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[RP] Spada

--Alexander_ferreira


- Yah! Yah!

Partiu Alexander mais uma vez em direção a Braga. Ricardo era um exímio cavaleiro, Alexander mal podia acompanha-lo. Eles precisavam chegar o mais rápido possível se quisessem encontrar algum vestígio dos dois homens que acaparam a beira da estrada.

- Aqui! Espere, Ricardo! Foi por aqui... Veja.

Alexander apontou para um amontoado de cinzas.

- hmmm pelas cinzas eles já partiram a algumas horas. Acho que não os encontraremos mais por aqui.

Ricardo apoiou-se na sela e começou a raciocinar. Alexander olhou em volta, via apesar estrada cercada de árvores, folhas e mato.

- Alguma sugestão?
--Ricardo_geraldes


- Eu não sei. Acho que Álvaro e Gualdim terão mais sucesso que nós. Eu acredito que um homem ferido nas costas e até a algumas horas atrás estava acamado não teria condições de viajar... hmmm

Ricardo fez uma pausa. Tentava pensar no que os invasores pensariam.

- Vamos continuar rumo a Braga perguntaremos no caminho.

Alexander montou novamente e voltaram a estrada. Os dois cavaleiros cavalgavam desta vez de forma moderada buscando encontrar algo que os levasse aos invasores. Saindo de uma estrada que levava a Chaves um velho numa carroça puxada por um burro parecia entediado com a viagem. Logo ele chegaria a Braga para vender seus produtos.

- O senhor vem de Chaves?

Perguntou Ricardo.

- Sim, senhor. Finalmente estou chegando.

Disse o velho resmungando.

- O senhor viu dois homens indo na direção oposta? Um deles ferido?

O velho sem parar a carroça respondeu.

- Dois homens sim sim eu vi. Mas nenhum ferido. Passaram por mim não tem muito tempo.

Ricardo agradeceu ao velho jogando-lho duas moedas e partiu rumo a Chaves a toda velocidade. Alexander o seguia como podia.
O velho falara a verdade, bastaram cinco minutos e eles puderam avistar dois homens, montados em cavalos indo para Chaves.
--Alexander_ferreira


Assim como Ricardo havia orientado Alexander fez. Ele envolveu-se com sua capa, cobrindo seu rosto, deixando apenas os olhos de fora e partiu a toda velocidade.

Ricardo olhou para Alexander cavalgando já lá na sua frente sorriu e bateu as rédeas.

Alexander quase em pé no cavalo olhava para trás e ia o mais rápido que podia. Ele passara pelos dois homens e olhara fixamente para ambos, com os olhos arregalados ele parecia fugir.

Ricardo então começou a gritar e cavalgar de forma que não alcançasse o suposto fugitivo. Ele então gritou para os dois homens que estavam surpresos.

Ricardo - PRENDAM-NO! LADRÃO! EU OS RECOMPENSAREI!

Os dois homens entreolharam-se e não pensaram duas vezes. Iniciaram perseguição a Alexander. O ladrão fugitivo entrou num campo abandonado, caiu do cavalo e saiu bolando pela terra. Os dois homens desceram dos cavalos e cercaram Alexander.

- Desculpe irmão, mas negócios são negócios. Se tiveres um negócio melhor para nós pode falar agora. E melhor para ti é seres rápido.

Disse um dos homens sorrindo com o negócio fácil que caíra em suas mãos. Alexander tossindo com a poeira que subira encostou-se numa pedra e parecendo debilitado tentou dissuadir os homens.

- Não! Por favor! Irmãos! Irmãos! Nós... (ainda tossindo) nós podemos dividir o que roubei.

- E dividir por três? hmmm O que achas? (disse rindo e olhando para o parceiro).
Fitzwilliamdarcy
...
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--Ricardo_geraldes


- Graças a Jah! Esta peste merece sofrer! Prendam-no! Amarrem-no! Ele é como um víbora!

