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[RP] Uma Festa

Beatrix_algrave


Aquela era a feste de celebração do aniversário de Beatrix. A camareira real achou um pouco de exagero da rainha dispor um dos salões do castelo para aquela festa que seria algo tão simples, entre amigos e parentes. Mas o salão secundário era de fato perfeito para aquela recepção, e seria muito simples arrumá-lo. Deveria ser uma festa surpresa, mas como surpreender quem era encarregada de todas as cerimônias e festas do castelo real?

A princípio tentaram fingir que seria uma recepção a alguma embaixadora estrangeira, mas a surpresa se desfez, quando Beatrix escutou um dos cozinheiros reais interrogando sua amiga Laurinda sobre receitas que a ruiva apreciava.

Durante aquele tempo o que Beatrix não percebera, nem sequer notara é que o encapuzado Bento fizera amizade com alguns criados reais e tinha agora acesso garantido aos recintos reais, e estava ali também naquela noite, com a desculpa de ajudar a criada Filismina com as flores da decoração.

Bento até mesmo ajudava de vez em quando o jardineiro. Assim, enquanto a aniversariante passeava pelo jardim, fingindo observar as lanternas que enfeitariam a noite para a discreta recepção da suposta embaixadora, foi que ela percebeu o vulto do encapuzado. Por um instante ela se assustou, como se sentisse um estranho pressentimento, mas ao notar que era uma figura conhecida, ela suspirou, como se sentisse um alívio. Há tempos que ela não era perturbada pelos Casterwill, e não seria justamente naquela noite de celebração que ela teria alguma surpresa desagradável, vinda de tão longe. Mas as vezes o mal está mais perto do que imaginamos

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Bento


Com o cair da noite, Bento aproximou-se dos recintos reais e entrou pelo pequeno e discreto portão destinado aos serviços. O jardim, iluminado por lanternas, estendia-se à sua frente, enorme e majestoso, mesmo envolto pela penumbra nocturna. O seu capuz negro agitou-se levemente ao sabor da brisa morna e Bento viu um esbelto vulto, parcamente iluminado pela luz tímida e bruxuleante que as lanternas providenciavam, mexer-se. Pelo canto do olho, notou com a luz amarela se espalhava e entrelaçada nos cabelos ruivos e luxuosos. Era a Camareira Real, por quem Bento não nutria especial afecção. Maldita mulher, sempre cercando a Rainha e olhando-o com escárnio e desconfiança.

Num passo rápido e leve, segurando a capa em torno do corpo com os punhos cerrados, Bento precipitou-se em direcção à casa de jardinagem, pois combinara encontrar-se com Filismina ali mesmo. Ajudaria a inocente criada com os arranjos de flores e, quando ela mesmo esperasse, sairia sorrateiramente para arder em paixão.
Criada, roleplayed by Beatrix_algrave


Filismina caprichara na decoração, mas ainda faltavam algumas rosas para os vasos que ornamentavam a mesa do banquete.

Ela estava cansada pois fora um dia de muito trabalho, mas ela se esmerava em tudo que fazia, pois temia ser demitida depois que uma peça de roupa da rainha desaparecera. Como Filismina era a criada mais recentemente admitida era a principal suspeita. Foi com sacrifício que conseguira escapar dessa vez, e sabia que estariam de olho nela. Isso a aborrecia, pois era pobre mas jamais roubara nada de ninguém. Quase gritou de susto ao ver um vulto até perceber que era Bento.

- Jah do céu! Que susto, Bento. Que bom que veio me ajudar. Só falta arrumar essas flores nos vasos e vou finalmente ter folga. Hoje a cozinha é uma festa, vai ter banquete e vai sobrar comida a beça.

Ela disse com sua voz fanha. A cara rechonchuda estava sorridente.
Bento


Bento removeu o capuz assim que Filismina se voltou para o encarar e fingindo um sorriso, mostrando a contragosto os dentes relativamente bem cuidados.

- Não te sobressaltes... - Disse numa voz baixa e ergueu as mãos em frente ao peito, assumindo-se inocente. - Sabias que vinha esta noite para te ajudar com as flores e bem sabes que não perderia uma noite de excessos por nada.

Olhou para as rosas e notou com agrado que eram vermelhas, talvez conseguisse levar algumas daquelas rosas para os aposentos da Rainha. Sempre achara que uma mulher de pele alva e feições delicadas tinha a sua beleza realçada pela cor escarlate e, nos últimos tempos, não se coibira de imaginar Sua Majestade num leito de pétalas rubras, os seus olhos fixos nos seus. Aqueles pensamentos desencadearam as reacções físicas expectáveis num homem capaz como ele, e Bento ajeitou a capa sobre as calças.

