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[RP] Uma Festa

Marih


Marih estava se arrumando para a festa surpresa da sua grande amiga Beatrix. Apesar do cansaço que vem sentindo nos últimos dias, ela tenta se alegrar, pois não é sempre que tem uma festa no castelo. Marih olha para o vestido que a Beatrix escolhera e sente-se mais animada.

O vestido é lindissimo e de certo a deixará mais bela essa noite. De repente ela sente um arrepio na espinha e rapidamente corre para se vestir, pensando que talvez o tempo tenha esfriado um pouco e também para não se atrasar para o evento de sua amiga..

O vestido perola com detalhes dourados e alguns brocados discretos na frente e nas mangas bufantes é simplesmente perfeito. Marih opta por um colar dourado combinando com a coroa e já pronta ela abre uma gaveta a procura de uns brincos para compor o visual e assim finalmente poder se dirigir ao salão onde se dará a festa, mas ela se detém ao encontrar a carta que escreveu para o seu irmão e pensa se levará logo para entregar a Bea ou se deixa para entregar outra hora..

Marih passa um tempo com a carta nas mãos em duvidas, mas por fim resolve mesmo entrega-la a Bea no dia seguinte, já que o dia seria único e exclusivo para a aniversariante se divertir.
Ela coloca a carta na gaveta e desvia o pensamento para os brincos que ainda não achara, sem perceber que deixou a gaveta entreaberta ela começa a abrir outras portas em busca do tal brinco que combinasse com seu colar, já impaciente por não achar ela começa a revirar as coisas e deixa cair outras tantas no chao.
- Raios, onde será que deixei esses brincos?? pensa a rainha já sem a menor paciencia ..

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Bento


Bento está sentado na poltrona da antessala quando ouve uma série de ruídos vindos do interior do quarto da Rainha. De imediato se levanta e caminha até à porta, encostado o ouvido, o seu coração palpitante prestes a arrebentar-lhe o peito. Talvez Sua Majestade ainda estivesse nos seus aposentos e esta fosse a sua oportunidade.

Lentamente, coloca a mão sobre a maçaneta e roda-a, empurrando a porta. A visão que o agracia é digna de um quadro e estará para sempre marcada na sua mente. Marih está ali, perante si, a meros passos de distância, e Bento consegue sentir o cheiro e o calor que emanam dela envolvê-lo. Está mais bonita do que nunca naquela noite, envergando um vestido pérola com detalhes em dourado, e é-lhe difícil reunir palavras ou pensamentos coerentes. O amor que sente pela Rainha tolda-lhe o pensamento.

- Sua Majestade... - Murmura com fervor, os seus olhos completamente extasiados, incapazes de ver mais para além dela.

Dá um passo em frente, mantendo os braços baixos e o rosto sereno. Este era o seu momento.
Beatrix_algrave


Beatrix continuava em companhia de Fitz, enquanto ele conversava com o experiente guarda Amalric.

Ainda era cedo para a chegada dos convidados, mas era um alívio ver que tudo estava preparado no belo e decorado salão. Ela fora mais cedo a cozinha e sabia que tudo estava em ordem, então era momento de relaxar e aproveitar. Ela cumprimentou o guarda com um sorriso e um aceno de cabeça. Fitz não era muito de conversar, falava só o indispensável e era um pouco taciturno, mas costumava ficar mais à vontade com colegas militares.

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Fitzwilliamdarcy


O sr. Fitzwilliam caminhava lenta e tranquilamente saindo do jardim, junto a dama Beatrix e conversando com Amalric.

- Estou bem também Amalric. Não me é necessário de nada. Já tenho tudo de que necessito aqui ao meu lado.

Sorriu levantando a mão de Beatrix, a qual ele segurava. O condestável real dificilmente era bem humorado e jamais com pessoas que não fossem do meio familiar. Mas como era aniversário de sua amada e como Amalric já era considerado um amigo, por tanto tempo trabalhando juntos, era válido o bom humor do sr. Henriques.

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Yochanan


Mais uma vez o Viana chegava ao Palácio Real. Desta vez, já exibindo as honrarias de seu título de Barão da Portela e de sua posição como Real Chanceler do Reino, o patriarca dos Viana e antigo colega de Dama Beatrix na Heráldica Portuguesa foi conduzido por um dos pajens do palácio até o Salão onde eram terminados os preparativos para a festividade daquela noite.

La chegando viu a Baronesa de Paço da Figueira e seu esposo conversando com um dos guardas e então recordou que Dom Fitzwilliam era o Condestável de Sua Majestade, e portanto seu trato com os guardas do palácio devia ser constante para garantir a segurança de Sua Majestade.

Calmamente se dirigiu ao grupo que conversava e com um aceno de cabeça os cumprimentou.

- Parece que a noite será um tanto quanto fresca, não acham?

