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[RP] Batismo de Aravis

Palladio
Está um belo dia na Capela de Portugal em Roma e os sinos começam a tocar, anunciando o batizado que se irá realizar.



O Cardeal Eleitor chega da sacristia e abeira-se do altar onde se prepara para iniciar o batismo de Aravis Almara Zelenko Viana (dito Aravis), que terá como madrinha Vivian Viana (dita Vivian).

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His Eminence Palladio Monforte | Roman Elector Cardinal | Cardinal of St. John of the Martyrs | Vice-chancellor of the Congregation for the Dissemination of the Faith | Metropolitan Archbishop of Evora | Count of Orvieto & Viscount of São Bento | Professor at Seminário Menor de Viana do Castelo
Vicenzo
Leopoldo aguardava o inicio das suas aulas de catequese quando recebeu o convite para o batismo de sua prima Aravis. Pereceria que havia se tornado uma tradição que a última filha de Dom Domingos, e portanto a atual matriarca dos Viana, se tornasse a madrinha de seus muitos parentes quando estes oficializavam sua pertença ao rebanho aristotélico. Mas era este grande amor e amizade que Vivian sempre demonstrou para com todos seus parentes, próximos ou mais distantes que a faziam a principal escolha para madrinha por aqueles que lhe pediam a honra de contar dentre os seus afilhados.

Dirigindo-se à Capela Portuguesa, Leopoldo Vicenzo Montenegro Viana, imaginava que ainda estava distante o dia que ele mesmo seria batizado pois havia decidido esperar até seu retorno às terras de suas origens para tal, mas até lá estudaria e aprenderia tudo o que seria possível aprender sobre a fé aristotélica e a Santa Igreja.

Vestia-se de forma simples, a camisa vermelha e as calças pretas eram arrumadas mas singelas, sem muitos adornos. Talvez fosse a espada que pendia em sua cintura, proteção necessária nas estradas europeias, o único distintivo de suas origens, pois nela estavam as marcas de sua família, a águia dos Viana e o Leão dos Montenegro.

De rosto magro e olhos claros, cabelos desgrenhados e desarrumados pelo capuz que pendia da capa de viagem, o jovem aguardou sentado ao inicio da cerimônia, observando todos os detalhes e imaginando como seria quando fosse a sua vez de fazer os votos aristotélicos.
Aravis
Aravis Almara chegou à Capela de Portugal em Roma. Parecia bastante jovem e provavelmente não deveria ter mais que dezesseis anos. Seu aspecto no entanto, era sóbrio e austero demais para uma jovem daquela idade. As cores e a simplicidade indicavam provavelmente um meio-luto, pois os trajes eram de boa qualidade.

Ela trajava um vestido azul escuro com detalhes em azul claro nas longas mangas e no sobrevestido. Ao pescoço usava o colar que era de sua mãe, com contas de cristal azul e madeira de ébano com um pingente de ônix e filigranas de prata. Fora isso não havia mais nenhum ornamento.

Seus cabelos eram de um negror profundo e muito lisos, escorriam pelas espaduas displicentemente. O tom escuro fazia um contraste com a pele muito pálida de seu rosto e pescoço. Parte do seu cabelo estava trançada e presa atrás da cabeça e amarrados com uma fita azul. Alguns fios soltos teimavam em cair-lhe sobre os olhos, que eram de um tom verde acinzentado. Os traços eram bastante delicados e a jovem era magra e de estatura mediana.

Ela entrou, cumprimentou o arcebispo com uma vênia e beijou-lhe o anel. Estava um pouco nervosa. Notou que alguém mais chegara e ela cumprimentou o recém-chegado com um aceno de cabeça.

Ficou se perguntando se era alguém da família de seu pai, um Viana. Ela sentou-se e ficou aguardando sua prima, a quem ela conhecia apenas por cartas mas que aceitara recebê-la como madrinha. Aravis estava somente há alguns dias em Portugal e pouco falava, primeiro por ser tímida, segundo porque ainda tinha um leve sotaque e ela desejava observar e ouvir mais a fala local, para amenizá-lo, antes de expor-se.

