Aristarco
Aristarco havia chegado há poucos dias à vila sadina, depois de aproximadamente oitenta dias de viagens a cortar todo Portugal assim como pisar solo estrangeiro daqueles primos castelhanos.
Tirara parte do dia para descansar e arrumar os trens de viagem, porque o período de ausência fora longo, mui se encontravam as trouxas repletas, para não dizer seu bom alforje com gran quantidade de pergaminhos rascunhados (às pressas, por vezes) nas várias situações em que fora visitado pela musa inspiradora; sim, de fato a ida à tantas plagas, as paradas em cada uma das vilas, a apreciação das gentes e costumes e tudo o que comportam as jornadas, foram-lhe deveras singulares e estimulantes e ainda não estava acabado o círculo de viagens, haja bom ânimo.
Martinho Albernaz o moço, continuava em outra vila a dar préstimos em nome do mestre-trovador, de maneira que Aristarco naquel momento não carecia de mui se preocupar com ensino e mestrança, o que talvez por um momento fosse algo feliz ao seu aprendiz, pensava o trovador, para deixá-lo a entreter com outras cousas da vida e naquela ocasião, um tanto ao que se tangia em traquejos sociais.
Ademais, precisava mudar um pouco de ares, apesar de mui apreciar aquele ritmo itinerante de vida: enquanto Aristarco se preparava para por novamente os pés estrada afora, seriam momentos dalguma autonomia para Martinho; sim, Aristarco era preocupado com a potencialidade (de âmbito filosófico) do homem, concomitante com sua educação.
Mas humano (e Humanista) que se era, havia que se primar equilíbrio dum e doutro, nesta natureza misturada de matéria e forma, como um velho filósofo helênico já alertara.
Porém, outras cousas jamais lhe eram esquecidas durante todas estas andanças e gêneros de movimento: os irmãos templários.
E sabendo que uma fortificação da Ordem estava a ser construída com o bom e velho estandarte de cruz de gules no campo dargente, precipitou-se Aristarco a uma breve ajuda aos seus familiares darmas e fé, para também fazer relatos de caminhos, e acreditai, andara este um bocado, conversar assuntos em comum, até mesmo alguma prosa despretensiosa como usualmente pode-se haver diante de pessoas mui afins, e aqui no caso, afinidades de ideais.
E por falar assim em edificações, os anos corriam há mui pacíficos na boa Lusitânia, de maneira que serviço darmas não era reclamado para algum conflito, salvo exceções como há poucos dias, houvera presença pirata em toda a costa lisboeta. Ainda sim, proteger e dar guarda à vila, realizar escoltas a qualquer pedido dum súdito a proteger caminhos, eram cuidados constantes.
Todavia, não era apenas isto, mas também qualquer pessoa, viajante ou residente que precisasse dalgo, bastava dirigir-se ao campo templário, porque tudo ali havia para ser compartilhado: segurança e proteção contra as hostilidades, contra as intempéries e fadiga, mesmo aquela fome que às vezes se é apanhado desprevenido.
Eis ali um lugar de acolhida e confraternidade a ser partilhada entre todos, templários ou não.
OOC/FRP: caro morador ou viajante, sê bem vindo!
Fica à vontade neste lugar de restabelecimento e amistosa convivência e publica RP por favor: deixa aqui o teu registro :-)
_________________
| Secrétaire Royal | Minstrel of Gharb al-Ândalus | Flemish-breton of Iberia: al-Musta'rib |