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Marih


Marih escuta alguém chama-la e vira-se imediatamente. Ao se deparar com um rapaz estranho em seus aposentos, ela sente seu sangue fugir do rosto e seu coração dispara acelerado detonando um medo fora do comum.
Sim? Que queres aqui no meu quarto? Quem te deixou entrar?? Marih atropela as perguntas e mesmo assim tenta manter uma calma que está longe de sentir

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Bento


Os olhos de Bento perderam-se nos de Marih e o silêncio prolongou-se durante alguns segundos, exacerbando sem dúvida alguma o ruído do sangue apressado nos seus tímpanos.

- Minha Rainha, estais tão bela esta noite. - Disse num só sopro, dando um passo em frente, sem nunca perder o contacto visual. - Esse vosso vestido, não o tinha visto antes, é novo? - Sorriu abertamente e passou os dedos por entre os cabelos, as palmas das mãos suadas, dado o nervosismo. - Estava lá fora, vim para vos ver. Não consegui aguentar-me, meu amor.

De olhos brilhantes, Bento estende uma mão e espera que a Rainha a aceite.
Marih


Marih dá um passo para trás sem acreditar no que estava acontecendo, esse rapaz parecia louco e sem tirar os olhos dos olhos dele, Marih retruca
- Como você entrou aqui??? Não ouse me tocar, senão eu grito! Saia daqui!! Marih tenta não demonstrar seu medo, mas sente que não está se saindo bem.. ela olha rapido para a porta e volta a olhar dentro dos olhos do rapaz, o que ela vê não a agrada..
- Meu Jah, onde anda todos, os guardas, a Beatrix, como esse moço chegou até aqui? Os pensamentos de Marih parece um redemoinho tamanha velocidade que ela atropela os pensamentos..

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Bento


Bento gargalhou e apontou para a porta.

- Entrei pela porta, meu amor. - Olhou sobre o ombro para a maciça porta e encolheu os ombros, retirando-lhe importância. - Sempre soube que o teu sentido de humor não me desapontaria. És tão perfeita que o meu coração parece ganhar asas sempre que te vê. Tens-me feito tão feliz... - Bento sorri, completamente alheio ao desespero da Rainha.

O homem deu outro passo em direcção a Marih.

- Na verdade, estive mais cedo com a Filismina, uma das criadas. Ajudei-a com um arranjos florais para festa, ela espera-me neste preciso momento, mas agora que estamos finalmente sós não quero perder-te por nada.

Num gesto rápido e delirante, Bento agarra a mão direita da Rainha, puxando-a contra si e esmaga os seus lábios contra o dela.
Marih


O homem a puxa para si, dizendo coisas sem nexo e Marih pensa que talvez esteja bebado. Ao beija-la, Marih morde seu labio com tanta raiva que sente seu sangue se misturar a sua saliva e o empurra com força enquanto dá-lhe um estalo no meio da cara.
Seu louco, porco, como ousa me tocar? como ousa me beijar? saia já daqui, seu maluco Grita a rainha com tamanha raiva. Ao mesmo tempo lembra que está sem sua espada, ela procura algo para poder se defender desse porco louco.

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Bento


Bento cambaleou em consequência do empurrão e levou uma mão ao lábio, tocando a pequena ferida desferida pelos dentes da Rainha Marih. O sabor acre e férreo invadiu-lhe a boca, rapidamente apagando o aroma doce da saliva real. Com a outra mão, Bento tocou a face enrubescida, pois podia ainda sentir a forma da mão de Marih delineada contra a sua pele pálida. Nos seus olhos havia dúvida, confusão e um pouco de ira.

- Porquê? – Inquiriu, olhando em volta, como se houvesse mais alguém naquele quarto que lhe pudesse dar uma resposta plausível, uma resposta diferente daquela que ele sabia que a Rainha Marih lhe iria dar. Os seus actos e palavras não deixavam espaço para dúvidas.

O homem do capuz lambeu o lábio inferior vagarosamente e segurou o olhar de Marih com o seu. O que ali viu não lhe agradou de todo, pois nada mais havia para além de medo e raiva.