Ela permaneceu silenciosa em oração aguardando o momento do seu batismo.
Nicollielo
Nicollielo estava em Roma para estudar, porém em seu tempo livre, ao saber que iria ocorrer um batismo na capela de Portugal ele aproveita e vai até lá para assistir. Para Nicollielo, o batismo era um dos mais lindos e importantes dos sacramentos.

Após se vestir na sacristia, ele se senta no primeiro banco da capela para assistir. Havia apenas alguns fiéis por ali, os demais provavelmente estavam por vir ainda. Ali sentado esperando que se iniciasse o batismo, Nicollielo fica relembrando o dia em que ele quem estava lá na frente sendo batizado.

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Bispo da Guarda | Secretário Lusófono dos Registos Romanos | Professor Estagiário do Seminário Menor de Viana do Castelo | Capelão da Capela de São Karel

Talitasx
Estava dormindo quando ouviu anunciarem o batizado que ocorreria na capela em Roma. Fazia muito tempo desde a sua ultima visita na capela, decidiu então ir, afinal ficava eufórica em imaginar que mais uma jovem alma seguiria para o caminho da virtude. Talita considerava uma benção todos que saiam do caminha da incerteza e aceitava Jah.
Sentou nas primeiras fileiras, ajoelhou, rezou o credo e ficou a espera do incio da cerimonia.

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Vivian
O sol não havia despontado no horizonte quando Vivian saiu de casa, pois o trajeto até a Capela de Portugal em Roma era demorado. Ela não podia perder a cerimônia de batismo de Aravis, para o qual havia sido convidada para ser madrinha. Embora Vivian ainda não conhecesse a prima pessoalmente, sentia um grande carinho e amor por todos os parentes que carregavam o sobrenome Viana e foi com grande alegria que a loira aceitou o convite da jovem.

Em uma mistura de ansiedade para chegar e conhecer a prima, o caminho parecia mais longo do que de costume. O que lhe entreteve durante o percurso havia sido um livro de grego chamado "A ética de Nicômaco I - O bem e a felicidade". Felizmente, Vivian tinha o hábito de carregar alguns livros em suas viagens.

Já em Roma, ela entrou na Capela Portuguesa trajando um vestido verde musgo em veludo com detalhes em dourado e imediatamente fez o sinal da cruz de Christos em sinal de respeito pelo local. Olhou ao redor e enxergou rostos conhecidos e, sem querer ser inconveniente perante o lugar sagrado em que se encontrava, ela limitou-se a acenar gentilmente em cumprimento.

No entanto, havia dois rostos que ela nunca tinha visto antes, mas que as feições e traços físicos não negavam ter sangue da família nas veias. Eram dois jovens: uma mulher e um homem.

- Só podem ser os primos Aravis e Leopoldo... - pensava.

Então, com um sorriso estampado no rosto, aproximou-se de cada um deles individualmente e disse antes que a cerimônia começasse:

- Olá! Permita-me me apresentar: sou Vivian Viana. Acredito que eu seja sua prima.

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Aravis
A jovem estava sentada, já um pouco inquieta, ainda que não demonstrasse. Aquela era uma situação um tanto incomum. Ela olhava curiosa cada uma das pessoas que entrava, sem ter a certeza se tratavam-se ou não de parentes. Quando a Dama foi até ela e se apresentou, Aravis esboçou um sorriso tranquilo. Ela levantou-se e fez uma vênia.

- Muito prazer, Dama Vivian, sou vossa prima Aravis Almara Zelenko Viana. Agradeço muito que tenha atendido meu convite para ser minha madrinha, mesmo sem me conhecer pessoalmente. Cheguei há poucos dias em Portugal. Espero que compreenda.

