Leticia
Letícia foi entrando no castelo com seus auxiliares sem a menor cerimônia. Os guardas reais ainda cruzaram espadas para a passagem da loira que adentrava o recinto impetuosamente.
- Era só o que me faltava. Estou aqui para arrumar um quarto a altura da rainha consorte e querem me fazer perder tempo? Tenho mais o que fazer senhores. Acaso eu tenho cara de assassina de reis, de conspiradora? Façam-me o favor. Estou aqui em nome de Dama Ava, se afastem rapazes que meu tempo é precioso.
Ela sorriu faceira e foi empurrando os guardas, acariciou o peito de um, o rosto de outro, e foi entrando sorridente, enquanto eles ficarem meio atônitos com a presença da mulher e daquele grupo cheio de cortinas, tapetes, móveis e roupas de cama. Não sabia se olhavam para o decote de Letícia ou para aquela profusão de sedas, linho e brocados.
Letícia apenas sentou-se preguiçosa em uma cadeira enquanto os seus auxiliares faziam tudo de acordo com o que ela indicava.
- Ah! Eu sou do povo, eu quero é luxo. Vamos lá, trabalhem que quero isso lindo assim que a rainha chegar com o rei. Quero surpreender, encantar. A banheira ponham ali, atrás do biombo. Essa cortina está torta! Ajeitem aquele laço. Adorei aquele quadro. E claro não pode faltar uma pintura de Dama Ava para embelezar o quarto.
A decoração era em tons de dourado, preto e azul, por conta dos brasões do rei e da rainha consorte.
- Para a chegada dos dois quero pétalas de rosa no leito e uma garrafa de vinho especial. Uma coisinha para "animar" o rei.
Ela deu uma piscadela.
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