Ricardo desceu do cavalo encenando o máximo que sabia. Os dois homens aproximaram-se para prender Alexander.

- Vamos, me ajude a prender este ladrãozinho.

Disse um dos homens. Um pegou o braço direito e o outro no braço esquerdo, quando fizeram força para levantar Alexander esse acertou o da sua esquerda com um chute, sua canela no meio do rosto do homem.

Ricardo rapidamente aproximou-se do outro e pegando-o pelo ombro o virou para si e deu-lhe um soco bem abaixo do queixo.
--Ricardo_geraldes


Nos arredores de Braga, próximo ao Bairro Velho em uma casa abandonada um homem acorda lentamente. Um feixe de luz sobre sua cabeça dificulta sua visão. Com dificuldades ele não consegue ver nada além de uma fina poeira que paira lentamente pelo lugar. O silêncio dentro da casa é absoluto, talvez por sua audição estar ainda sonolenta assim como sua visão. Ele levanta a cabeça lentamente e no reflexo de esfregar os olhos percebe que suas mãos estão amarradas. O homem logo se agita sem entender o que está acontecendo. Ao olhar para os lados se dá contra que mais dois homens estão amarrados. Os três no centro de uma sala vazia estavam de costas um para o outro sentados em velhas cadeiras de madeira.

Ricardo que estava em outro cômodo ao perceber a agitação na sala ao lado entra lentamente. Os sons de suas botas causam uma angustiosa curiosidade no homem que naquele momento tentava acordar os outros dois que estavam conjuntamente amarrados. Os quais eram ninguém menos que seus comparsas.

Os sons da botas pararam exatamente em frente ao homem que acordara a poucos minutos. O homem olhou para cima e espremendo os olhos começou a ver com clareza. Ricardo se aproximou do homem.

- Bom dia senhor... Perdão, eu não sei o seu nome.

Ricardo levou a mão ao queixo.

- Sei apenas que o senhor andou por ai invadindo casas... Apenas por isso eu poderia envia-lo ao calabouço.

O homem olhou para ele e quando fez menção de falar alguma coisa.

- Eu não lhe dei ordem para falar!

Falou Ricardo desembainhando a espada direto no pescoço do homem que levantou o queixo tentando aliviar a pressão que a lâmina fazia.

- Tu tens duas opções, já que a terceira eu nem preciso dizer-te. A primeira opção é que me digas quem o enviou e porque invadiste a propriedade do Marques Henriques. A segunda é que se não me disseres nada terás de me implorar por tua vida para ires para o calabouço. Agora é hora de falares...

Não se passavam nem três segundos que Ricardo silenciou exigindo uma resposta e ele já pressionava sua lâmina ainda mais forte contra o pescoço do homem. O homem respirou fundo. A cada segundo que passava Ricardo pressionava ainda mais. Ele estava determinado a cumprir sua palavra. Com a expressão imutável de Ricardo e a lâmina que já machucava seu pescoço o homem temeu por sua vida. E tremendo disse ofegante.

- Um uumm homem! Ele nos contactou, mas por cartas! Ele nos enviou uma carta.

Ricardo rapidamente virou a espada de lado e deslizou sobre o pescoço do homem. Se aproximando dele falou ao ouvido.

- O nome! E por quê?!

O homem sentiu o frio da lâmina que lhe causou leves cortes no pescoço ao deslizar.

- A carta foi assinada em nome de Ulisses!

O homem engoliu em seco. Ricardo pressionou ainda mais a lâmina.

- Ele queria que encontrássemos documentos da família, qualquer coisa! Qualquer coisa! Livros de genealogia, contabilidade, qualquer coisa! Ele disse que nos pagaria se levássemos para ele na povoação de Porto.

Ricardo ouvia arregalando os olhos e franzindo as sobrancelhas.

- Onde?! Em que lugar do Porto?!

- Um um uma taverna! Algo assim. O nome... acho que Azevedo Tavares!