Ela disse, ao mesmo tempo se apresentando e tentando explicar-se. Sua fala tinha um leve sotaque provençal que ela se esforçava em ocultar. Não queria parecer rude aos parentes de seu falecido pai, ainda mais se ela esperava realmente viver naquela terra.
Vicenzo
Quando sua prima chegou, inicialmente não a reconheceu, afinal nunca antes a havia visto. Ela era bem mais jovem que ele, ou ao menos aparentava tal, mas tinha um aspecto taciturno que fazia com que Leopoldo não conseguisse discernir a sua idade exata, mas sabia pelas cartas que havia trocado com sua outra prima que seria a madrinha, que ela não deveria ter muito além de quinze anos.

Ao fim a reconheceu como sua prima apenas quando a jovem cumprimentou o arcebispo. Retornando o cumprimento com a cabeça quando este lhe foi dirigido. Como a jovem havia em seguida se sentado e parecia estar orando, Leopoldo deixou-a para suas reflexões naquele momento tão importante.

Quando sua outra prima, Dama Vivian, com quem já havia trocado cartas mas quem ainda não conhecia chegou e se apresentou, o jovem se aproximou das duas Viana no momento em que Aravis se apresentava. Assim que ela terminou ele então se apresentou.


- Muito prazer Dama Vivian, Senhorita Aravis, meus sinceros parabéns por este dia tão especial. Sou Leopoldo, vosso primo. - Quão auspicioso era que o primeiro encontro daqueles três se desse justamente em um local sacro. Assim pensava Leopoldo. - Que grande alegria é finalmente poder colocar um rosto aos nomes e palavras que tão gentilmente trocamos nestes últimos tempos Dama Vivian, e muito obrigado por estender-me o convite e permitir-me este encontro com vocês. - ele agradeceu com um sorriso sincero.
Vivian
Vivian havia reparado o sotaque de Aravis, mas ela compreendia a situação. Sorriu à jovem prima e respondeu-lhe em seguida:

- Eu que agradeço pelo convite. Senti-me muito lisonjeada em ter sido lembrada para um momento tão especial como este, pois somos família e é óbvio que eu jamais recusaria. Estou muito feliz em conhecê-la e, quem sabe, tê-la por perto.

No momento seguinte, após Leopoldo se apresentar, ela disse-lhe:

- Realmente, é emocionante poder encontrá-lo pessoalmente também e finalmente conhecê-lo. Meu dia não poderia estar melhor!

Ela se sentia verdadeiramente feliz em poder conhecer mais membros da família.

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Aravis
Aravis sorriu, pois sentia-se de fato acolhida. Havia muito que desejava conversar com seus parentes, mas talvez aquele não fosse o momento mais adequado. Quem sabe depois da celebração.

- É um enorme prazer conhecer a ambos. Espero ter a oportunidade de visitá-los quando possível, depois que me instalar devidamente em Portugal. Creio que o Monsenhor deve estar apenas nos aguardando para começar.

Ela sorriu novamente, estava um pouco ansiosa pelo batismo. Acenou para Dom Palladio indicando que sua madrinha havia chegado.
NReis
O Arcebispo da Arquidiocese de Braga entrou na capela, meio apressado. Havia sido uma viagem bastante fatigante, com aquele calor de verão típico dos países mediterrânicos. Apesar de todos os confortos da carruagem, o percurso por estradas irregulares durante todos aqueles dias havia-o cansado. Ainda por cima, a viagem de regresso teria que ser realizada logo de seguida, sem direito a descanso, devido à sua mudança de Aveiro para Braga.

Apesar de tudo, o Reverendo ainda tivera oportunidade de passar por um mosteiro ali perto da capela para se refrescar e para mudar de trajes, envergando agora uma alva branca, encrustada com uma fila de peridotos, presa por um cíngulo verde e cinza.

