Beatrix chegou à Catedral do Reino, acompanhada do esposo Fitz. Ambos desceram do coche e se dirigiram ao interior do templo aristotélico de braços dados. A baronesa vestia um traje negro com detalhes em prata, com rendas igualmente negras que ornavam-lhe o pescoço. Seus cabelos ruivos estavam presos em coque e cobertos por um véu também negro, de renda guipure.
No dedo médio ela levava discretamente ao lado da sua aliança de casamento, o seu antigo anel da Ordem de Azure que ela guardava com carinho. Ela estava ali para homenagear não apenas o rei, mas alguém que era também um amigo querido e o antigo prior da Ordem de Azure, agora desfeita. Além da aliança e do anel azure, a única joia que portava era o diadema de baronesa.
Ainda que fosse também representante do Exército Real, ao menos enquanto o novo monarca não assumisse, ela não estava ali como militar, por isso dispensara a farda de gala e trajava um vestido.
Mesmo havendo tristeza e saudades, Beatrix estava com seu coração tranquilo, pois ao menos o que levara o rei, foi uma morte tranquila. Era uma perda sentida, mas não uma tragédia traumática como foi a morte de sua amiga Marih Viana, que ainda lhe abalava às vezes.
Apoiada no braço do esposo, Beatrix fez uma genuflexão e após fazer o sinal da Cruz de Christos, fez uma rápida prece ao Altíssimo pela alma do rei. Era o seu lado diaconisa falando.
Após a prece ela se ergueu e acompanhou o esposo até o local onde se sentariam para acompanhar a cerimônia fúnebre. Por sinal, a cripta real estaria na cidade de Braga, onde o casal Henriques escolhera como sua residência. Ao menos ela poderia deixar flores sempre, na tumba do rei. Talvez violetas. Eram flores que tinham um certo ar de mistério, assim como era o falecido Yochanan.
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