Vicenzo Leopoldo aguardava o inicio das suas aulas de catequese quando recebeu o convite para o batismo de sua prima Aravis. Pereceria que havia se tornado uma tradição que a última filha de Dom Domingos, e portanto a atual matriarca dos Viana, se tornasse a madrinha de seus muitos parentes quando estes oficializavam sua pertença ao rebanho aristotélico. Mas era este grande amor e amizade que Vivian sempre demonstrou para com todos seus parentes, próximos ou mais distantes que a faziam a principal escolha para madrinha por aqueles que lhe pediam a honra de contar dentre os seus afilhados.
Dirigindo-se à Capela Portuguesa, Leopoldo Vicenzo Montenegro Viana, imaginava que ainda estava distante o dia que ele mesmo seria batizado pois havia decidido esperar até seu retorno às terras de suas origens para tal, mas até lá estudaria e aprenderia tudo o que seria possível aprender sobre a fé aristotélica e a Santa Igreja.
Vestia-se de forma simples, a camisa vermelha e as calças pretas eram arrumadas mas singelas, sem muitos adornos. Talvez fosse a espada que pendia em sua cintura, proteção necessária nas estradas europeias, o único distintivo de suas origens, pois nela estavam as marcas de sua família, a águia dos Viana e o Leão dos Montenegro.
De rosto magro e olhos claros, cabelos desgrenhados e desarrumados pelo capuz que pendia da capa de viagem, o jovem aguardou sentado ao inicio da cerimônia, observando todos os detalhes e imaginando como seria quando fosse a sua vez de fazer os votos aristotélicos.