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[RP] Gabinete de Assistente do Planeamento

Milene


Milene introduziu a chave na pequena ranhura e respirou fundo antes de forçar a fechadura ferrujenta a acatar os seus desejos. Com um clique ruidoso a porta abriu-se e a jovem mulher empurrou-a cautelosamente, temendo que uma nuvem de pó se levantasse subitamente em revolta pela intromissão após tantos anos de negligência. Envolta em escuridão, a nova assistente do planeamento da cidade do Porto tacteou o ar bafiento em busca da janela que sabia estar por ali algures coberta por uma espessa cortina carcomida por traças. Veio a encontrá-la na parede mais afastada da porta e num gesto de rebeldia arrancou o pano num só movimento, levantando o pó que ali se acomodara havia anos e que lhe provocou um ataque de tosse. Com os olhos humedecidos por lágrimas, Milene abriu a janela e debruçou-se sobre o parapeito, observando distraidamente a praça e os habitantes que por ali se encontravam àquela hora vespertina.

- Jah me ajude. - Suspirou em voz baixa, ciente de que ninguém a ouvia naquele momento. - Tanto para fazer e tão pouco tempo para o alcançar...

Determinada, Milene voltou-se e, pela primeira vez, observou o gabinete que agora era seu. A pequena divisão era dominada por uma secretária de madeira maciça onde se encontravam variados pergaminhos, tinteiros e penas, assim como um castiçal que suportava uma vela sem pavio. Por trás da escrivaninha, uma estante que ocupava a parede de lés-a-lés, palmo-a-palmo, e que continha os mais diversos livros de capa dura e mole todos eles relativos à topografia da cidade do Porto. Em frente à secretária duas cadeiras forradas a pele de porco tingida de negro que se adequariam à recepção dos mais diversos emissários. A parede em frente era ocupada por uma mapa da cidade do Porto que providenciava detalhe espantoso sobre ruas e ruelas, palácios e demais elementos habitacionais de cariz mais singelo.


Todos os assuntos devem ser abordados no contexto da personagem e nunca sobre a perspectiva da mecânica do jogo.
--Alcides


Alcides removeu a boina que lhe cobria os cabelos negros da cor do carvão e adentrou na Casa do Povo do Porto, olhando em volta para apreciar as paredes cobertas por ricas tapeçarias e os móveis trabalhados com mestria pelos melhores carpinteiros das redondezas. No passado, havia ouvido rumores sobre a beleza daquele edifício mas esta era a primeira vez que tinha a oportunidade de constatar que tais rumores não faziam sequer jus à grandiosidade daquela recepção. Segurando a boina com uma mão calejada e áspera, Alcides dirigiu-se a um dos secretários, temendo já ter perdido a oportunidade de fingir que tais negociatas eram para si comuns.

- Bons dias, como estais? - Cumprimentou, tentando recuperar a compostura. - O meu nome é Alcides Silva e tenho uma reunião com a Dama Milene Vaz, a assistente do planeamento.

O homem de nariz enviesado, fitou-o durante alguns momentos, parecendo estar a avaliar se Alcides era digno de ali estar e, por fim, desfolhou um caderno de folhas amareladas e deu um pequeno nuto com a cabeça. Seguiram-se algumas instruções sobre o caminho a tomar e não tardou para que Alcides se encontrasse diante uma porta fechada igual a tantas outras, com a pequena excepção de que na pequena placa de madeira que se encontrava pendurada do lado esquerdo estava escrito "Assistente do Planeamento" em letras redondas e perfeitas.
Milene


Milene mergulhou a pena na espessa tinta e procedeu à alteração do registo de propriedade: onde se lia Richelieu Lencastre Lobo a assistente do planeamento acrescentou uma nova data que sinalizava a morte do Conde de Vila Franca. Com pesar, a jovem mulher redigiu o nome de Miguel Vilaça d' Alencar, Barão de Monte Córdova, Visconde de Monserrate e Conde de Vila Franca, indicando-o como detentor e herdeiro das propriedades do velho Conde que não mais a agraciara com a sua companhia. Perdida nestes pensamentos, Milene mal se apercebeu da discreta batida na porta que a fez pousar a pena e levantar-se para saudar quem quer que a incomodava.

