Beatrix acordou cedo naquela manhã, permanecera em Roma por conta de alguns compromissos e estava ciente que na Capela de Portugal se realizaria uma cerimónia importante para a qual havia recebido o convite de Dom Nicollielo, que era também o Senescal Diocesano de Braga. Não poderia de modo algum perder aquela cerimónia. O futuro padre foi seu aluno na Catequese e seria certamente uma honra estar ali. Usou um traje de tecido bege rosê, com toques de malva. O brocado de seda do vestido tinha um motivo delicado, e o corte simples ao estilo de Florença, valorizava essa delicadeza.
Após preparar-se, dirigiu-se para a Capela de Portugal em Roma. Não havia dormido bem, uma vez que continuava sendo atormentada por um sonho recorrente com o falecido rei Yochanan I, mesmo após suas preces, continuava um pouco abalada por aquilo. Talvez devesse conversar com Dama Vivian a respeito. Ou talvez devesse apenas esquecer.
Após a cerimónia retornaria a Braga, não só por ter compromissos lá, como também por estar saudosa de seu querido esposo Fitz.
Ao adentrar a capela, notou que era a primeira a chegar, assim após cumprimentar o Vice-Primaz e Arcebispo Nreis com uma vênia respeitosa, beijou-lhe o anel símbolo de sua autoridade. Fez tudo isso em silêncio e se afastou para fazer suas preces, aproveitando a calma e a paz da Capela ainda semi-deserta, enquanto os funcionários faziam seus preparativos para deixa-la devidamente ornamentada para a cerimónia.
Beatrix deixou de lado a noite mal dormida e foi fazer uma prece especial direcionada a Dom Nicollielo, para que o Altíssimo abençoasse seu ministério sacerdotal. No traje de Beatrix estava visível a medalha verde prata com bordas douradas, símbolo da sua elevação a Arquidiaconisa. Era a primeira cerimónia em que a ostentava. Em seus dedos estavam o seu anel de baronesa, a aliança de casamento e o seu antigo anel azure. Por estar com o seu véu missal, preferiu não usar o diadema de baronesa.
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