Infelizmente, não demorou muito tempo para que Beatrix acompanhasse seu namorado Fitz até o acampamento medicinal. Ele teve ferimentos graves, e Beatrix ficou bastante preocupada, e achou melhor cuidar dele ali, da melhor forma possível. Fitz era jovem e resistente, e acabou por se recuperar rapidamente graças aos cuidados recebidos.
Em alguns dias a batalha avançou e Beatrix que não havia se ferido, teve que deslocar-se para ajudar aos que defendiam Coimbra. Foi com pesar que ela deixou Fitz aos cuidados dos Altai e da dama Leonor. Ele estava fora de perigo, mas Beatrix não queria deixá-lo nem separar-se dele. Era difícil separar-se de alguém que tanto amava e que lutara tanto ao seu lado, protegendo-a e combatendo em seu regimento.
Essa separação no entanto, não durou muito. Pois passados alguns dias, enquanto viajava rumo a Coimbra, no caminho, houve uma batalha sangrenta onde muitos soldados foram feridos. O estado de alguns era bastante grave e não foram poucos os que morreram.
Beatrix recebera ferimentos mortais, perdera os sentidos por dias. Seus sonhos eram confusos e por algum tempo ela pensou estar de fato morta. As visões do combate no entanto, eram claras em sua mente. Ela vira os agressores que com suas espadas rasgaram sua carne e cujas espadas provaram o seu sangue. Enquanto ela se defendia de um deles, o outro inimigo veio pela lateral e desferira o golpe em seu flanco desprotegido, pois ela já não tinha mais o escudo, pois este fora destruído em combate.
A ruiva ainda tentou evitar o golpe, mas a violência do ataque fez com que sua espada partisse e ela agora estava desarmada. Ela lamentou naquele instante não estar portando a Lâmina Branca, a espada forjada por seu irmão, William. Assim, ela foi atingida e caiu. O corte profundo fez com que ela perdesse muito sangue.
Por dias ela lutou com a febre e os delírios. Seu estado de fraqueza pela perda de sangue fez com que duvidassem que ela retornaria.
Em um dos seus sonhos ou seriam visões, ela pode jurar que vira Jah, ou ao menos como ela o imaginava. Havia luz a sua volta e sua voz era firme, mas carinhosa e paternal.
Para sua surpresa, Jah lhe oferecia chá e biscoitos. O gosto do chá era maravilhoso, melhor do que qualquer chá que seu irmão lhe presenteara, e o sabor era melhor que whisky e que cerveja juntos. Os biscoitos eram cheirosos e mais saborosos que os biscoitos de Laurinda. Ao provar um, eles desmanchavam na boca de tão macios.
Quando estava se deliciando com esse momento, e ia se servir de uma segunda xícara de chá, ela ouviu a voz de Jah novamente.
Ele dizia
- O que fazes ainda aqui, mocinha? Não é para ficares aqui, pois tens muito o que fazer lá embaixo. Agora volte, imediatamente!Essas palavras ainda ressoavam em seus ouvidos, quando ela abriu os olhos e viu que estava no acampamento medicinal. Seu corpo inteiro doía e doía muito, ela sentia a boca seca, e seu estômago também doía. Ela sentia uma mistura de náusea e fome em suas entranhas. Todo esse mal estar deu-lhe a certeza de que ela estava viva.