janelas. Tapeçarias forravam o chão, e o aposento além de belo estava agradavelmente elegante e acolhedor.

Logo a rainha chegaria e vistoriaria seu trabalho. Beatrix estava ansiosa.

Apesar da amizade, Beatrix fez uma mesura respeitosa à rainha agradecendo o elogio.

- Muita grata Vossa Majestade.

Ela disse e sorriu de forma mais espontânea.

- Ainda que nada tenha me agradado da decoração anterior, fora alguns móveis, creio que não houve desperdício. O que sobrou foi doado. Agora gostaria que a Majestade me acompanhasse para que conheça a equipe que vai auxilia-la. Contratei duas camareiras, um padeiro que irá servi-la pessoalmente, um provador de comida e três guarda-costas que ficarão sempre próximos à rainha. Um deles já trabalhou comigo, é um ex-militar chamado Demétrio. As camareiras Chamam-se Clara e Josefa. O padeiro é o senhor Quirino e o provador é filho dele, um rapaz chamado Bento.

Lá fora na antessala, a criadagem aguardava. As duas moças que seriam as camareiras eram jovens de cabelos castanhos e ar tranquilo. Uma delas era irmã de Rita que procurara Beatrix para conseguir um trabalho digno para sua irmã mais nova. A outra fora indicada por uma conhecida que atestara-lhe os bons serviços. O padeiro era um senhor grisalho e bigodudo e um pouco baixinho e de barriga proeminente. Ele era conhecido por produzir os melhores e mais gostosos sonhos do Paço. O homem estava nervoso e suava um pouco. O filho era mais alto que o pai, mas mostrava semelhança pelo bigode que ostentava com orgulho.

Os três guarda-costas eram rapazes altos e fortes, o jovem Demétrio que Beatrix indicou, era seu antigo guarda pessoal, que trabalhava agora como mercenário e trouxera dois "colegas de profissão" consigo. Além de bastante fortes e hábeis com armas, eram de confiança. Demétrio era o mais alto dos três, tinha cabelos escuros e possuía olhos azuis penetrantes e uma barba bem aparada. Ele tinha se barbeado especialmente para aquela ocasião. Os três vestiam cota de malha e peitoral de aço e portavam espada, escudo e um deles alabarda.

Com a chegada da rainha o grupo fez vênias à sua majestade real, da melhor forma que puderam.

Beatrix apresentou um a um para a rainha.

Beatrix apenas aguarda o parecer da rainha quanto às suas escolhas. Estava tranquila pois fizera o melhor possível. Havia outros criados que trabalhavam no castelo, mas aqueles seriam os criados pessoais de sua majestade e era importante que atendessem aos anseios e necessidade da rainha. Assim, ela teria mais tempo para dedicar-se ao que realmente seria importante.

Diante das palavras da rainha, Beatrix concordou.

- Claro, vossa majestade, como preferir. Tentei atender ao básico. Acaso deseje outros criados ou tenha me esquecido de algo, aguardo vossas sugestões. Creio que há muito para planejarmos hoje, imagino.

- Providenciarei amanhã mesmo, majestade. Tenha uma boa noite de descanso.

Beatrix responde diante do pedido da rainha, e vendo que ela deseja recolher-se despacha os criados, deixando os guarda pessoais em vigília diante da porta dos aposentos da rainha e indicando às camareiras que acompanhem a rainha Marih para ajuda-la a despir-se e cuidar das joias reais. Após isso, Beatrix se retira retornando para o seu lar, onde seu esposo Fitz a aguarda com as crianças.

Ao chegar pela manhã para o seu serviço e aproximar-se da ala dos aposentos reais, Beatrix ouviu um barulho tão alto vindo da cozinha que chegava até a câmara real.

Preocupada que aquilo atrapalhasse o sono real e despertasse a rainha antes da completude de seu sono de beleza, Beatrix foi até a cozinha ver o que se passava.



_________________

Beatrix após visitar a cozinha e tranquilizar-se com a esperança de que não haveria mais tanta bagunça, retornou e ao deparar-se com a porta dos aposentos viu que sua tentativa fora em vão, pois a balbúrdia acordara a rainha e ela agora já exigia a sua presença.

- Pois não majestade, eis-me aqui.

Ela disse e correu, passando apressadamente pelo corredor do castelo e esbarrando nas duas jovens camareiras que contratara. Seu gesto foi para que as moças se apressassem, pois a rainha despertara mais cedo. Só esperava que Marih estivesse de bom humor apesar disso.

Depois de fazer uma respeitosa vênia à rainha, diante da pergunta desta, Beatrix mal contém o riso que lhe escapa, apesar do esforço em permanecer séria.