Ao entrar, encontra a sua grande amiga Condessa Vivian, cumprimentando a dama com um delicado beijo na sua mão esquerda, e também a Dama Talita e o Diácono Nicollielo. Vê também duas caras novas que não conhecia, fazendo uma vénia à Dama Aravis e a Dom Leopoldo.

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His Excellency NReis Ribeiro de Sousa Coutinho | Archbishop of Braga | Vice-Primate of the Kingdom of Portugal | General Secretary of the Roman Registers | Writer of the Saint Office | Translator on Villa San Loyats



Diploma Curso Professoral
Palladio
Os convidados já tinham chegado e a Igreja já estava em silêncio, aguardando o início da cerimónia.

Palladio chama então a atenção dos presentes, pedindo a estes para se levantarem.


- Caros fieis! Estamos hoje aqui reunidos para ministrar o sagrado sacramento do baptismo de Aravis. Com o sacramento do baptismo o crente junta-se à grande família de Deus, tornando-se irmão dos demais fieis, no espírito da amizade aristotélica. Abandona o mundo meramente material e inicia a viagem para o mundo das Ideias, iluminado pelos ensinamentos de Aristóteles, e entreabrindo as portas do Paraíso, pelo poder da sua Fé.

O Cardeal chegou-se à Pia Baptismal e pede a Aravis e à madrinha que fizesse o mesmo.

- D. Vivian, desejas ser testemunha desta cerimónia, perante Deus, os profetas e os santos e juras pela sanidade desta pobre alma?
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His Eminence Palladio Monforte | Roman Elector Cardinal | Cardinal of St. John of the Martyrs | Vice-chancellor of the Congregation for the Dissemination of the Faith | Metropolitan Archbishop of Evora | Count of Orvieto & Viscount of São Bento | Professor at Seminário Menor de Viana do Castelo
Aravis
Aravis se aproxima acompanhada de sua madrinha. Ela está um pouco nervosa, mas tenta parecer calma.

Ela aguarda a confirmação da madrinha e pede ao Altíssimo que a deixe menos tensa. Afinal, é algo simples e ela apenas manifestará o desejo de unir-se a Grande Família Aristotélica e confirmar sua fé no Altíssimo.
Vivian
Ao lado dos primos, Vivian percebeu a chegada de seu grande amigo, o Arcebispo de Braga Dom Nreis. Ela esboçou um largo sorriso assim que ele se aproximou beijando-lhe a mão e o cumprimentou em seguida dizendo que estava feliz em revê-lo.

Poucos minutos depois, o Cardeal iniciou a cerimônia e solicitou que a madrinha se aproximasse da pia batismal. Assim, Vivian o fez, respondendo-lhe à pergunta:

- Sim, desejo ser testemunha desta cerimônia perante Deus, os profetas e os santos, e juro pela sanidade da jovem Aravis.

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Palladio
Então Palladio iniciou o sermão do Batismo lendo um excerto da obra “Ética de Nicomaque”:


Quote:
A amizade é a coisa mais necessária para viver. Porque sem amigos, ninguém escolheria viver, mesmo tendo todos os outros bens. É na pobreza assim como na desgraça, os homens pensam que os amigos são o único refúgio. A amizade também é um auxílio para os jovens porque lhes guarda do erro; para os velhos, lhes afiança os cuidados e a ajuda que sua falta de actividade e fraqueza trazem consigo; e para aqueles que estão na sua idade culminante, lhes incentiva a professar acções nobres, porque se torna mais capaz para pensar e actuar.


- Que a palavra de Aristóteles te guie e a revelação te ilumine!
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His Eminence Palladio Monforte | Roman Elector Cardinal | Cardinal of St. John of the Martyrs | Vice-chancellor of the Congregation for the Dissemination of the Faith | Metropolitan Archbishop of Evora | Count of Orvieto & Viscount of São Bento | Professor at Seminário Menor de Viana do Castelo
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