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[RP]O Altar dos Deuses

--O_druida


Um velho vestido de uma túnica alva, atravessa a vila de Alcobaça em direcção ao Pomar. Aí chegado continua a caminhar até ultrapassar a última fila de árvores de fruto. Aí encontravam-se quatro pedras altas cravadas na terra. Cada uma dessas pedras estava direccionada para cada um dos pontos cardeais. Nelas estavam gravados símbolos referentes aos quatro elementos. A norte a Terra, a sul o Fogo, a este o Ar e a oeste a Água.

O druida encontrava-se no centro, pegando no seu bastão de madeira de bétula, e diz:

Pelo poder da Deusa e do Deus, pelos Guardiões dos Quatro Quadrantes, eu traço este Círculo Sagrado. Deste espaço nenhum mal sairá, e nele nenhum mal poderá entrar.

Colocando a ponta do bastão no chão, começa a traçar um círculo.

Salvé Guardiões dos poderes da Terra!

Continuando a traçar o círculo em direcção a leste, pára e diz:

Salvé Guardiões dos poderes do Ar!

Fazendo o mesmo em direcção ao sul e ao oeste:

Salvé Guardiões dos poderes do Fogo!
Salvé Guardiões dos poderes da Água!


Quando o círculo fica completo ergue os braços e o olhar em direcção aos céus e termina:

Que a força dos Elementos me protejam e me guiem. Que assim seja e que assim se faça para o bem de todos!
Liadan
Como se uma força inexplicavel lhe guiasse os passos Lia sai de casa e caminha sem direcção definida.

Algo a chamava vindo da propria terra, como um manacial de forças e vontades.

"Come das profundezas da minha terra;
Bebe dos meus rios porque eu sou a Mãe;
O teu coração é o meu tambor;
O teu bafo, a minha canção eterna.
Se queres viver, dança comigo!


De onde vem esta voz??? Quem chama por mim???

O frio da neve em seus pés nús, desperta-a do turpor e ao olha-los nota os sulcos no chão à sua frente.

Levanta os olhos lentamente e depara-se com o olhar do estranho velho.
_________________

Avé Bjeka! Ooh sim, pah! A vida é tão suaaaaaavee!!
A renúncia é Libertação. Não querer é poder.
Morgaine
Morgaine sente o sangue ferver nas veias, apesar do frio que se faz sentir. Um calor familiar enche-lhe o coração, palavras estranhamente reconfortantes vagueiam pela sua cabeça.

"Que é isto? Parece que estou num sonho, parece que já vivi isto antes..."

Sem saber porquê, sai de casa e vai caminhando lentamente, com os cabelos soltos ao vento gelado...Adentra o Pomar e percorre-o duma ponta à outra, chegando ao sítio onde, desde que se lembra, jaziam quatro pedras matematicamente dispostas. Vê a sua irmã, descalça e gelada, estática a fitar um estranho velho. Aproxima-se e, sem pronunciar qualquer palavra, dá a mão a Liadan...
--O_druida


Sem se virar, o druida apercebe-se da presença das duas senhoras. E sente que a Deusa lhes enche o coração. Continuando com o seu ritual e depois de traçado o círculo, o velho druida junta alguma madeira no seu interior e acende uma fogueira.

O Fogo está aceso.
O Ritualcomeçou.
O Círculo está montado entre os Mundos.
Além dos limites do Tempo onde a Noite e Dia, Nascimento e Morte, Alegria e Tristeza tornam-se uma só coisa.
Que nenhum mal aqui possa entrar ou sair.
Que assim seja e assim se faça para o bem de todos.


De pé virado para norte, o druida, olhando para trás, pede-lhes que o acompanhem neste ritual de consagração.
Pegando no punhal sagrado com as duas mãos e erguendo-o ao céu diz:

Eu Te invoco e Te chamo, oh Deusa Mãe criadora de Vida e Alma do Universo infinito.
Pela chama da fogueira eu Te invoco para abençoar este ritual.
E para garantir a nossa admissão na companhia dos Teus filhos amados.
Oh, bela Deusa da Vida e do Renascimento, que é conhecida por Bjecka e por muitos outros nomes divinos.
Neste círculo consagrado à luz do fogo nós nos comprometemos a Te honrar, a Te amar e a Te servir.
Enquanto vivermos prometemos respeitar e obedecer à Tua lei de amora todos os seres vivos.
Prometemos nunca revelar os segredos da arte a qualquer homem ou mulher que não pertença ao mesmo caminho.
E juramos aceitar o Teu conselho de "sem prejudicar ninguém façam o que quiserem".
Oh, Deusa rainha de todos os druidas e sacerdotizas, abrimos os nossos corações e nossas almas para Ti.
Que assim seja!
Liadan
Fascinada olhando as chamas na sua frente, e sentindo a mão quente de sua irmã firme na sua propria mão, Liadan avança cuidadosamente e entra no grande circulo.

Um espasmo percorre o seu corpo, subindo por si e toldando-lhe a visão.

