Isobela chega a casa ao fim de 2 meses em retiro no convento. As buscas pelo seu bebé já haviam terminado e, tristemente, Isobela olha pela janela, a janela pela qual tantas vezes olhara na expectativa de ver o seu marido chegar com o seu menino.
Pouco faltava para o seu menino fazer 4 meses. Agora lembrara-se que nunca haviam escolhido o nome para ele.
De repente ouve um bater na porta e vê um rapazola a correr muito depressa, vindo de sua casa. Isobela desce as escadas e abre a porta.
- Que brincadeira mais estúpida. E logo no dia em que chego!
Ao fechar a porta, apercebe-se que tem uma carta na soleira. baixa-se e para apanhar a carta e senta-se em cima duma arca que se encontra na entrada, abre-a e inicia a leitura.
Querida Isobela,
sei que nunca me irá conseguir perdoar pelo que lhe fiz, mas tinha que o fazer.
O seu filho está bem e a ser criado no melhor dos confortos que possa imaginar, nada lhe faltará nunca. Irá crescer e tornar-se um nobre, tal e qual o seu pai, menina, que fica agora a saber que não morreu. Ele está vivo e será quem irá criar o seu filho.
Vou-lhe contar agora toda história.
Era uma jovem adolescente e já ajudava a minha mãe, que andava a acompanhar com o maior dos cuidados a sua mãe grávida. A sua mãe tinha-se apaixonado por um jovem nobre, que logo que pôs os olhos nela não resistiu e apaixonou-se também.
Mas, havia um problema, embora a sua mãe fosse da nobreza, já nada possuía e, como tal, a mãe de seu pai não deixava que tal união acontece-se.
O seu pai e a sua mãe, bastante rebeldes e sem deixarem que isso lhes afecta-se, casaram-se às escondidas e conceberam a menina.
Quando a sua mãe ficou grávida, o seu pai contou o que havia feito e que esperava um filho. Os avós da menina Isobela ficaram loucos, arranjaram maneira de enviar o seu pai para longe e encarregaram a minha mãe de assistir a mãe da menina. E caso o filho fosse varão para o levar para eles o criarem. Foi então que nasceu a menina e ficou com a sua mãe.
O seu pai quando voltou, já a sua mãe tinha falecido e a menina mudado para Setúbal. Quando a menina passou a ir-me buscar em Bragança, o seu pai ficou a saber que a menina era a sua filha e que estava grávida. E, assim, que soube que seria eu a fazer o parto incubiu-me da mesma tarefa que a minha mãe teve, caso fosse varão seria ele a criar.
Se algum dia me poder perdoar, perdoe-me por tal acto meu. Mas não procure o seu filho, ele será bem cuidado, e na devida altura irá conhecer a mãe e o pai.
Beijos da sua parteira,
Madalena.
Ao terminar de ler a carta, correram lágrimas pelo rosto de Isobela. É então que se lembra do nobre que viu a falar com a parteira Madalena no seu jardim. Devia ser o seu pai.
"Mas porque é que ele não veio falar comigo? Podiamos ter resolvido as coisas a bem...."
- Ai Jah, porque me fazeis sofrer desta maneira? Ilumine a cabeça do meu pai para ele me devolver o filho. Tenho que contar ao Enc para ver se descobrimos alguma pista de quem será o meu pai e, consequentemente, o rasto do meu filho._________________