William_algrave
William aproximou-se da irmã já sem o capuz e abraçou-a.
- Que alegria revê-la, minha irmã. Senhora dos Labirintos, apenas trocaste o traçado das vossas deambulações.
A última parte ele disse sussurrando ao ouvido da irmã, enquanto a abraçava. Se Beatrix não estivesse com os cabelos presos em tranças e coberto por um elegante attifet de veludo bordado em pérolas e fios de prata, William teria bagunçado seus cabelos como se faz com uma criança, mesmo que sua irmã fosse já uma jovem senhora. Para William, ela era mais que irmã, era quase como uma filha, e a alegria que eles sentiam ao se reencontrarem era sempre enorme, não importava quanto tempo se passasse.
Após o caloroso abraço ele dirigiu-se novamente a ela.
- Tenho muito a dizer-te mas conversaremos em sua casa, depois. Agora receba essa caixa. Dentro há uma carta de doação, mas a joia que aí está não é para você, é para a sua igreja. Um donativo dos Algrave. Entregue-a ao Arcebispo.
Ele disse olhando rapidamente para o jovem sacerdote, trajado de vestes litúrgicas e que ostentava todos os símbolos da sua dignidade de arcebispo, ainda que William o tenha identificado assim, mais pelas palavras da irmã do que pela simbologia de seus trajes, do anel e do báculo. Julgou que o sacerdote não devia ter nem trinta anos ainda. Disse-lhe brevemente.
- Prazer, sou William Algrave.
E logo dirigiu-se a irmã. Entregou-a um envelope que estava em seu bolso. Essa carta sim, era para a irmã, e ela notou algo pesado em seu conteúdo, como se fosse uma chave ou algo do tipo.
- Espero-te lá fora.
Ele disse, entregou-lhe cuidadosamente a caixa. Fez uma mesura à irmã, ao arcebispo e foi cumprimentando os demais que encontrava no caminho, mas não desejava demorar-se no templo aristotélico.