- O quarto da Rainha já foi asseado? - Perguntou enquanto se aproximava das jarras com as flores, evitando contacto visual.
Criada, roleplayed by Beatrix_algrave
Erro
Criada, roleplayed by Beatrix_algrave


Filismina se recriminou por se assustar sem motivo. Ainda mais por alguém que costumava ser tão gentil com ela.

- Sim, arrumei mais cedo, pois a rainha ia se preparar para a festa. Ela deve estar lá agora.

Ela disse arrumando as flores e prendendo-as com um laço de fita.
Bento


Bento acena com a cabeça, sentindo-se desapontado, pois aquela era a sua desculpa habitual para ter acesso aos aposentos reais. Teria de pensar noutro motivo para se livrar de Filismina durante aquela noite, precisava de um vislumbre da Rainha e nada mais lhe agradaria do que ver Marih enquanto esta se preparava para a festa de aniversário da Camareira Real.

- A camisa da Rainha chegou a aparecer? - Inquiriu, erguendo uma sobrancelha e olhando de esguelha para Filismina.

Era uma pergunta retórica, pois a camisa-de-noite de Sua Majestade estava guardada num pequeno baú, a chave numa corrente junto ao seu peito.

- Vamos despachar este serviço, Filismina?
Criada, roleplayed by Beatrix_algrave


Ao ver que Bento estava preocupado com ela, Filismina sorri, ainda que ainda estivesse preocupada com o seu emprego.

- Não, nem sinal. Ainda desconfiam de mim, mas como não acharam nada nas minhas coisas acabaram me deixando ficar. Mas não se preocupe não vão me mandar embora, tenho feito um bom serviço.

Ela olhou para as flores em sua mão e depois para Bento, animou-se a terminar logo o serviço e comer com ele na cozinha.
Fitzwilliamdarcy


Ao entardecer o sr. Fitzwilliam saíra do Castelo de São Jorge, onde passara rapidamente para seus afazeres diários, perguntar ao Comandante Chefe se esse precisaria dele e explicar o motivo da rápida passagem daquele dia. Era aniversário da mais bela ruiva de toda terra conhecida, logo não poderia deixar de estar com ela.

Quando o transporte do Condestável Real chegou próximo aos portões do Castelo Real os guardas já o reconheciam, abriram as portas e bateram continência a carruagem que passava. Já era noite quando ele chegou aos jardins reais. Desceu do transporte e começou a caminhar. Ainda um pouco distante pode ver as silhuetas de algumas pessoas e para ele era fácil reconhecer, mesmo que de longe, sua esposa.

Foi então em direção de Beatrix e nesse curto caminho pode notar duas pessoas colhendo flores e cochichando, não era de se estranhar criados em seus assuntos. Naquele momento começara uma neblina quase imperceptível. Chegando junto de sua Dama abriu um sorriso, que só ela gerava nele. A neblina aumentara um pouco.

- Boa noite Dama do jardim. Um belo jardim para se dançar ao som da noite.

Cumprimentava o sr. Fitzwilliam sua esposa, lembrança das primeiras vezes que estiveram juntos.

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Beatrix_algrave


Beatrix estava no jardim distraída com seus pensamentos. Estava uma bela noite de lua cheia, que mal o sol desaparecera, já despontava no céu. Mas logo a estonteante visão do disco lunar foi encoberta por algumas nuvens e uma neblina fina começava a tornar aquela noite que começara tão luminosa em uma noite fria e escura.

Uma brisa gélida soprou agitando-lhe os cabelos ruivos e Beatrix se encolheu instintivamente com a sensação de frio e desconforto. Como mal o outono chegara, a Camareira Real usava um traje leve. Seu vestido era de cetim brocado branco e bordado com fios prateados, com detalhes de veludo branco nas mangas. O branco do vestido fazia um belo contraste com o tom intenso dos cabelos ruivos que estavam parcialmente soltos e lhe caiam pelo rosto e ombros até a cintura, marcada por um cinto de metal prateado que trazia um pendente que descia até a altura dos joelhos. Nos cabelos havia uma rede de linha de prata e pérolas prendendo-os apenas na parte de cima.

Quando ouviu a voz tão familiar do seu amado esposo, ela virou-se e seu rosto iluminou-se de tranquilidade, como se a chegada de Fitz desfizesse a rede de maus presságios que se desenhara em sua mente desde o anoitecer.

Quando ela lhe respondeu, leves chuviscos começaram a cair.

- Boa noite, querido, que bom que veio.

Ela disse e aproximou-se dele, enlaçando sua mão na dele e depositando um suave beijo em seu rosto.

- Felizmente, tudo está praticamente pronto. Certamente essa embaixadora ficará felicíssima.

Após essas palavras um sorriso jovial enfeitou seu rosto.