- São os novos cozinheiros que estão preparando o vosso pequeno almoço, majestade. Tomara que realmente não tenham incendiado a cozinha, mas o senhor Sirman se esforçava em endireitá-los.

- Certamente, majestade.

Beatrix chamou as camareiras para que preparem o banho quente para a rainha com algumas gotas de óleos essenciais de aromas cítricos como bergamota e flor de laranjeira. A banheira parecia convidativa e agradável e um biombo foi colocado para que Marih tivesse privacidade. Uma toalha de linho foi disposta para que ela se enxugasse após o banho, quando as camareiras a auxiliariam.

Enquanto a rainha se banhasse as camareiras disporiam sobre a cama os trajes reais para aquele dia e sobre o toucador eram dispostas as jóias que a rainha ostentaria, inclusive sua bela e luxuosa coroa. O traje para aquele dia fora escolhido por Beatrix. Um vestido negro com aplicações de bordados em bege e dourado na barra mangas e corsete. Era um modelo vistoso mas bastante sóbrio.

Beatrix acompanhou a rainha até a sala de refeições onde ela desfrutaria do desjejum preparando-se para o cotidiano estafante de suas obrigações reais.

Foi com desagradável surpresa que ela viu que as copeiras ainda não haviam servido o desjejum.

- Ah! Meu Jah, logo no primeiro dia. - ela pensou começando a ficar irritada.

Na sala de refeições estava o provador real e o padeiro que já trouxera o melhor e mais fino pão para a rainha. Mas nada das copeiras reais com o restante do desjejum.

Quando se prepara para comer, eis que aparece em sua frente o Duque de Bragança. Sem entender bem o que se passava, Marih olha ligeiramente para Bea e depois para o Duque..
-Ah vejo que cheguei no momento ideal. Estou verdadeiramente esfomeado.
- Não há vinho? Sua Majestade já era altura de nos sentarmos a conversar um pouco.
Um pouco surpresa, a Rainha sorri e diz ao recém chegado
- Seja bem vindo Dom John, fique a vontade e me dê o prazer de sua companhia. Sim temos vinho, mandarei pegar para o senhor.
Diz Marih enquanto olha para Bea e com um aceno de cabeça pede que ela traga vinho

O provador real quase se engasgou ao provar da omelete que os cozinheiros haviam preparado e encontrar um pedaço de casca de ovo. Certamente aqueles cozinheiros precisavam de mais um treino. Faltava um pouco de tempero, mas ele não podia reclamar.

Notou o quanto o duque bebia logo cedo pela manhã e pensou que os nobres é que tinham boa vida. Podiam encher a cara a hora que bem entendiam. Ele teve que concordar que aquele vinho não era mesmo dos melhores, mas já provara coisa muito pior.

O primeiro dia de provador real estava sendo frustrante para ele.

Ao retornar, Beatrix dá de cara com o cozinheiro e a pergunta que a rainha lhe faz, ela mesmo está confusa sobre o que ali acontece.

- Eu mesma gostaria de saber majestade. Mas irei conversar com o cozinheiro real e tratar desses assuntos domésticos que não devem aborrecer vossa majestade.

Ela disse fuzilando o cozinheiro com seus olhos verdes e convidando-o a acompanha-la assim como o provador, com sua cara de entojado.

"- Ai meu Jah! Que dia, que dia." - Ela pensa enquanto vai caminhando em direção à cozinha.

- Certamente, majestade.

Beatrix fez novamente uma vênia e saiu dali, imaginando que além de dar bronca nos cozinheiros teria também que dar corretivos na guarda pessoal da rainha. Seria um dia agitado, certamente que seria.

Atendendo ao chamado de Sua Majestade Real, Beatrix retornou a sala de refeições, onde a rainha tomava seu desjejum em companhia do Duque de Bragança.

Assim que apresentou-se novamente, ela fez uma vênia e perguntou receosa.

- Eis-me aqui, vossa majestade. Em que posso ajudar?

- Quer falar com o cozinheiro, majestade?

Ela não entende nada, mas como é um pedido da rainha concorda e se retira dali.

Sirman, acalmando a sua respiração do nervosismo do sucedido, ele decide reagir fazendo uma vénia perante a Sua Majestade Real e ao Duque Dom John.

- Peço mil perdões pelo que acabou de acontecer, se for necessário peço mais outros mil perdões! Disse Sirman tentando fazer rir os presentes

Sirman olha para todo o lado, pois não conseguira fixar os seus olhos aos presentes nos aposentos.

Aquele era um dia especial, pois na Catedral do Reino iria acontecer a coroação de S.M.R. Marih Beatrice Viana.

Por conta disso, o dia começara cedo e agitado nos aposentos reais. Beatrix bem cedo, dirigiu-se ao castelo, para auxiliar nos preparativos da rainha. A camareira mor usaria um vestido preto e dourado.

