Maria estava eufórica com a notícia que sua tia lhe dera: que iriam assistir a um teatro de fantoches. A menina, mesmo sem entender direito o que era aquilo, pulava de alegria e empolgação, pois finalmente ela iria em um evento que não lhe causaria tédio. Por mais que Maria fosse inteligente e esperta, ela ainda era uma criança e precisava de distrações condizentes à sua idade.
A pequena, que tinha o dom de falar pelos cotovelos, enchia Vivian de perguntas durante o trajeto:
- Tia Princesa Vivi, o que é um fantoche? Essa palavra me lembra fantasma. Não vai ter fantasma lá não, né? Eu vou ficar com medo? Será que eu vou gostar?Após a tia lhe responder às perguntas, ela suspirou aliviada de que não teria fantasma na apresentação.
- Já que são bonecos, não vou ficar com medo. Eu tenho bonecas no meu quarto, né, tia?Quando desceram do coche, a menina tentou correr, mas antes que conseguisse dar qualquer passo, a tia lhe segurou firme pela mão. Ela revirou os olhos e arfou, mas quando viu a multidão deu graças a Jah pela tia ter feito aquilo. De repente, ela avistou o palanquim e cutucou a prima:
- Mantie, Mantie, olha! Que cortina grande! Parecem com as cortinas da sala da mamãe Marih. Ela ia gostar de ver também... - Maria lembrou-se saudosa até ouvir sua tia dizer a palavra ovelhinha -
Ovelhinha! Eu gosto de ovelhinhas. Por que essa não foi para a ceia?Tagarelando, andou entre as pessoas acompanhando a tia e os familiares até o local onde assistiriam a apresentação.
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