Vicenzo
Haviam se passado semanas desde a eleição real e os diversos assuntos e urgências do reino haviam feito com que aquela cerimônia fosse postergada até aquele momento. Os salões do Paço da Ribeira estavam novamente enfeitados com as cores lusas prontos para a recepção que teria lugar após a cerimônia nos jardins onde fileiras de cadeiras e bancos se alinhavam defronte ao pequeno altar de mármore branco ali colocado para aquela ocasião.
Uma capela baixo os céus do Altíssimo, havia comentado um dos escultores daquele requintado aparato sacro. Uma almofada rendada a bordada a ouro e prata jazia junto ao altar, era ali que Sua Majestade se ajoelharia perante o Criador para ser coroado. Naquele ano a cerimônia havia sofrido algumas pequenas alterações, como sempre ocorria quando um novo monarca ascendia ao trono luso. Da sacada do segundo andar do paço, Leopoldo observava os trabalhadores dando os últimos retoques na decoração e nos preparativos para a cerimônia e as festividades que a sucederiam.
Ao seu lado a Portugal Rainha de Armas observava junto a ele. Aquele seria um dia longo para eles que estavam a frente das instituições nobiliárquicas, já que não só haveria a coroação de Sua Majestade, mas também a investidura dos novos nobres e a renovação do juramento dos nobres mais antigos. Rios de vinho correriam, e os fogos das cozinhas queimariam por longas horas preparando os alimentos para os convidados ilustres que não tardariam em chegar. A vozes baixas os dois confirmavam os últimos detalhes. No interior do Paço era anunciada a chegada dos primeiros convidados.
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