Ricardo parou alguns instantes pensativo. Embainhou a espada.

- A carta.

- ...o quê?

Perguntou o homem.

- A carta que receberam do tal Ulisses, onde está?

- Estava com meu comparsa que foi ferido. Mas está em meu bolso.

Disse o homem que no momento em que terminou de falar viu tudo se apagar acompanhado de um rápido zumbido que foi amenizando com o tempo.

- Alexander!

Chamou Ricardo a Alexander que estava no outro cômodo com Gualdim e Álvaro.

- Pegue a carta no bolso deste, leve-os para um lugar qualquer e solte-os. Não deixe que eles acordem até que você tenha saído. Gualdim vai ajuda-lo. Ah! O que está ferido deixe numa taverna com algumas moedas para o tratamento.

Alexander sério ouviu com atenção as instruções de Ricardo.

- Mas e onde estão as moedas para as despesas do homem ferido, Ricardo?

Questionou Alexander sem entender. Mas Ricardo esclareceu.

- Ora, tire do seu bolso! hahaha

Alexander olhou com desprezo, contudo sabia que não seria diferente.

Enquanto Alexander e o silencioso Gualdim se livravam dos invasores Ricardo e Álvaro foram ao encontro de Fitzwilliam que estava na Casa do Povo preparando algumas cartas para serem enviadas, negócios da povoação.
Fitzwilliamdarcy


- Pronto, leve estas cartas, espero que tenhamos algum retorno. Não tem sido fácil contactar o povo ultimamente.

Respirou fundo Fitzwilliam enquanto um jovem pegava as cartas e saía escritório do prefeito para entrega-las. Nesse momento cruzaram com ele Dois Spada que o cumprimentaram com um aceno de cabeça. Fitz vendo que era Ricardo e Álvaro que chegavam pediu para que dois jovens que o ajudavam naquele momento saíssem.

- Por favor me deem licença por alguns instantes, tenho assunto a tratar com os cavalheiros.

Os jovens saíram da sala e aproveitaram para acender as velas, lamparinas e candelabros que iluminavam a Casa do Povo. A luz do sol aos poucos ia sumindo.

- Então? Novidades?

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--Ricardo_geraldes


Ricardo e Álvaro cavalgaram até a Casa do Povo. Deixando os cavalos na entrada cruzaram com um jovem que saía com uma caixa cheia de cartas. Logo viram que era ajudantes do prefeito. O cumprimentaram e adentraram. Dois jovens saíram da sala do prefeito. Os dois Spada entraram e fecharam a porta atrás deles.

- Bem, nós encontramos dois homens que iam para Chaves. Conseguimos alcança-los e captura-los. Gualdim e Álvaro encontraram o homem ferido em uma taverna abandonada nos arredores de Braga.

Disse Ricardo reportando tudo que viram e fizeram.

- Tiramos informações deles e o senhor não vai gostar.

Ricardo fez expressão de quem esperava descontentamento do interlocutor.

- Segundo um dos homens que invadiu sua casa o objetivo era pegar documentos de sua família. De genealogia, contabilidade, qualquer coisa... Um homem que está na povoação de Porto enviou carta a eles oferecendo dinheiro caso eles levassem os tais documentos até ele num tipo de taverna chamada "Azevedo Tavares".

Fitzwilliamdarcy


Fitzwilliam franziu a testa tentando entender porque queriam documentos de sua família. No momento em que ele ouviu o nome do estabelecimento.

- Ulisses.


_________________
--Ricardo_geraldes


Ricardo se assustou com o que ouviu.

- Mas o senhor o conhece? Como sabia? Ele é conhecido? Aqui a carta que os invasores receberam, assinada com o nome de Ulisses.
Fitzwilliamdarcy


- Eu não o conheço pessoalmente, porém é um nome conhecido. Ele é famoso por ser um trapaceiro e ter ganhos ilícitos. Tem empreendimentos na povoação de Chaves e recentemente começou a atuar na povoação do Porto. Abrindo uma destilaria chamada Azevedo-Tavares.