Enquanto S.MR. fazia sua toalete matinal, auxiliada pelas camareiras reais, Beatrix foi providenciar o traje e as joias que a rainha usaria nessa ocasião tão importante e solene.

Após ver que tudo estava pronto e encaminhado, Beatrix dirigiu-se a catedral para confirmar se lá também os preparativos seguiam a contento.

Desse modo, ela retornou rapidamente ao castelo, para tomar as últimas providências e acompanhar a rainha até a catedral, onde ela seria coroada.

O vestido escolhido era verde e dourado, com tecidos luxuosos de veludo e brocado.

Somente depois da rainha estar pronta é que Beatrix seguiria para a igreja para acompanhar a cerimônia ao lado do esposo e dos filhos.

- Ansiosa, majestade?

Beatrix perguntou, enquanto as criadas reais arrumavam os cabelos da rainha.

Beatrix ouviu as palavras da rainha com um ar de preocupação. Ali valia o ditado que ouvira certa vez, pois "pesada é a cabeça que carrega a coroa". Já dizia um jovem bardo das terras dos Casterwill.

Ser rei em Portugal naqueles tempos tão difíceis era um sacrifício árduo, que cobrava um alto preço em dissabores, era muito mais do que a maioria estaria disposta a sacrificar, pois quanto maior o poder, maiores as responsabilidades e cobranças somadas a ele.

- Sim majestade, claro que o farei. Verei isso agora mesmo.

Ela disse e foi ver se a infanta já estava vestida e preparada para a cerimônia.

Era um dia extremamente atípico na vida de Maria. Ela estava se acostumando com a ideia de ser infanta, algo que ela ainda não entendia bem e nem sabia ao certo o significado. Mas seguia o que sua mãe Marih havia-lhe dito para fazer e como se portar perante o reino durante a cerimônia por acontecer. Para uma menina, não queria saber de maiores responsabilidades.

- Ai, Dama Beatrix! É essa a vestimenta que terei que trajar? Este vestido está-me a apertar a barriga, como irei respirar? Não há como soltar isso um pouquinho de nada? - resmungava.

E continuou a receber os cuidados das criadas, que a tratavam com o maior zelo possível e a vestiam para a solenidade. Mesmo aborrecida, deixou que lhe aprontassem toda, dos pés à cabeça: não queria causar desgosto à mãe que tanto louvava.

- Aonde está a minha mamãe? Esse lugar aonde vamos... A catedral... Fica longe? - tagarelava curiosa.

Marih recebe a encomenda de seu quadro e corre para colocar em seus aposentos, após escolher um bom local, ela aguarda que o criado coloque sua pintura. Enquanto monitora para ver se não fica torto, ela anda de um lado pra outro toda feliz. Ao terminar o criado faz uma vênia e sai, deixando Marih encantada com o trabalho realizado pelo artista.
Nossaaa, ficou mesmo excelente!!! Diz a Rainha sem conseguir tirar os olhos daquela obra de arte

Marih que ainda olhava seu quadro meio que encantada, ouve uma voz conhecida e virando-se sorri enquanto corre para abraçar seu lindo e sumido mano..
- Gaspeeeer, quanto tempo querido, claro que você pode entrar, venha sente-se aqui e vamos matar as saudades.. diz a Rainha toda boba enquanto se pendura no pescoço do belo maninho

Marih olha pra seu querido irmão e diante de tanta doçura ela se emociona tanto com suas palavras, quanto com os presentes. Recebe os presentes e se encanta com eles. Delicadamente ela pousa os presentes num criado mudo, a fim de guarda-los com muito zelo. Com a voz embargada de emoção, Marih tenta disfarçar e sorrindo diz ao irmão
- Mano que idéia genial, vamos fazer sim uma bela festa e reunir toda a familia
Marih fca animadissima com a possibilidade de encher o castelo com toda familia e ja começa a fazer planos.

Após ver a animação do irmão, Marih sorri e fala toda animada:
- Vamos ver isso com a Bea, ela que trata da minha agenda e saberá preparar a festa da melhor forma possivel ao terminar de falar, Marih puxa o irmão pela mão e sai em disparada a procura da Beatrix

Marih e Gasppare encontram com Beatrix que ia passando pelo corredor. Ela para ao ve-los e após cumprimentos ela espera o que Marih tem a dizer. Antes de falar, a Rainha nota que a moça está um pouco abatida, porém decide saber o porque mais tarde e vai logo dizendo toda animada
Bea, esse é meu irmão Gasppare. Ele veio me visitar e deu uma ideia maravilhosa.. Uma festa pra familia.. que você acha?