Liadan cai de joelhos na terra, e ergue a cabeça, focando para além do lume.

Um murmurio sai de seus labios e vai ganhando ritmo e força

Que assim seja...
Que assim seja...
Que assim seja...
Que assim seja...

_________________

Avé Bjeka! Ooh sim, pah! A vida é tão suaaaaaavee!!
A renúncia é Libertação. Não querer é poder.
Morgaine
Morgaine segue os passos de Liadan, entrando no círculo logo depois dela. Assim que passa a linha, traçada pelo bastão do velho Druida, sente o pulsar da Terra no seu próprio sangue, imagens de uma vida passam-lhe pelo pensamento. Será que tinha vivido aquilo? Por algum motivo, sentia aquelas vivências como suas, como se aquilo lhe fosse tão familiar que o podia tomar como seu.
Tenta amparar a irmã, que cai de joelhos no chão. Mais uma vez, sem saber porquê, sente que deve falar...As palavras saem-lhe, sem que saiba onde as havia aprendido, nem porque lhe faziam tanto sentido:

- Que assim seja, para o bem de todos...
_________________
--O_druida


Dirigindo-se à grande pedra cerimonial, acompanhado pelas duas jovens senhoras,o velho sacerdote pega numa maçã e na faca sagrada e passa-as a Liadan, fazendo-lhe sinal para que a parta e a coloque sobre o altar.
Liadan
Liadan segura a maçã na mão esquerda e na mão direita empunha o Punhal Sagrado.O seu punho negro era quente em contraste com a frescura natural da fruta.

Corta a maçã em duas metades e deposita de novo o punhal sobre o altar.

Segurando cada metade do fruto em suas mãos, abre os braços e estende-os aos céus.

Eu te invoco e te chamo, oh Jah Grande Deus, Senhor dos pomares e matas verdes e pai de todas as coisas selvagens e livres.

Pela chama desta fogueira eu Te invoco para abençoar este ritual.

Oh, grande Jah, Deus da morte e de tudo que vem depois, que é conhecido como Cernunnos, Attis, Pã, Daghda, Fauno, Frey, Odin, Lupercus e por muitos outros Nomes, neste círculo consagrado à luz do fogo eu me comprometo a Te honrar, a Te amar e a Te bem servir enquanto eu viver.

Oh, grande Jah Deus da paz e do amor, abro meu coração e minha alma para ti.

Que assim seja!


E coloca ambas as metades da maçã em cima da pedra de altar.
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Avé Bjeka! Ooh sim, pah! A vida é tão suaaaaaavee!!
A renúncia é Libertação. Não querer é poder.
Morgaine
Ainda sem entender como Liadan sabia e fazia tudo aquilo, Morgaine fala mais uma vez...

- Que assim seja!
_________________
--O_druida
Então o Druida exclama:

Que assim seja!

Em seguida passa o punhal e o cálice sagrados a Morgaine, para que esta prossiga o ritual.
Morgaine
Pegando no Punhal e no Cálice, Morgaine sente os seus movimentos serem guiados por uma força que não lhe pertencia...Mas, mais uma vez, tudo lhe parecia estranhamente familiar.
Introduz o Punhal dentro do Cálice cheio de cerveja e, erguendo-o, exclama:

- A Sagrada União foi feita, e dela geram todas as coisas!

Desce o Cálice cuidadosamente e bebe um pouco do seu conteúdo, passando-o de seguida a Liadan.
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Liadan
Liadan aceita o Calice das mãos de sua irmã e o leva aos lábios, bebendo um pouco do seu conteúdo.

Entrega depois o Cálice nas mãos curtidas e enrugadas do velho Druida.
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Avé Bjeka! Ooh sim, pah! A vida é tão suaaaaaavee!!
A renúncia é Libertação. Não querer é poder.
--O_druida
O Druida aceita o Cálice e bebe o seu conteúdo, que é a representação do sangue da Deusa, que tudo fertiliza.

Fechando os olhos, o Druida deixa-se levar pelas sensações que o rodeiam. Sente a presença da Deusa e algo dentro de si desperta e uma profunda alegria o invade. Abrindo os olhos pega na maçã e, repartindo-a com as duas companheiras, come-a.

Em seguida abre o Círculo, dizendo:

O Círculo está fechado, porém não está encerrado.
Que o Poder sempre esteja connosco quando precisarmos.
Encerro agora este Círculo!
Que assim seja e que assim se faça para o bem de todos.
Morgaine
Morgaine trinca o pedaço de maçã oferecido pelo Druida. Era sumarenta, fresca, com sabor a Vida...Sente-se leve e, ao mesmo tempo, presa à Terra. A cabeça dava voltas, mas o seu coração sabia que estava em casa.

- Que assim seja e que assim se faça para o bem de todos. - diz, em coro com Liadan.

Olhando uma última vez para o velho Druida, abraça a irmã, e juntas seguem em direcção a casa.
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