Fitzwilliam sentou, pegou alguns papéis, pena e tinta e começou a escrever. Eram ordens para seus funcionários. Casa do Povo, Companhia Comercial Henriques, Spada, entres outros negócios que possuía. Além de sua família.

- Ricardo faça os preparativos. Iremos para povoação do Porto. Eu, você, Álvaro, Gualdim e Alexander. Estou deixando uma ordem para o aprendiz Pedro Ferraz. Quero que ele deixe Almaric ciente que quando ele for para Porto nos encontre. Ele deve estar voltando de Chaves sem nenhuma informação.

Delegou também para Álvaro.

- Encontre alguém para entregar essas cartas. É de suma importância que elas cheguem aos destinatários.

Ele terminou de escrever as cartas e passou para Álvaro.

- Vamos, se apressem pois partiremos ainda hoje.

A noite caía. O sol já não tinha mais forças no céu. Em uma hora os Spada estariam cavalgando rumo ao Porto.

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Amalric_montero


A luz do sol enfraquecia, soprava um vento gelado por entre as árvores, o silêncio da estrada era quebrado pelo som dos cascos que levantavam poeira. A viagem de Almaric a Chaves para buscar informações com o chefe da guarda da povoação só não foi uma perda de tempo total porque agora ele sabia que aqueles que invadiram a casa de seu mestre não haviam ido ou vindo de lá.

Amalric não perdera muito tempo estando em Chaves, assim que chegou foi ao encontro do Chefe da Guarda. Logo que recebera da boca dele, de seus relatórios e seus milicianos que não havia nada de suspeito ele retornou para Braga.

A noite fria caía e logo Amalric estaria em casa novamente, apenas para descansar e já partir para a povoação do Porto, como havia recebido ordens de seu mestre, Fitzwilliam.

Amalric se aproximava da povoação, já era possível vê-la. A pequena povoação de Braga. As luzes trêmulas das tochas e fogueiras.

- Alto lá! Quem vem!? - Perguntou um miliciano que fazia a guarda naquele dia.

- Sou Amalric, venho de Chaves! Sou de Braga. - Respondeu Amalric que teve passagem livre após se identificar. Ele logo se dirigiu a Taverna da CCH, sabia que lá encontraria os outros Spada.
Eduardo_oliveira


Após as viagens de Amalric para Chaves e de seu Mestre Fitzwilliam e seus companheiros Ricardo Geraldes, Gualdim, Álvaro e Alexander para Porto Eduardo ficara incumbido de treinar os aprendizes Spada e vigiar a casa do Marques Henriques, assim como ficar de olho na segurança da prefeitura de Braga.

Eduardo costumava usar um manto encapuzado marrom. Ele descansava um pouco na taverna da CCH enquanto os aprendizes Spada faziam a vigia pela povoação e na casa de seu Mestre, Fitzwilliam. Ele estava sentado num canto com uma cerveja na mesa, que bebericava vez por outra e um naco de pão também disposto na mesa.

A porta se abriu, um vento frio invadiu o lugar. Amalric entrou e fechando a porta retirou o capuz. Ele logo viu um homem silencioso, franzino e encapuzado no canto da taverna, só poderia ser Eduardo. Ele se aproximou e sentou a mesa de frente para Eduardo.

- Amalric? Então, já retornaste. Tudo bem contigo? Trazes novidades? - Disse Eduardo que estava distraído e sonolento até a chegada de Amalric.

- Sim e não. - Disse em tom baixo. - Eu conversei com o chefe da guarda de Chaves, analisei alguns relatórios e até interroguei alguns milicianos. Nada. Nenhuma notícia dos homens que procuramos.

Eduardo retirou o capuz e deu luz aos pensamentos de Amalric.