- Entre. - Chamou enquanto alisava as saias do vestido e tomava um lugar mais próximo da porta.
--Alcides


Alcides abriu a porta e espreitou para o interior, receoso que a voz abafada que ouvira não passasse de uma ilusão, fruto do seu nervosismo.

- Senhora, Alcides Silva, o mestre de obras com quem acertaste uma reunião. - Informou, entrando na pequena divisão e fechando a porta atrás de si. - Como tendes passado? - Cumprimentou com uma pequena vénia e um franzir de lábios que pode ter passado por sorriso amarelo.
Milene


Milene gesticulou para que Alcides se sentasse numa das cadeiras disponíveis.

- Prazer, Alcides. - Disse ao sentar-se no lugar que lhe pertencia. - Como deveis saber, existem planos para a construção de muralhas em torno da nossa bela cidade, uma medida adicional de protecção que esperamos que nos venha ajudar a defender o Porto dos ataques que tão caro nos custam. - Milene desenrolou um mapa sobre a mesa e delineou com um dedo os locais onde as muralhas viriam a ser construídas. - Como podeis ver, algumas habitações, há muito abandonadas, não mais do que casebres em ruína, encontram-se posicionadas em locais estratégicos onde gostaríamos de construir a muralha. - Apontou para uns quantos exemplos, dando sobretudo ênfase àquelas habitações que se encontravam posicionadas junto da margem do Rio Douro. - Numa primeira fase, gostaríamos que estas casas fossem demolidas, desimpedindo assim o caminho para a construção da muralha num futuro não muito longínquo. Todavia, temo que este esforço não seja suficiente para resolver todos os problemas que antevejo. A cidade cresceu sem qualquer tipo de controlo.- Milene suspirou profundamente, desalentada com toda a situação. - Mansões, casebres e campos floresceram sem qualquer tipo de organização. Temo, Alcides, que venha a ser necessário construir habitações novas para alguns habitantes desta cidade e apelar ao seu bom-senso, apelar para que se mudem, para que facilitem a progressão desta nossa empreitada.

A conversa prosseguiu durante mais alguns momentos e acertaram-se os últimos pormenores para que o mestre de obras Alcides Silva pudesse dar início à demolição das habitações abandonadas. O caminho seria longo, mas Milene acreditava que o esforço seria recompensado.
Milene


Naquela bela manhã de Fevereiro, timidamente solarenga, ousando fazer face a um Inverno rigoroso que há demasiado tempo se alonga, Milene abandonou o seu escritório com um pergaminho na mão e um sorriso estampado no rosto. Dirigiu-se à praça em frente à Casa do Povo do Porto e afixou o pergaminho em local próprio para comunicados à população.

Quote:
Caros Portuenses,

Os trabalhos de preparação para a construção de uma muralha em torno do nossa bela cidade seguem de vento em popa. Não obstante, gostaria de poder contar com o vosso auxílio nesta nossa empreitada da qual beneficiaremos grandemente: quer pela protecção extra que esta nos irá trazer quer pela criação de emprego associada à sua construção e posterior manutenção. Assim sendo, os terrenos a Este dos Paços do Condado, aclamados pela sua grande fertilidade e localização privilegiada, encontram-se destinados ao acolhimento de todos os cultivos, desde o trigo ao milho, passando pelos vegetais e até pelas vinhas. A seu tempo serão também criadas infraestruturas para que os nossos animais possam ali ser albergados.

No passado, os terrenos de cultivo foram distribuídos sem que houvesse qualquer tipo de organização. Queremos mudar esta situação e contribuir para uma cidade organizada que possa crescer sem qualquer tipo de constrições físicas ou topográficas. Deste modo, apelo à vossa colaboração para que os trabalhos possam ser iniciados com o menor número de sobressaltos possível.

Saudações Aristotélicas,

Milene Belmonte de Morais Vaz


Para todos aqueles que já colocaram o seu campo num outro local que não o destinado para os campos a mudança custará 5 cruzados. Entrarei em contacto com cada um dos proprietários para discutir as possibilidades e auxiliar na mudança. Qualquer dúvida não hesitem em contactar-me.

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