- Depois de tudo o que fiz por ti? Depois de todas as provações? Depois de todas as noites mal dormidas e viagens sem sobreaviso? – Bento levou as mãos aos cabelos e puxou-os com força, arrancando um pequeno tufo. – Como podes ignorar-me assim? Como podes?! – A sua voz ergueu-se e ressoou no quarto real. – Eu amo-te, Marih. Eu amo-te! – Clamou em desespero e atirou-se de joelhos aos pés da Rainha, envolvendo a cintura dela com os seus braços e limpando as lágrimas no seu ventre liso.
Marih


Surpresa com a reação do moço, Marih esquece por instantes que procura algo com que possa bater nele. Sem poder se mexer, diante daquele grandalhão que se ajoelhara perante si chorando como uma criança, Marih se refaz do medo e tenta em vão empurrar sua cabeça para longe de si.
Não entendo o que falas, o que fez por mim? nunca te pedi nada, não te conheço de lado algum, saia daqui imediamente, senão serei obrigada a chamar os guardas e esses sim te darão o que mereces. Fala a rainha em um tom de voz mais alto que está acostumada a falar

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Bento


As palavras azedas da rainha penetraram friamente no coração de Bento, cortando a carne e infringindo dor tal como punhais afiados. O ventre macio e quente da mulher que amava perdidamente não lhe trouxe o conforto de que necessitava, pois todos os gestos eram rígidos e desprovidos de paixão e o olhar azul da Rainha mostrava-se gélido.

Ela não o amava. Ela nunca o iria amar.

Bento urrou em desespero perante a inevitabilidade do seu destino, levando uma mão ao peito e massajando o local acima do seu coração. Tudo doía. E foi assim que o homem do capuz viu o amor que sentia por Marih ser substituído por rancor, pois não há não há maior ilusão do que aquela em que acreditamos piamente. E durante largos meses Bento acalentara a esperança de um dia vir a viver um amor capaz de mover rios e montanhas, esperança essa que havia sido destroçada e espezinhada.

Bento levantou-se do chão lentamente, apoiando uma mão num dos joelhos e os seus olhos marejados de lágrimas observaram vagamente o quarto, evitando a todo o custo encarar a mulher que talvez ainda ame. Sabe apenas que a ferida no seu peito nunca cicatrizará, pois não existe amor como o primeiro, violento, arrebatador. Um amor que nada deixa para além de um receptáculo vazio.

O homem do capuz estava prestes a voltar as costas à Rainha de Portugal, quando uma gaveta aberta lhe chamou a atenção. No seu interior uma carta em papel timbrado, a letra redonda e curvilínea, tão perfeitamente delineada que possuía um carácter romântico. Na perspectiva de Bento, apenas se escrevia daquela forma para confidenciar com um amante.

- O que é aquilo? Uma carta do teu amante? - Inquiriu nervosamente, flectindo e flexionando os dedos de ambas as mãos. - É por isso que não me queres, não é? Porque já tens outro homem. Já o desejas a ele e não há espaço para mim.

Bento escarrou no chão e voltou a aproximar-se da Rainha, caminhando em passos curtos e intimidadores. Os seus olhos, cegos de raiva, fixaram-se nos da Rainha e as suas mãos, tão frias quanto o seu coração dilacerado, empurraram-na contra uma parede. Usou o seu corpo para a prender, sentindo-lhe as curvas femininas pressionadas contra si em toda a sua extensão e nem toda aquela fúria chegou para travar a reacção natural do seu corpo. Sem pensar muito, Bento envolveu ambas as mãos em torno do pescoço delicado de Marih e pressionou a artéria, bloqueando o fluxo de sangue.

Por fim, encostou os lábios ao dela, sorvendo-lhe a última respiração arfante, inalando o doce odor da Rainha e sentido-lhe o calor que lentamente se esvaía.
Marih


Medo, dor, pânico e raiva se misturavam como um redemoinho tomando todo o ser de Marih. Pensou em gritar quando seu corpo fora arremessado contra a parede e preso por aquele homem asqueroso, mas sentiu enormes mãos, envolver-se em torno do seu pescoço e apertar até os seus olhos se encherem de lágrimas, até abrir a boca e arfar em gemidos desesperados. Tentou gritar, tentou mas não foi capaz.
Ao invés disso, ela mergulhou numa escuridão até então desconhecida para nunca mais voltar.

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Beatrix_algrave


Ao ver o Barão de Portela, Beatrix o cumprimentou com uma vênia e sorriu diante do comentário, pois se arrependia um pouco de não ter vestido um traje menos leve para aquela noite, mas pensava que dentro do salão estaria bem mais confortável.

- Decerto, bem mais do que imaginava. Boa noite, Dom Yochanan.

Após esse breve comentário convidou o esposo a acompanhá-la, pois ansiava pelas cortinas pesadas e o conforto acolhedor do salão. Por conta disso convidou a Fitz, seu esposo, para acompanhá-la.

- Vamos entrar, querido?

Ela propõe a Fitz e faz uma vênia ao senhor Amalric. Ao tomar o braço do esposo pensa que talvez fosse adequado prestar algum auxilio à rainha, ela sempre gostava de sua opinião em algum detalhe final, e nem sempre ficava satisfeita com a ajuda das camareiras.

- Fitz, agora lembrei-me que talvez a rainha precise de minha ajuda. Se quiser pode conversar mais um pouco com o senhor Amalric ou entrar, eu prometo que não me demoro. Está bem?

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