- Nós encontramos os homens. Três. Ricardo e os outros os prenderam e interrogaram. Ulisses é o homem que está por trás dessa invasão a casa de nosso mestre.

- Ulisses?! - Perguntou Amalric, mostrando que já tinha conhecimento do homem.

- Sim, Ulisses. O mestre partiu para Porto com Ricardo, Gualdim, Álvaro e Alexander. Deixou-me ordens para treinar os aprendizes e vigiar a Casa do Povo e a casa dos Marques Henriques. Eu vim descansar um pouco, logo trocaremos de turno.

Confirmou Eduardo as últimas novidades para Amalric.

- hmmm O mestre Fitzwilliam deixou-me alguma ordem? - Perguntou Amalric.

- Sim, ele disse para viajares para Porto assim que...

Sons de sino tocando, parecia um pedido desesperado de ajuda logo confirmados pelos gritos: "ÀS ARMAS! ÀS ARMAS!!!".

Amalric arregalou os olhos e pegando a espada que havia repousado sobre a cadeira ao lado correu para a porta. Eduardo empurrou a cadeira para trás colocou a espada embainhada na cintura, pegou seu arco e correu colocando as aljavas em suas costas. Amalric abriu a porta, os dois subiram nos cavalos e partiram para a praça da povoação.
Pedro_ferraz


Era uma noite fria e tranquila. Pedro Ferraz, um jovem coimbrense, aprendiz dos Spada, forte de espírito e muito inteligente fazia a vigia naquele turno. Ele acompanhava o grupo de soldados que serviam a Fitzwilliam desde os tempos da guerra civil em Coimbra, foi naquela época que seus destinos se cruzaram.

O silêncio da noite era quebrado por vezes pelo vento que corria pela praça de Braga e se espalhava por toda a povoação. Praticamente não havia mais ninguém pelas ruas da vila. Pedro Ferraz estava entre a praça e a casa de seu mestre, Fitzwilliam. Mais a frente dele estava Luíz Peixoto, também aprendiz Spada, o jovem leiriense mais novo que seu grande amigo Pedro vigiava a parte da praça principal que ficava do lado da casa do Mestre Spada. Alguns milicianos rondavam a praça e as ruas da povoação. Era um pequeno grupo, mas era o que Braga possuía.

Uma movimentação estranha no meio da praça chamou atenção de Pedro. Ele olhou em meio as sombras e focos de luz para ver se encontrava Luíz para saber o que estava havendo. Algo estava errado.

Quando finalmente avistou Luíz, Pedro pegou no cado de sua espada e arregalando os olhos desembainhou-a. Dois homens atacavam Luíz e mais homens se aproximavam numa ação rápida e devastadora. Ao olhar mais para frente viu um miliciano feridos tocando o sino de defesa e outros já caídos.

- ÀS ARMAS! ÀS ARMAS!!! - Bradou Pedro o mais alto que podia.

Outro aprendiz Spada, Filipe Oliveira, o mais novo dos aprendizes e caçula dos irmãos Oliveira passava pelo outro lado da praça quando ouviu o sino e o brado de Pedro. Ele correu em direção a Luíz para o ajudar.

Luíz comumente usava um bastão como arma. Na velocidade da ação dos agressores o aprendiz Spada segurou sua posição, defendo-se como podia ele ia recuando aos poucos.

Dois milicianos chegaram até Pedro, que preparava-se para ajudar os que ainda estavam na praça.

- Façam um perímetro! O alvo é a casa dos Henriques! Não permitam que eles passem daqui!

Ordenou Pedro que com a espada na mão correu para dar suporte a retirada dos aprendizes Spada e milicianos da praça. Ao que corria ele viu mais homens encapuzados de preto chegarem, eram mais do que poderiam suportar.

Filipe erguendo a espada saltou para cima de um dos homens que atacava Luíz. Acertando-lhe um golpe no ombro e o ferindo mortalmente.