- Melhor entrarmos, pois essa chuva pode engrossar. Uma pena, estava uma noite tão bonita.

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Bento


Bento sorriu rigidamente e voltou a fixar o olhar nas flores. Certamente que o facto de Filismina não ser tida como culpada do furto não abonava a seu favor, pois as buscas pelo verdadeiro culpado continuariam e, talvez, talvez as suspeitas viessem a recair sobre si.

- A minha barriga acabou de rugir. - Comentou em tom de brincadeira e incitou Filismina a mexer-se.

Digiram-se para o salão onde decorreria a festa e colocaram as últimas flores, ajeitando as jarras e certificando-se de que tudo estava pronto para a festa de aniversário da Camareira Real. Findados os trabalhos, Bento disse:

- Tudo pronto? Penso então que está na hora de tirarmos a barriga de misérias. Com a azáfama que tem sido na cozinha, tenho certezas que não vão faltar sobras. - Sorriu e passou as mãos pelo tecido das calças, removendo vincas. - No entanto... preciso de visitar a latrina. Vais andando sem mim? Vou já lá ter.
Criada, roleplayed by Beatrix_algrave


- Tudo bem, mas vá e volte logo, esperarei ansiosa.

Filismina disse e corou um pouco pela ousadia, então dirigiu-se para a cozinha, ainda olhou para trás duas vezes e só então dobrou o corredor. A medida que se aproximava da cozinha, um cheiro bom de vitela assada e tartes de nata se fazia sentir. Isso deixava Filismina feliz ao ponto de quase sentir-se flutuar carregada por aquele perfume divino. Seria uma noite perfeita, empanturrando-se de finas gulodices e na companhia maravilhosa de Bento, por quem tinha uma quedinha.
Bento


Após a anuência de Filismina, Bento seguiu pelo corredor que o levaria até às latrinas dos criados durante algum tempo, certificando-se de que a mulher de voz fanha não o seguia. Assim que chegou a uma intersecção virou à direita e subiu a escadaria de pedra gasta, galgando os degraus de dois-em-dois, a capa negra agitando-se atrás de si. Abriu uma pequena porta de madeira e refugiou-se no seu interior, desapertando os cordões que lhe seguravam a capa e pousando-a sobre uma pequena mesa. Olhou em volta e escolheu um conjunto de toalhas de linho bordadas a fio-de-ouro. Aquela seria a sua desculpa caso alguém o questionasse acerca da sua presença nos pisos superiores.

Com as toalhas de linho assentes em ambos os antebraços, Bento movimentou-se por entre os corredores esguios e traiçoeiros que conhecia tão bem como a palma da sua mão. A sorte estava do seu lado naquela noite, pois não viu criados ou guardas e o silêncio parecia reinar nas salas que antecediam os aposentos de Sua Majestade. Pousou as toalhas sobre uma poltrona almofadada e deixou que os seus olhos varressem a antessala, notando mais uma vez como os tons de dourado e vermelho a dominavam. Os gostos da Rainha soberbos e requintados, a seu ver, em tudo combinavam com a posição régia que exercia.

Filismina havia-lhe lhe dito que a Rainha ainda estaria nos seus aposentos, aperaltando-se para a festa e Bento estranhou a ausência de criadagem. Talvez tivesse chegado tarde demais, talvez tivesse de esperar outra temporada por um momento a sós com a mulher que amava ardente, a mulher por quem mataria sem hesitar. Desalentado, sentou-se na poltrona, amarrotando as toalhas de linho, os seus olhos fixos na porta que dava acesso ao quarto da Rainha.
Fitzwilliamdarcy


O sr. Fitzwilliam então foi-se com sua esposa para saírem da neblina. Caminhavam tranquilamente pelo jardim naquela noite tranquila.

- Sim querida, de fato, vamos entrar, mas não te preocupes o que faz da noite linda é sempre a tua companhia.

Enquanto caminhavam o sr. Fitzwilliam encontrou o guarda real Amalric. Com quem tinha o prazer de trabalhar junto nos assuntos de segurança da rainha e do reino, um soldado experiente e muito eficiente.

- Boas Almaric!

Fez continência ao soldado.

- Tudo em ordem?


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Amalric_montero


Tudo estava em ordem e Amalric já tinha sua designação. O guarda real estava a postos e também os homens sob suas ordens também. Ele vira o Condestável Real se aproximar e o cumprimentar. Amalric respeitosamente bateu continência e respondeu ao Condestável Real.

- Olá Condestável. Tudo em ordem sim. Noite tranquila mas a guarda sempre atenta. E o senhor, tudo bem, necessitas de alguma coisa?

Apesar de o Condestável Real não ser um comandante direto de Amalric ele tinha muita consideração por Fitzwilliam, com quem vinha trabalhando nos últimos tempos.

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