- Vamos Luíz! Vamos retroceder! - Disse Filipe se colocando entre Luíz e o outro agressor para proteger seu companheiro.

O outro agressor de Luíz que usava um sabre então atacou-os de cima para baixo. Filipe num movimento rápido rolou para direita e Luíz ergueu o bastão para se defender, em seguida infligiu um golpe na boca do estômago de seu inimigo com a ponta do bastão, esse encolheu-se e Luíz o finalizou com um golpe mortal na cabeça. Os dois jovens correram para a linha que se formava entre a praça e a casa dos Henriques.

Os homens que atacavam, todos encapuzados, trajando preto continuavam avançando

Pedro que ajudara alguns milicianos a recuarem viu Luiz e Filipe vindo em sua direção.

- Vamos! Juntem-se aos outros na linha! - Disse Pedro.

Uma leva de vinte homens vinham logo atrás de Luíz e Filipe.

Pedro em posição de batalha esperava seus companheiros para retornarem. Ele olhou para os homens que vinham atrás de Luíz e Filipe e gritou:

- COOORRAM! FLEEEEEECHAS!

Duas flechas voaram em direção aos inimigos. Pedro olhou para direita e viu Eduardo que acabara de matar dois arqueiros inimigos, junto de Amalric que estava a cavalo.
Amalric_montero


Eduardo concentrou suas flechas nos homens que atirariam na zona onde estava os aprendizes. Amalric a cavalo e levando um escudo colocou-se entre os aprendizes e os homens que vinham em sua direção.

Os três correram para compor a linha que já esperava o impacto dos inimigos. Amalric retornou, desceu do cavalo e foi para a frente.

- PROTEJAM OS FLANCOS! LUÍZ, PEDRO FIQUEM NO MEIO COMIGO! FILIPE, PROTEJA EDUARDO!

Um combate aberto. Quinze inimigos contra cinco Spada e quatro milicianos.

Amalric tomou a frente empurrando com seu escudo quem viesse diante dele, com dois movimentos o veterano de guerra acertou um golpe cortante de baixo para cima na costela de um que chegava em sua direita e em sequência mais um corte, dessa vez no pescoço de outro que vinha na sua esquerda.

Pedro e Luíz ficaram ao lado de Amalric defendendo a posição. Eduardo tendo os inimigos chegado a sua posição colocou o arco nas costas e puxou sua espada. Franzino e muito habilidoso ele se movia rapidamente distribuindo cortes aos inimigos que caíam semi-mortos. Filipe que ficara incumbido de proteger Eduardo ajudava também a proteger o flanco direito.

O som das espadas entrechocando-se, tecidos e peles sendo cortados, os gritos dos homens feridos, já não se ouvia o som do vento. A calmaria e paz daquela noite eram ilusões que os Spada não previram.

Dois milicianos caíram feridos e outro morto. Pedro e Luíz se direcionaram para o flanco esquerdo para que os homens não os cercassem. Filipe protegia com Eduardo o flanco direito.

Com muito homens vindo pela esquerda Pedro e Luíz já não conseguiam segurar o flanco. Com muitas investidas Luíz acabou por cair gravemente ferido, um corte nas costas e outro em seu braço o tiraram de combate. Pedro vendo o amigo no chão ensanguentado não podia acreditar. Ele e Luíz conheceram-se em Coimbra, na guarda da Casa do Povo de Coimbra, antes da guerra civil.

Pedro enfureceu-se, pegou uma segunda espada que estava no chão e como toda sua fúria passou a desferir golpes entre os inimigos. Defendendo e atacando no calor da luta nem percebera os corte que sofrera.

Vendo que a já perdera muitos homens os inimigos correram dali e se espalharam, não houve nem mesmo perseguição, estavam de pé apenas Amalric, Eduardo, Filipe, Pedro que ajoelhou-se exausto diante de seu amigo Luíz, ensanguentado no chão. Além também de um miliciano.
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